Grêmio Libertador

A corneta está vencendo

Quero pegar de gancho o outro lado da história envolvendo o lateral Fabrício, do nosso rival: o da torcida. E não a que veste vermelho, mas as brasileiras num todo. E inicialmente quero te perguntar: o que te faz ir ao estádio?

Para mim, ir ao jogo do Grêmio é mais que um simples programa. É um compromisso, uma religião. Só algo muito grave me deixa de fora da Arena. Além da partida propriamente dita, encontrar os amigos, beber aquela ceva gelada e botar os assuntos em dia também são fatores primordiais nesse compromisso.

Dentro da Arena, procuro ajudar o Grêmio a conquistar mais uma vitória, e nada me irrita mais do que torcedor corneteiro. Aquele cara que com cinco minutos de jogo já resmunga por causa de um passe errado já me tira do sério. Não quero pautar ninguém sobre como se portar no estádio, mas até que ponto este tipo de comportamento ajuda o time? A vaia, ao meu ver, atrapalha.

Saliento que esse é um comportamento do torcedor brasileiro e que ocorre desde sempre. Mas mirando para os vizinhos argentinos, confesso sentir inveja da maneira que eles torcem e vivem o futebol. Lá, a relação com o time é sanguínea e quem vai à cancha alenta o time os 90 minutos. O máximo que fazem quando a equipe não corresponde é se calarem. Vaia, jamais. A paixão fala mais alto e o papel de ser parte do clube é cumprido a risca.

Claro que o futebol acaba sendo uma válvula de escape para nossos problemas pessoais, mas descontar isso na equipe que tu ama me parece erro. Evidente que a manifestação de insatisfação deve ocorrer, mas no meu ponto de vista após o apito final. Acredito que quando vamos ao estádio, estamos ao lado do nosso time e pela paixão. Somos parte daqueles 11 que estão em campo e é nosso dever ajudá-los.

Neste novo cenário do futebol brasileiro, onde os ingressos estão cada vez mais caros e o perfil de quem vai ao estádio parece mudar, a única coisa que ainda sobrevive ao tempo é a corneta. Ela parece ser invencível.

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