Terra de cego

Nona rodada encerrada e mantemos a crescente no campeonato mesmo não ganhando nenhuma posição. O motivo: a coisa embolou. Do líder Sport à Ponte Preta (8ª) são apenas 3 pontos de diferença. Algo que eu consideraria normal num campeonato que costuma ser chamado de mais parelho do mundo por ter sempre uns 8 candidatos ao título se isso fosse mesmo uma verdade.

Lógico que não estamos na Espanha, onde praticamente só 2 clubes vencem, e seria barbada apontar um favorito, mas dos que estão nesse bolo dianteiro do Brasileirão, quantos estariam entre os candidatos antes do início do campeonato? Eu diria 2 ou 3, no máximo. Sport, Ponte Preta e Atlético Paranaense não eram candidatos a nada além de uma vaga na Libertadores, assim como o Fluminense, que perdeu todo o poderio financeiro que a Unimed investia, e o Corinthians, que se desfez de vários jogadores importantes por conta de uma grave crise financeira. Sobrariam São Paulo e Atlético Mineiro, além do Grêmio. Mas o nosso tricolor também não entrou no campeonato como candidato ao título.

A classificação só está assim porque o nível técnico está baixo, talvez o mais baixo dos últimos anos. E, se isso é uma crítica ao futebol brasileiro (alô, Paraguai!), é também um alerta pra oportunidade que bate à porta: não precisa de muito pra se dar bem nesse Brasileirão, que mais parece uma terra de cego, onde quem caolho é rei. Tá tudo tão parelho que basta um time apresentar algo um pouco acima da média pra se destacar. E não dá pra dizer que estamos nas cabeças porque a tabela foi generosa como eu mesmo disse aqui: dos nossos companheiros de G8, já enfrentamos 4 (SP, Corinthians, AtléticoPR e Ponte).

Se é verdade que até agora não tivemos uma grande atuação do Grêmio, também é verdade que nenhum outro time se apresentou com um futebol digno de reivindicar qualquer favoritismo. O bom é que seguimos pontuando o suficiente pra nos manter nas cabeças, pois tão importante quanto jogar bem e ver que o time está evoluindo é pontuar e pontear a tabela.