Uma vez volante, sempre volante

2 Postado por - 16 de setembro de 2014 - Artigos

“Felipão escala o Grêmio com três volantes e um armador”. Ouço e leio quase todos os dias tal frase. Ela também é ponto de partida para comentaristas que analisam os jogos do Tricolor, como se de fato o Grêmio jogasse num 4-3-1-2, ao invés do claro 4-1-4-1 adotado na maioria dos jogos.

Parte da imprensa tem uma visão batida sobre alguns aspectos do futebol, e isso fica claro quando o assunto é volante. Por mais que um jogador que tenha como origem a posição de volante desempenhe uma função completamente diferente dentro de campo, ele sempre será volante.

Um dos únicos que mantém o padrão desde o ano passado. Foto: Wesley Santos

Além do mais, a parte tática é completamente desconsiderada na maioria das análises. Basta ter um pouco de atenção que se vê claramente a formação de uma equipe. Este exercício é simples e deveria ser adotado por todos para melhor informar seu público. Infelizmente, parece ser mais fácil se agarrar a uma leitura antiga do que ver o jogo com mais atenção.

O comentarista mais atento, nota logo nos primeiros movimentos que o Grêmio não joga com três volantes e um armador. Os quatro homens de meio-campo formam uma linha em que a armação da jogada fica sob responsabilidade dos volantes (?), que saem com a bola dominada e têm por objetivo fazer com que a jogada chegue aos pontas ou ao centroavante. Ou seja, com a bola são meias e sem ela marcam tanto quanto quem joga pela ponta.

Enquanto as análises levarem em conta a posição do jogador e não o papel que ele desempenha dentro das quatro linhas, o público seguirá ouvindo e lendo análises que não coincidem com que o técnico pede aos seus comandados e com a realidade do futebol atual.

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8 + comentários

  • Paulo Manetti 16 de setembro de 2014 - 15:21 Responder

    Concordo plenamente. Só a imprensa esportiva Gaúcha, diga-se de passagem “Coloridos”, criticam o GRÊMIO com seu esquema de jogar. Eles não perdem por esperar, estão guardando a nossa vaga no G4. É só ver as duas próximas rodadas……….Aguardem o choro.

  • Fábio Malet 16 de setembro de 2014 - 15:31 Responder

    Ótima análise! Faz tempo que a imprensa gaúcha usa de velhas muletas do jornalismo para criticar o trabalho dos treinadores que não lhes agradam. O Grêmio começou o ano no mesmo 4-1-4-1, com Edinho à frente da zaga, e uma linha de 4 com Zé Roberto, Ramiro, Riveros e Luan. Nesse esquema fazíamos grande campanha na Libertadores. Mas Enderson cedeu a pressão da torcida, MUITO influenciada pela imprensa e suas reclamações dos “três volantes” e do “craque (Luan e Zé Roberto, no caso) não pode marcar”. Com isso, surgiu o 4-4-1-1, com Riveros de meia-direita e depois o 4-2-3-1 com Dudu entrando na equipe. Isso arruinou o começo de ano do Grêmio que mostrava-se promissor. Agora, o treinador do Grêmio é um cara de personalidade e tem o respaldo de boa parte da imprensa e de toda a torcida. Haverão poucas reclamações quanto ao 4-1-4-1 atual. Até porque, o desempenho de Fellipe Bastos muda bruscamente entre o 4-1-4-1 e o 4-2-3-1. No 4-1-4-1, tornou-se um dos principais jogadores da equipe. E é nesse esquema que o Grêmio deve manter-se e assim galgar um melhor posicionamento na competição que nos resta.
    Saudações tricolores!

  • Jones 16 de setembro de 2014 - 17:17 Responder

    Hoje todos os jogadores de meio são “volantes”, pois o futebol atual exige que o time seja compacto e exerça marcação. Aquele “10” clássico, que só distribuía bola, morre de fome. O problema é que o termo remonta ao jogador brucutu, que não tem muita habilidade e gosta de chegar sem pedir licença aos tornozelos adversários. Mas o volante de hoje deve ser completo e se não for, deve ter um companheiro que além de marcar, saiba jogar (que também será chamado de volante, justamente pela função de marcação que exerce em conjunto).
    Talvez seja apenas uma questão semântica.

  • Fagner 16 de setembro de 2014 - 22:10 Responder

    Acontece o mesmo com o Inter. A não ser que seja coincidência que só nos jogos deles que eu olho eles estejam jogando no 4-1-4-1. Mas é 4-2-3-1, já que o Aranguiz, pra eles, é meia, não interessando que faça a mesma função do Felipe Bastos no Grêmio.

    Saludos,
    Fagner

  • Rosauro 17 de setembro de 2014 - 06:49 Responder

    “por objetivo fazer com que a jogada chegue aos pontas ou ao centroavante. Ou seja, com a bola são meias e sem ela marcam tanto quanto quem joga pela ponta.”

    Só que não conseguem fazer esse objetivo, pois não tem qualidades para isso, são volantes.

    Tão fácil assim, então coloque três meias fazendo a função de volantes.

    • Leonardo 17 de setembro de 2014 - 07:44 Responder

      É exatamente o que o Bayern fez com o Kroos e o Schweinsteiger, ou o Barcelona com Xavi e Iniesta, ou o Real com James Rodrigues (antes o Di Maria) e o Modric (agora também o Kroos). Basta lembrar que o Manchester trouxe o Anderson para jogar no meio da linha como jogam Aranguiz e Felipe Bastos.

  • Impzone 17 de setembro de 2014 - 09:35 Responder

    Preferia ver o time com 4 volantes a ver 3 volantes + Giuliano…

  • marcelinho_de_marley 18 de setembro de 2014 - 20:21 Responder

    Discordo. Tá certo que com a bola eles tem liberdade de jogar e se movimentar, mas a diferença crucial pra um meia-atacante é que ninguém entra na área, o que “decreta” que continuam sendo volantes, infelizmente! O Guinazu por exemplo, aparecia em todo lugar, mas não entrava na área nunca, não arriscava nem um peidinho.
    Contra o Atlético, tiveram dois contra ataques pela esquerda, com cruzamento rasteiro da linha de fundo paralelo a pequena área. Quem tava lá pra escorar (tirando o Barcos)? NINGUÈM!!!
    Sem pagação pra Barcelona, mas qualquer ataque eles chegam com 2 no mínimo.

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