A melhor parte da Escolinha do Grêmio

6 Postado por - 11 de janeiro de 2016 - Artigos

Vi a reportagem que o globoesporte.com fez sobre a Escolinha do Grêmio no sábado, falando sobre o trabalho incrível feito com as crianças nas fases iniciais e nas categorias de base do Clube. Lendo tudo isso, lembrei de um post que tinha feito no ano passado sobre a Escolinha, mas que não tinha postado porque ainda faltavam algumas informações que não tinha confirmadas. Então, resolvi voltar a falar do assunto.

Tudo começou no ano passado. Conheci um menino, através de um amigo, que tinha sido selecionado para jogar na Escolinha do Grêmio, mas não tinha dinheiro para comprar o uniforme. Esse meu amigo fez um post no facebook fazendo a famosa vaquinha pra ajudar o guri. Chamei ele no chat e disse que o blog poderia ajudar com o que faltasse do dinheiro e que eu poderia comprar o fardamento, utilizando meus pontos da Goleada Tricolor pra baratear o custo total. Perguntei se o menino conhecia a Arena e meu amigo respondeu que não, então combinei de irmos no final de semana fazer o tour e comprar o que era preciso pra que o moleque começasse a treinar logo.

Assim, eu conheci o Marquinhos e ele começou a ir ao estádio comigo. Sempre que posso, levo ele. Comecei a ir ver os jogos do Marcos no sábado, na Escolinha, e a me interessar pelo projeto que eles fazem lá.

Imaginava que ele tinha gastos com a inscrição e com as passagens para ir até o local e o pessoal blog poderia ajudá-lo de alguma maneira. Ele me disse que não tinha custos. Achei tudo lindo demais pra ser verdade e fui falar com um amigo que já trabalhou lá. Através do Paulo Timm, cheguei ao nome da Bruna Almada que é Supervisora Técnica da Área de Iniciação na Escolinha (quem deu a entrevista para o globoesporte.com). Marquei de conversar com ela em um sábado de manhã e ela foi extremamente solícita.

A Bruna me contou que existem quase 200 vagas para crianças carentes lá. Há 20 vagas para crianças encaminhadas pela Secretaria do Esporte e do Lazer, cerca de 20 vagas da própria Escolinha para casos extremos e 120 vagas destinadas a crianças indicadas pelo Banrisul.

Quando conversei com a Bruna, em abril, havia mais de 600 crianças inscritas. Ou seja, quase 1/4 dos atletas eram crianças carentes.

O Marcos estava entre as crianças do grupo do Banrisul e ele recebia as passagens para ir e voltar todas as terças e quintas do Cristal.

A Bruna enfatizou diversas vezes na nossa conversa que a Escolinha se preocupa muito com o trabalho social que é feito lá. Sim, eles têm a missão de revelar jogadores para o Grêmio, mas tão importante quanto isso é formar pessoas lá dentro. Pra dar um exemplo, ao final de todo o treino é escolhido o atleta do dia. O vencedor desse prêmio não é o guri que faz 4 gols no treino, não é o guri que faz as defesas mais difíceis, não é o zagueiro que impõem mais respeito, mas sim, aquele que não chega atrasado, que ajuda os colegas e o professor durante o treino, que respeita todo mundo, que não esquece o crachá. Esse, sim, é o atleta do dia. E no final do mês, o menino que mais vezes ganhou o atleta do dia naquele período, recebe como recompensa a oportunidade de entrar em campo com os jogadores na Arena em uma partida. Em uma das vezes que fui assistir o treino do Marcos, um dos funcionários do clube me disse que tem menino que chora de emoção quando é atleta do dia. Isso significa muito pra eles.

Lá, meninos carentes são tratados exatamente iguais aos meninos que têm condições de pagar pelo treinamento. A Escolinha não dá só uma distração pra crainças que não têm muita coisa pra chamar de sua. Dá a liberdade de sonhar alto, dá auto-estima, valoriza quem muitas vezes parece invisível na rua, mas que se sente parte do mundo quando está em campo.

Temos que nos orgulhar do trabalho maravilhoso que é feito. Talvez não esteja tão evidente na mídia quanto o resultado quantitativo do futebol, mas com certeza, importa bem mais.

Que a Escolinha cresça cada vez mais e permita mais muitas crianças a sonhar alto!

Foto: escoladogremio.com.br

Foto: escoladogremio.com.br

 

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9 + comentários

  • João Pedro 11 de janeiro de 2016 - 21:09 Responder

    Vocês tem informação sobre o tratamento que o clube dá para os jovens de 14 para cima em relação à continuidade escolar?

  • Mauricio Portal 11 de janeiro de 2016 - 21:26 Responder

    Fantástico!

  • Raul Delpizzo 11 de janeiro de 2016 - 23:06 Responder

    Gol do Gremio!!

  • Mauricio 12 de janeiro de 2016 - 08:04 Responder

    E dalhe Tricolor !

  • William Michels 12 de janeiro de 2016 - 09:01 Responder

    Realmente parece ser um trabalho incrível. Parabéns ao nosso clube por este e outros projetos tão bonitos. E pensando em futebol, com certeza estes meninos carentes, se chegarem ao profissional, vão saber honrar nosso manto.

  • Fábio 12 de janeiro de 2016 - 21:50 Responder

    Por isso contínuo sendo sócio

  • Clovis Manuel Borkert 13 de janeiro de 2016 - 07:03 Responder

    Me orgulho muito em ser torcedor do Imortal Tricolor , por fazer este tipo de serviço social com as crianças carentes, que além de formar futuros atletas/jogadores, da oportunidade a estes garotos de terem uma condição de tornarem-se CIDADÕES. PAREBENS. GREMIO, CONTINUE ESTA ASSISTÊNCIA POR MUITOS ANOS….

  • Jair 13 de janeiro de 2016 - 16:59 Responder

    Que bom que fazem um bom programa social.
    Porque pra time é um fracasso!

  • Mauro Dutra 15 de janeiro de 2016 - 13:10 Responder

    Julia, eu fui atleta da Escolinha entre 2002 e 2004. E agradeço muito a todos os funcionários, desde os porteiros, equipe da secretaria, que registravam a mão nosso nº de matrícula pra controlar presença nos treinos e coletam os boletins da escola pra premiarem os “Atletas Nota 10”, os roupeiros, que cuidavam dos materiais de treino (camisas, bolas, cones, etc), dos professores de educação física que comandavam os treinos e os, na maioria, pais de atletas, que se inscreviam pra ser “técnicos” das equipes do campeonato interno de cada categoria. Todos eles possuem um trabalho essencial para formar, principalmente, cidadão, garotos que se tornem homens de bem no futuro. Se o guri vai virar jogador depois, só Deus sabe. Mas, pra eles, a sensação de contribuir na formação dessa gurizada como pessoa, não tem preço.

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