Grêmio Libertador

A absurda diferença entre ter um juiz local e um de outro estado no Grenal

Passados alguns dias do Grenal 410, suas análises, discussões e flautas, vou tocar num assunto que há tempos queria, mas estava esperando o momento adequado pra não ficar com cara de mimimi, como algumas notas oficiais por aí. A diferença que faz ter um juiz que não seja daqui.

Fosse o Daronco, Vuaden, Chico Colorado (foto acima) ou qualquer outro da aldeia, teria dado falta no Sasha e mataria nosso gol antes mesmo da bola chegar no Luan. E não duvido que teria dado pênalti do Jaílson, tão chorado pelo Batista, ainda no primeiro tempo. Dois acertos do juiz, segundo o Gaciba (desconsidero a opinião do outro na matéria).

Essa minha impressão não é por ser paranóico ou reclamão. Fui atrás de números pra provar que, propositalmente ou não, a arbitragem local pesa pra um lado. Pra pegar um número redondo dentro de um período considerável, peguei os últimos 50 Grenais pra analisar, ou seja, todos os clássicos a partir do 361, realizado no dia 15 de setembro do fatídico 2004. Coincidentemente ou não, é quase o mesmo período em que o Noveletto comanda a FGF (2003).

Nestes 50 Grenais, tivemos 22 pelo Gauchão, 4 pela Sulamericana e 24 pelo Campeonato Brasileiro. No total, tivemos 13 vitórias do Grêmio, 17 empates e 20 derrotas, com 56 gols a favor e 62 contra. Se levarmos em consideração que neste período o Inter conquistou seus maiores títulos, a desvantagem nos enfrentamentos não seria tão surpreendente. Porém, essa desvantagem não parece ter sido só fruto de uma fase áurea do lado de lá. Vamos fazer um corte por campeonato:

Se vê uma clara desvantagem no campeonato estadual, enquanto que no Campeonato Brasileiro e mesmo na Sula, existe equilíbrio nos números.

Agora, um comparativo levando em conta o mando do Grenal:

Nesta tabela, chama atenção o fato do Grêmio ter o mesmo número de vitórias, seja em casa ou fora, e o elevado número de empates com mando gremista: quase metade dos jogos na casa tricolor terminaram sem vencedor. Como neutro, considerei os jogos no Atílio Paiva, em Rivera, e no Colosso da Lagoa, em Erechim, mesmo que eles tenham tido mandante pelas tabelas do Gauchão. A título de curiosidade, o Grêmio foi mandante em Rivera (onde teve sua vitória) e em um dos jogos em Erechim.

Se a gente separar por campeonato os jogos que o Grêmio mandou, temos a tabela abaixo:

OPA! Nenhuma vitória em casa pelo estadual! Vejamos só os jogos com juízes da FGF:

Ora, é UMA MÍSERA vitória em 13 jogos. Comparem com os números com Grenais com arbitragem de outros estados:

Que diferença! São 5 vitórias em 8 clássicos. Ou seja, o Grêmio tem um aproveitamento acima de 70% quando tem uma arbitragem de pra lá do Mampituba e só 28% quando algum juiz da FGF comanda o clássico em nossa casa. Vejam bem: aqui não estão listados erros ou decisões polêmicas dos juízes e auxiliares, nem comemorações de pênaltis dos 4º árbitros. Apenas foram levados em conta os números finais dos clássicos. Por mais que se acredite na idoneidade dos profissionais(?) do apito, não é possível que estes números sejam considerados normais ou mera casualidade.

Não resta mais dúvidas por que o Grêmio pede (e deve continuar pedindo) que os Grenais não tenham arbitragem local. Pelo menos, enquanto Noveletto e sua turma estiverem à frente do futebol no Rio Grande do Sul.

*O levantamento ficou bem extenso, por isso, não postei todos os dados, como as tabelas com resultados com mando do Inter por exemplo. Se conseguir, aprofundo um pouco mais num próximo post, cruzando juízes x mando de campo x resultado.

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