A grande questão quando começou o campeonato brasileiro desse ano era o tamanho do elenco do Grêmio. Isso, claro, depois das vitórias seguidas sem levar gols que colocaram o time do Roger no seu tradicional G-3. Quando ficamos em primeiro, esqueceram o Ruralito e a Libertadores. O grande problema do Grêmio era o seu “elenco curto”. A lesão de Fred e os gols de cabeça sofridos contra o Palmeiras foram a senha: adeus 2016, planejar 2017.
O Grêmio reforçou o elenco: Edílson, Wallace Reis e Negueba. O último foi também defensivo, Kaneman. O restante eram peças do início do ano. Nesse período perdeu também o Grohe, Miller, Geromel, o próprio Wallace Reis, o Marcelo Oliveira, o Maicon, o Walace e, agora, até o Luan. Todos em algum período e por longos jogos. Além desses, o Giuliano, de maneira definitiva, já que foi pra Rússia. Há ainda mais um mês de janela aberta para transferências nos centros maiores e muitos rumores. Mais uma vez, a questão que retorna é: quem tem elenco para chegar bem no final?
Mas, espera um pouco. O elenco “limitado” do Grêmio vem resistindo muito bem. Contra todos os prognósticos, Rafael Thyere e Jaílson se afirmaram. Negueba fez uma boa estreia na função e Miller foi destacado fazendo o papel de Luan, como já fizera contra a LDU. Everton, que se lesionou, tem em Pedro Rocha uma opção desde 2015. Ramiro é a primeira opção no banco para a dupla de volantes do momento, que ainda carece de seu titular. Perdemos dois jogadores centrais para o time e fizemos mais pontos que o primeiro e segundo colocados no mesmo período.
Um Grêmio ninja. Foto: Lucas Uebel, Grêmio Oficial (Via Flickr).
Não somos ninjas. O grande segredo pra elasticidade do elenco, de fato, não é segredo pra ninguém. Treina junto com o plantel principal, muitas vezes. Se chama grupo de transição. E está mostrando que é uma ótima ideia. Os jogadores que estão estourando os limites de idade da base ficam ali, disputando jogos e treinando em ritmo de profissionais para se valorizarem para negociações pequenas com clubes menores. Ao mesmo tempo, mostram pros chefes que tem condições de entrarem e serem utilizados em um momento de necessidade. Assim, ao invés de ir buscar um volante em um time da série B, vai lá e coloca o Kaio para entrar e seguir se adaptando ao plantel profissional em um jogo pra valer contra o São Paulo.
O elenco do Grêmio é, pra mim, um dos mais completos do Brasil. Principalmente porque não se restringe aos trinta e poucos do grupo principal. Não precisamos buscar jogadores para testar direto no time, com a missão de resolver o pepino. Temos vários jogadores em ritmo forte, ambientados no esquema tático e na filosofia de jogo do Roger. E, sem sombra de dúvidas, como elenco é um dos mais baratos (ainda mais depois da saída do Giuliano). Devemos ir atrás de reforços? Sempre. Mas com calma. Temos jogadores que podem dar conta do recado logo ali, do lado.
