Grêmio Libertador

A zaga e a bola aérea

Todo o gremista que anda vendo os jogos tem calafrios toda a vez que se cruza uma bola para a nossa área. Tomamos o primeiro gol contra o Santos justamente nesse tipo de jogada: cruzamento pra alguém alto, que vence a zaga. No caso a cabeçada não resultou em gol, mas em assistência. Na coletiva um jornalista perguntou pro Roger o que ele achava da defesa do Grêmio ter tomado 6 gols nos últimos três jogos. E ele disse: “enquanto fizermos mais do que tomamos, tá bom”.

Eu concordo com o treinador, porém, num contexto amplo. Sim, por mim, minha defesa pode ser uma peneira se o meu ataque for matador. E não é bem o caso da do Grêmio. A melhor defesa do campeonato nesse momento é o Corinthians (10 em 12 jogos, ou 0,8); depois vem Inter e Flamengo (11 em 12, ou 0,91g/j), depois Palmeiras (12 em 11, ou 1,09) e depois vem o Grêmio, Atlético PR e Figueirense (14 em 12, 1,16). Estamos abaixo do que fizemos no ano passado (0,82 gols por jogo) e isso é o que dá a impressão de que tá tudo uma bosta.

Mas vamos analisar bem esses últimos 6 gols. Os dois contra o Santos foram: 1 de bola aérea, outro de chute de fora da área. Os dois contra o Atlético PR foram de fora da área. Os dois do vitória foram: um de pênalti, outro de bola aérea (com falta, mas vamos esquecer). Como falei em outro post, ficamos seis jogos sem levar gols. Contra o Palmeiras levamos 2 de bola aérea, dois em chutes (mesmo sendo um balão de uma bola aérea mal afastada); contra a Chapecoense foram 2 de bola aérea e um de pênalti; contra o Fluminense foi um pelo chão (resultado de um cruzamento, mas a bola não era uma típica jogada aérea). Então são 6 em bola aérea, 3 de fora da área, 2 de pênalti, 3 em chutes. Sendo que dos seis, quatro foram em apenas dois jogos.

Então vamos olhar o time nesses dois jogos. Contra o Palmeiras, a zaga era Geromel e Bressan (Fred estava contundido), com Edílson e Marcelo Hermes de laterais (com Marcelo Oliveira contundido); no gol o Bruno Grassi – ou seja. Da zaga tida como titular até aquele momento, que estava sem levar gols, dois titulares e três reservas. Contra a Chapecoense, a zaga era Geromel e Wallace (Fred seguia contundido e, pra mim, ainda era o titular), com Edílson e Marcelo Hermes de laterais (M. Oliveira ainda contundido); no gol, Marcelo Grohe. Assim, tínhamos três titulares e dois reservas. Pra completar o quadro, nos outros dois casos de gol de bola aérea, a zaga tinha quatro titulares: Grohe, Edílson, Bressan, Fred e Marcelo Oliveira contra o Vitória (quando o gol foi erro da arbitragem) e Grohe, Edílson, Thyere, Fred e Marcelo Oliveira.

Assim sendo, o Grêmio toma muito mais gols de bola aérea sem o Marcelo Oliveira e o Fred. Dá pra dizer que, com a dupla em campo, tomamos apenas UM gol de bola aérea (o outro foi resultado de erro da arbitragem). Sim, tomamos gols de bola aérea e a zaga parece um tanto perdida. Mas que zaga é essa? A nossa zaga remendada. Que, inclusive, nos últimos 6 gols tomados, três jogos, teve apenas um dia para treinar.

Marcelo treinando saída de bola. Conhece algum zagueiro da foto? Lucas Uebel/Grêmio Oficial (via Flickr)

Aí vem a parte do “contexto amplo” referido acima. Nos últimos seis gols, só um foi culpa dos zagueiros (dois foram culpa dos erros de arbitragem). Os outros três foram resultado de bolas chutadas da intermediária. Sim, é um problema da DEFESA (porque não é só a zaga que defende), mas não é um problema da linha de zagueiros. Os volantes deveriam impedir isso. Foram os primeiros três que levamos dessa forma, ocorrendo exatamente em momentos onde não tínhamos o Maicon e a linha foi formada só com um titular. Esse posicionamento, pra mim, é que precisa de mais atenção.

Domingo tem Grenal e eu espero não ter que fazer um pós-jogo lamentando falhas defensivas. Nem velhas, nem novas.

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