Grêmio Libertador

A difícil arte do pós jogo

Tem uma coisa que eu fazia de bom grado, sempre: um pós jogo. Analisar o que vi e dividir com os amigos para ver o que achavam sempre me pareceu legal. O Enderson tá acabando com o meu prazer nisso. Tá difícil analisar alguma coisa sem que a terceira palavra seja um xingamento bem pesado. Mas vamos a mais um esforço homérico. Vai ser rápido e indolor, prometo – já que a própria imagem da dor já comanda o nosso vestiário.

O primeiro tempo foi o que sempre é: o Grêmio entrando em campo com um claro 4-2-3-1. Porém, com uma novidade: com o Fernandinho tivemos entrada na área, e o efeito foi um puxão para o Luan e o Giuliano chegarem mais perto. Fizemos dez minutos de bom futebol. Aí o ROTH (isso mesmo, o ROTH) viu o jogo – coisa que falta pro nosso treinero. Já que nossos volantes não encostam no zagueiro para receber a bola e, mesmo quando fazem, criam um rombo no meio de campo e obriga a ligação direta, ele botou o tal Dudu, o Alex e o Zé Love pra pressionar os zagueiros e o resto pra dentro da própria área. Resultado? Os nossos atacantes não conseguiam atacar e eles tiveram a bola por bem mais tempo que a gente. Ou seja, foram 35 minutos de pura inferioridade.

Nem com Barcos fazendo gol. Foto do Wesley Santos pro Grêmio Libertador

No segundo tempo, a coisa lógica a fazer era: não precisávamos de volantes e o Saimon não joga absolutamente nada na lateral esquerda, onde eles criaram as melhores chances. Mete um meia e tira o Saimon. Eu apostei que o Enderson não ia ver isso, mas, estava enganado. Porém, passou o Pará para o lado esquerdo e o Rodriguez entrou pra direita, praticamente num 4-4-2 (outra vez, pra mim um, 4-1-3-2). Logo no início, um balde de água fria: Luan perdeu a bola e, numa pifada, drible no Grohe e gol. O Giuliano desceu pro meio e seguiu apagado, porém, com mais posse de bola. O Rodriguez foi bem pra ponta e era a principal jogada a ser feita. Rodriguinho, o meia que entrou, segurou mais a bola. Mas foi do Fernandinho (ainda sem ritmo de jogo) que fez a jogada do primeiro gol: driblou, foi no fundo e OLHOU pra cruzar. O Barcos empatou. Depois, o Luan fez uma enfiada de bola espetacular e o Barcos fez outro. Levamos o empate em uma péssima bola parada defensiva, quando o Coritiba não oferecia tanto perigo e só pensávamos em quem faria o nosso terceiro.

Aí, o que decidiu o jogo foi o nervosismo. O time foi todo pro ataque, todo o mundo queria resolver, o Barcos perdeu um gol e tomamos um no final. Mas, mais uma vez, faltou pro treinador: enxergar o jogo e alterar ainda no primeiro tempo o panorama desenhado; força para fazer o time jogar o que era pra jogar (ou ele tava, mais uma vez, mentindo pras câmeras que sabia o que tava cobrando); tranquilidade para puxar o time para a manutenção do resultado positivo de maneira eficiente (não desistindo de jogar, como já fez).

Enquanto eu digitava essas linhas, a lógica falou mais alto: Enderson Moreira já não é mais empregado do Grêmio. Treinador, nunca foi. Lamento.

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