Um campeonato invicto em casa

2 Postado por - 23 de outubro de 2014 - Artigos

Já conseguimos isso, se vocês se lembram, em 2009. Esse ano estamos conseguindo algo equivalente a isso. Temos um fetiche não resolvido pela defesa – psicólogos provavelmente diriam que o Felipão está exorcizando a sua Alemanha interior. O Grêmio é um time obcecado por não buscar a bola no fundo da goleira. Ontem foi o nosso décimo oitavo jogo sem levar gols. Se repetirmos isso em mais um jogo dos oito que faltam, chegamos no que o título do texto diz: um campeonato inteiro sem perder nenhum jogo em casa, por exemplo. Ou ainda, um turno inteiro sem levar um único gol. Isso é espantoso.

Se não temos titulares incontestáveis, tem que ter variação. Biteco rendeu bem em alguns jogos. Foto: Lucas Uebel, Grêmio Oficial (Via Flickr)

Se não temos titulares incontestáveis, tem que ter variação. Biteco rendeu bem em alguns jogos. Foto: Lucas Uebel, Grêmio Oficial (Via Flickr)

Com o Felipão no comando são doze jogos sem levar gol. Em dezessete jogos, aquele maldito gol da virada do Palmeiras (que, se não ocorresse, nos colocaria atrás do Atlético Mineiro apenas no número de gols à favor) foi apenas o sétimo que levamos – na época, sete em quinze. A maior “goleada” que levamos foi justamente no Grenal de estreia, 2×0. E o outro clube que conseguiu fazer dois gols na gente foi o Palmeiras. Ninguém mais conseguiu a façanha de fazer gol na gente mais de uma vez. Não há como não se impressionar com esse rendimento defensivo.

Por outro lado, o Grêmio também não fez mais de dois gols sob a batuta do bigode. E só fizemos essa quantidade de gols quatro vezes. Outras cinco vezes fizemos um gol. E OITO vezes não conseguimos colocar uma bolinha sequer nas redes. O que é pavoroso. Só que fica pior: Em todo o campeonato não fizemos UM GOL SEQUER de cabeça. Isso mostra claramente uma coisa: como planejamos MAL as contratações de 2014. O Grêmio do ano passado já tinha problemas em marcar gols: fizemos 42 em 38 jogos,  fomos o 14º melhor ataque (ou o 6º pior, se quiserem) do campeonato. Saíram o Vargas e o Kléber, com médias bem mais altas de gols na carreira que os sucessores (Luan, Dudu ou mesmo Fernandinho). E tínhamos a segunda melhor defesa, que levou 35 em 38 jogos (só perdemos pro Corinthians, que tomou apenas 22). Era óbvio que os reforços deviam ter o perfil de FAZER GOLS.

Claramente o Felipão não está satisfeito com o elenco. Colocar o Wallace ontem não é puro e simples retranquismo, é insistir onde ele sabe que pode dar mais resultado. Fernandinho rende nada. Giuliano não tava rendendo. Wallace está. Para ter outras opções que rendam, resta testar a base. Tomara que o Erik e o Careca consigam render o suficiente para que consigamos ao menos trazer alguma novidade para os oito jogos que faltam. Estamos precisando.

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11 + comentários

  • Fernando Risch 23 de outubro de 2014 - 10:16 Responder

    Só uma correçãozinha: a campanha invicta em casa foi em 2009. Começou em outubro de 2008 e se estendeu até início de 2010, quando perdemos para o Pelotas no Gauchão.
    No Brasileirão de 2010, inclusive, estreamos no campeonato com uma derrota para o Corinthians: 2 a 1.

    • Fagner 23 de outubro de 2014 - 10:31 Responder

      Valeu pela correção. Puxei da memória e entendi até porque 2010 tava na minha cabeça: foi porque perdemos aquela merda de jogo de virada com dois pênaltis. E 2010 foi o brasileirão que começou com o Silas, não tinha como ter recorde algum.

      Saludos,
      Fagner

  • Levy 23 de outubro de 2014 - 11:20 Responder

    Como assim? …não tomamos um gol em casa recentemente na partida contra o SP, de penalty do Ceni?

    • Fagner 23 de outubro de 2014 - 13:15 Responder

      “E esse ano estamos conseguindo algo equivalente a isso”. Tomamos gol em casa. Mas, se completarmos 19 jogos sem levar gol (falta só um) é O MESMO QUE não tomar gols em casa durante um campeonato todo (o que leva o time a ficar invicto em casa, certo?) ou não tomar gols durante um turno inteiro. Sacou?

      De qualquer forma, obrigado pelo comentário. Devido a quantidade de confusões, tirei a palavra “exatamente” que estava entre o “chegamos” e “no que título deste texto diz”.

      Saludos,
      Fagner

  • Jpnas 23 de outubro de 2014 - 12:34 Responder

    Outra correção pra não causar dúvida, são números do felipão certo?!

    Até porque perdemos uma recentemente pro São Paulo e ainda pro coxa lá no meio do ano…

    • Fagner 23 de outubro de 2014 - 13:14 Responder

      Sim, são números do Felipão. Comecei o parágrafo com isso. Acho que a confusão se dá pelos números: são 18 jogos sem tomar gol e 17 jogos do Felipão no Brasileiro com o Grêmio. Mas seis jogos sem levar gols foram com o Enderson e os outros 12 com o bigode.

      Saludos,
      Fagner

  • Cruyff 23 de outubro de 2014 - 12:35 Responder

    OOO Felipão… já entendemos o recado… melhor… nós não , mas sim a imprensa… agora tira um volante PORRA, principalmente em casa contra times fracos!

  • Felix Nuñez 23 de outubro de 2014 - 13:07 Responder

    E planejamos mal mesmo com o indicador claro de 2013 da escassez de gols.

    Pelo menos este ano está servindo para mostrar aos “entendidos” que Renato não era só motivador de boleiros. Ele sabia o que tinha em mãos.

    Pelo jeito, fim do ano Felipão vai abrir uma barca de saída. Pequena, acredito eu, mas caras como Edinho, Uerghley entre outras nabas improdutivas abrirão espaço para a gurizada da base. E isso me agrada muito.

    Minha decepção fica por conta de Fernandinho. Esperava mais dele. Tranquilo demais pra quem é reserva e deveria comer a grama. Contratos longos me preocupam.

    Ainda tem agua para passar debaixo da ponte. Vai ser um parto de bigorna conseguirmos o G4, ficarei puto se não alcançarmos, mas independente disso, 2015 promete.

    • Fagner 23 de outubro de 2014 - 13:18 Responder

      Pois é. Eu não sei até que ponto a ideia de time de 2014 do Renato e da Direção não acabou pesando na saída dele do Grêmio. Era claro que reforços eram necessários e ele tava tirando leite de pedra. Mas o Felipão mostrou que é melhor em garimpar a base (mais uma vez).

      Saludos,
      Fagner

  • Impzone 23 de outubro de 2014 - 16:57 Responder

    Acho que Scolari se decepcionou com o elenco que tinha. Certamente achou que era mais completo, tanto que prescindiu de reforços. Até pediu pra trabalhar com um grupo menor, dispensando peças que, mesmo não sendo indiscutíveis, poderiam realizar jogadas que fariam a diferença determinante entre um empate e uma vitória importante ou entre uma derrota e um empate valioso, como foi o Maxi Rodríguez no ano passado.

    Não quero que o time dê show, mas faz um tempo que assistir ao Grêmio é saber que não podemos contar com fundamentos comuns do futebol com os quais mesmo times piores contam, como escanteio, falta, bola aérea, finalização de longa ou média distância e até passe em profundidade. É como torcer por um judoca que precisa lutar sempre com ambos os braços atados nas costas.

    Claro que nem tudo está errado, ou não brigaríamos na ponta da tabela por três anos consecutivos.
    Porém, enquanto outros times lutam pra fazer um elenco melhor render, no Grêmio parece sempre faltar alguma coisa. Esse gostinho de “imagina se a gente tivesse um elenco completo” está ficando amargo e cansativo demais da conta. Não podemos continuar deixando nossa temporada meio que acabar em agosto ao notar que não temos elenco pra buscar metas maiores.

  • Mano 24 de outubro de 2014 - 10:18 Responder

    O que parece claro pro felipão é que se ele soltar o time pra frente, não vamos fazer mais gols e vamos passar a levar mais.
    Porque o time de hoje não tem vocação pro gol, mesmo mudando a postura tática, é uma questão de característica de jogadores mesmo, contratações muito mal pensadas.
    O Felipão deve tá enlouquecido nas internas. Ele é um cara que sempre privilegiou a capacidade de decidir partidas em fundamentos básicos como bola aérea, escanteio, faltas.
    Pode até ter resgatado a personalidade do time, mas tá feio de ver, não joga bem e não ganha tanto assim. Não é um time confiável ainda.

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