Grêmio Libertador

A cara de 2015 é meio anos 90

Muita gente tá bem de cara com a formação do elenco para 2015. Felipão tá mudando muito o modo como o Grêmio opera desde 2010, pelo menos, quando passou a formar planteis como na Europa, visando titulares e reservas além de alguns extras para o planejamento atual já nos primeiros meses da temporada. Um elenco de, geralmente, dois bancos e dois times (11+7+11+7, uns 36 jogadores). Desde 2010 tivemos um quarto lugar, um 12º em 2011, 3º em 2012, 2º em 2013 e um 7º nesse ano. Ou seja, por mais que não houvesse título, deu bons resultados (3 libertadores).

Marcelo Oliveira – Foto Rodrigo Fatturi/Grêmio Oficial (via Flickr).foços

Agora voltamos à década de 90. Menos de 30 jogadores (dizem que Felipão queria 24, como nas Copas do Mundo) para durar uma temporada inteira (uns 60 jogos, mais ou menos). É uma estratégia arriscada? Não sei, ninguém mais tentou. Era bastante criticada no passado: quatro jogadores no DM e já não dá nem pra fazer coletivo. É necessário trazer muita gente da base pra compor o time reserva. É bom para dar rodagem pra base, mas a rotatividade não permite muito entrosamento – o que leva ao velho modelo do “time titular”, ao invés do quem está melhor, joga.

E os reforços também indicam um retorno ao modelo de time daquele tempo. Marcelo Oliveira acabou de ser apresentado. É um volante que foi atirado pra lateral no Palmeiras e nem lá jogou todas as partidas nessa função. Isso é adequado ao regime de poucos jogadores no elenco (vira e mexe alguém precisa ocupar um lugar que não é seu). O problema é que jogadores “polivalentes” (alô André Vieira) geralmente não são bons em nenhuma das funções que se presta a ajudar. Mas é um cara alto (1,84m). O que me leva a arriscar um chute – nosso retorno ao regime anos 90 de futebol pode ser mais significativo ainda do que parece: jogar só com UM lateral de verdade e três zagueiros disfarçados.

Os laterais já tem função de marcação de bola aérea no Grêmio faz tempo (Pará perdeu várias bolas dessas, inclusive). Assim, ter um cara alto pra fazer aquilo melhora a cobertura defensiva. O Roger nunca foi um bom lateral. Sempre foi mais zagueiro do que qualquer outra coisa (tanto que encerrou a carreira assim). A tendência é que o novo “lateral” faça essa função. O que libera para mais meias e menos volantes para realizarem cobertura. O Arce compensava, valia por dois. Não consigo ver alguém no FUTEBOL MUNDIAL que possa fazer isso. De repente, 4 zagueiros (olha o Mário Fernandes fazendo falta na direita…) pra jogar com um volante só e três meias. Tá, não consigo ver o Felipão fazendo isso, mas me deixa sonhar.

A grande questão da temporada será: essa forma bem anos 90 de montar um elenco aguenta o tirão?

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