Há exatos 10 anos atrás acontecia a Batalha dos Aflitos, o maior momento de euforia da história da torcida tricolor. Maior que as duas Libertadores? Maior que o Mundial? Se olharmos para aquelas quase três horas de partida eu posso afirmar que sim. E a resposta é simples: o que teria acontecido com o Grêmio se tivesse perdido para o Penharol, para o Hamburgo ou para o Atlético Nacional? O mesmo que aconteceu quando perdemos para o Estudiantes, o Boca e o Ajax, ou seja, nada, ficamos com o vice. Não comemoraríamos, sairíamos tristes e ok, no outro dia a vida tricolor continuaria do mesmo ponto onde ela estava antes do início do jogo.
O ponto onde quero chegar é a distância entre as duas opções que eram possíveis naquela partida e o drama a que fomos submetidos. Não se tem registro na história do futebol que além do Grêmio alguma outra equipe tenha superado um desafio tão grande. Um desafio que em dado momento considerado impossível de se superar.
Aí vem a torcida adversária e tira onda, time que comemora título da segundona, blá, blá, blá, Whiskas sachê. quem são eles? O time que ganhou uma Libertadores garfeando escandalosamente o Nacional? Que ganhou de um Barcelona desfalcado e desinteressado? O time que fez volta Olímpica no último GREnada? Por acaso não comemoraram quando permaneceram na primeira divisão apagando refletores? Fazendo patifaria em Belém? Não, né? São o Bayern dos Pampas.
Eu não esqueço, nem quero esquecer daquele dia. sofri, muito. Achei que tava tudo acabado, saí da sala e me tranquei no banheiro. batia com a cabeça na parede e pensava: não tem como pegar dois pênaltis no mesmo jogo, não tem como, não tem. Aí, no meio do desespero me dei por conta de que o pênalti anterior tinha sido batido pra fora. Voltei correndo pra sala, segundos antes dele ser cobrado. Não quero esquecer isto, isto faz parte da minha história do meu gremismo, da minha paixão. Não venham rotular as minhas lembranças do que eu tenho que me orgulhar e do que eu tenho que me esquecer.
Comemorar a Batalha dos Aflitos não tem nada a ver com com a campanha de 2004, foi outro ano, outra equipe, foi o renascimento de um Grêmio que saiu da segunda divisão para ser terceiro colocado na série A de 2006 e vice da Libertadores de 2007. Um Grêmio que desde então não teve nenhuma grande conquista, mas que vem ao menos mantendo a sua dignidade.
Torcedor Gremista, a Batalha dos Aflitos foi a expressão real do que chamamos de Imortalidade Tricolor
2 + comentários
Não, eu não vou comemorar hoje!
Tu eu já sabia 🙂