Grêmio Libertador

A Megalomania Tricolor

Foto: Diego Guichard

Hoje o dia trouxe à tona um debate que julgo interessante: gastar o que não e tem para tentar encerrar o jejum maldito de títulos importantes, ou manter-se dentro do orçamento para não onerar o clube, e estarmos em pé de igualdade com os demais adversários logo adiante? Eu confesso a vocês que se na diretoria estivesse, faria a segunda opção, mas a tentação da primeira é brutal e convidativa. Não há garantias de que gastando os tubos, as taças surgirão no armário Tricolor, mas obviamente, time campeão se faz com investimento. Por outro lado, esse mesmo time campeão, além de investimento, precisa de assertividade nas ações. Em 2013 tivemos nosso último ataque repentino de megalomania tricolor. Trouxemos inúmeros jogadores de renome, destaques em suas equipes, caríssimos, alguns de seleção brasileira. Qual foi o resultado prático disto? Nenhum título, folha salarial inchada, grupo com pouco comprometimento, equívocos inerentes aos que dispõem de muita grana no cofre e pouco conhecimento para acertar na mosca.

Eu prefiro a serenidade da direção atual. Sou cauteloso. Gastar o que não se tem agora, e tentar aquele título finalmente, correr pelas ruas de Poa com a camisa 7 do Grêmio e invadir a Goethe será lindo. Maravilhoso. Mas pode nos custar mais um longo e tenebroso jejum. Futebol não tem mágica. Os que se mantém sempre na ponta, estarão sempre mais perto do título. Os adversários estão fazendo contratações vultuosas. Gastando o que não tem em caixa. Recorrendo à TV, aos amigos ricos, empréstimos e tudo mais que podemos imaginar. Tudo para tentar erguer um caneco. Tenho certeza que um título, mesmo que nessas condições, nos traria tranquilidade e perderíamos muitos quilos encrustados nas nossas paletas. Mas eu não tenho saúde para um novo jejum. Menos ainda para um rebaixamento.

O ponto é que o título a qualquer custo nos trouxe até aqui. Os mais jovens estavam nas fraldas quando o Grêmio resolveu ser o Real Madrid dos Pampas. Gastou fortunas e mais fortunas. Montou equipes caríssimas. Não se preparou para a Lei Pelé por achar que a parceria com a famigerada ISL seria nossa redenção. Ganhamos a Copa do Brasil em 2001. Título lindo, time maravilhoso, que até hoje não vi parecido no Grêmio. Qual o custo dessa megalomania no inicio do século? Um rebaixamento e o maldito jejum. Senhores, não vale a pena.

A serenidade e austeridade, unindo-se ao trabalho sério e competente nos trará frutos logo adiante. O acerto nas contratações, sem sair da rota financeira é o que vai viabilizar o Grêmio nos próximos anos.  Eu não aguento mais passar esse tempo todo sem poder vibrar com uma conquista importante. Somos enormes e esse jejum não condiz com essa grandeza. Admito ser muito tentador torrar uma fortuna esse ano e buscar finalmente a tão sonhada taça, mas precisamos visualizar além do horizonte. O Grêmio está no rumo, espero que o pessoal obtenha acerto e consiga nos devolver o caminho das conquistas, porque eu não aguento mais perder. Menos Megalomania Tricolor, e mais competência na hora de montar time.

Saudações Tricolores.

Comparilhe isso: