Grêmio Libertador

2018 começa (bem?): Grêmio 1×1 Independiente

O Grêmio foi pra Argentina fazer o terceiro jogo da temporada tendo já que começar a decidir título contra o Independiente. É mais ou menos como acordar, se espreguiçar, ir ao banheiro e CHUAAAAA, um balde de água gelada, que estava em cima da porta, cai sobre a tua cabeça. E aí já tá todo mundo lá dentro do banheiro mesmo, chefe esperando que tu entregue o trabalho que era pra sexta, filho chorando com fome, cunhado pedindo grana emprestada. Então não foi o pior dos mundos para um Grêmio de pijamas, molhado, bafo da manhã e sem saber por que diabos estava com uma pantufa no pé direito e o chinelo de dedo cumpridor no esquerdo.

O primeiro tempo do Grêmio foi pavoroso. Renato inventou o Lima na ponta direita, só pra ter um motivo pras pessoas darem uma criticada nele. Só pra irritar. Porque não é possível que ele tenha visto futebol suficiente nos jogos do time de transição pra apostar tão alto tendo um Alisson muito bem como opção. De resto, escalação padrão para quem está disponível pra jogar. E não fizemos absolutamente nada em 45 minutos. Além do gol, claro. Bola mal atrasada pelo zagueiro para o colega e Luan bateu a carteira e deu um toquinho de leve pra fazer o nosso.

Luan jogou sozinho no primeiro tempo. Foto: Lucas Uebel/Grêmio Oficial (via Flickr)

O Grêmio não ia bem porque a linha de volantes com Maicon e Jailson ia muito pra dentro da linha de defesa e o Lima não ajudava a recompor. Junta com isso uma noite muito ruim do capitão e do Cícero, que erraram mais passes do que tentaram no jogo, e tava feita a merda: posse de bola do adversário na nossa intermediára. Mesmo assim, foram poucos os sustos – e só no primeiro tempo. Muito porque o desespero do Independiente era patente. Os caras estavam tão apavorados que tentaram ser malandrones. Mas com juiz de vídeo isso fica cada vez mais complicado. Tanto que o bandeira viu a cotovelada do centroavante deles no Kannemann. O FRAQUÍSSIMO juiz deu amarelo, mas teve a orelha puxada pelo juiz de vídeo que mandou expulsar. Dito e feito, Independiente com um a menos.

Porém, levamos um gol cagado. Bola na área e Cortez fez contra. Foi a senha para os argentinos ligarem o modo kamikaze. Mas foi um kamikaze videogame, com chance de começar outra vez. Porque o Grêmio estava muito longe de ser letal. O segundo chute a gol do Grêmio veio de uma falta inexistente no Cortez, que o Luan bateu no gol. Isso tudo em 45 minutos era como se os kamikazes fossem pular em uma piscina de bolinhas montada em um colchão inflável.

Começou o segundo tempo e nem o gol do Independiente fez a gente jogar melhor. Veja bem, precisávamos de um centroavante pra tirar ou o Cícero ou o Maicon, pararmos de errar passes e deixar o Luan iniciar as jogadas. Mas a alteração foi simplesmente Lima sai, entra Alisson. E o Independiente acabou naquele instante. Tivemos a bola, controlamos o jogo e fizemos o que todos os argentinos esperavam desde o primeiro minuto. Era o Campeão da América ali – mesmo que de pijamas, molhado, com bafo da manhã e remela nos olhos, lembrem-se.

O jogo ficou tão na feição que se a gente de fato tivesse um centroavante ia ter sido uns 4×1. Tivemos chance com Luan, com Cícero e com Everton claríssimas, que faltou um tantinho pra serem convertidas. Bateu o pavor no time deles que começou a se resguardar pra não perder em casa e tentar um empatezinho aqui. Deu tempo de entrar o Jael (embora eu preferisse um centroavante) e o Maicosuel, pra rimarem e pouco serem vistos pelo adiantado da hora.

Agora é se preparar pra semana que vem. Chance de vencer mais um título de expressão na Arena. De banho tomado, cheiroso, com café da manhã tomado e bem disposto, eu acredito mais no Grêmio que no seu adversário. Faltam 90 minutos e a vitória vem com título. Então, sim: começamos bem em 2018. Na medida do possível.

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