Treino jogado: Corinthians 0 x 0 Grêmio

0 Postado por - 19 de outubro de 2017 - Artigos

Treino é treino, jogo é jogo – e entre uma coisa e outra, tem o jogo treino.

Só que isso era antes desse Corinthians x Grêmio chegar para embaralhar os conceitos. Era jogo – tinha gentes assistindo, transmissão da TV e valia pontos –, mas parecia treino.

E note-se: dizer isso em nada significa retirar dos dois times o título de “melhores do Brasil”.

Até porque o clima de treino tem muito mais a ver com méritos de ambos, do que com deméritos eventuais. Os principais deles: a leitura do adversário dentro de campo, especialmente por parte dos paulistas, e o foco gremista no recondicionamento de Luan e no rearranjo do time para as partidas da semi da Libertadores.

Nenhuma das duas coisas é novidade pra ninguém que tenha prestado atenção nas últimas semanas dos dois clubes. Na verdade, não deveria ser surpresa alguma o 0x0 nem que o jogo tivesse sido jogo de fato – e não treino – o tempo todo, considerando que nem gremistas, nem corinthianos vêm de sequências de placares largos ou de jogos brilhantes.

Daí que acusarem de morno este Corinthians x Grêmio serve só pra justificar a tentativa de esquentar de véspera o “jogo de seis pontos”, a “partida decisiva entre os dois melhores times do Brasil”, o “duelo que pode mudar os rumos do Brasileirão”.

Pros gremistas que não tem vocação pra forno de micro-ondas, assistir o jogo de ontem foi também um treino. Tanto para o coração iludido, quanto para a corneta implacável – estas duas instituições tão tricolores.

O coração iludido voltou a bater forte com Luan em campo, claramente treinando para voltar ao ritmo ideal de jogo daqui uma semana. Um tanto deslocado para a função de armador, ainda assim mostrou o quão acima da média é e que pode se encontrar ali naquele lugar, um passo mais distante da linha da grande área.

Comecemos pela corneta a soar mais alto: Fernandinho poderia buscar vaga de coveiro no São Miguel e Almas, dada a expertise em enterrar jogadas adquirida nos últimos jogos.

Está entre os principais mistérios da humanidade neste outubro de 2017 o fato de que Renato insista que este é o substituto de Pedro Rocha. (Corações iludidos dirão que é tentativa de esconder o jogo para a Libertadores, mas aí talvez seja caso de se recorrer a algum tipo de tarja preta.)

Não bastasse qualquer armação de jogada ser interrompida por um passe mal feito ou uma tentativa atropelada de sair driblando qualquer coisa, o fato de Fernandinho estar no lado esquerdo do campo e de lá não sair força Ramiro a guardar de vez a posição na direita de ataque, isolando Arthur cada vez mais para trás da linha de meio campo. O buraco no meio-campo fica evidente.

A cornetinha mais suave soa sobre Edílson e (perdoa, coração!) Renato. Espera-se que o lateral tenha tido uma noite de insônia ou esteja meio resfriadinho, para justificar os momentos de apagão. (Ainda assim, que linda bola na trave meteu quase no fim do jogo!) E que Renato deixe de esperar tanto para fazer substituições óbvias.

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