Grêmio Libertador

A autópsia do Rui Costa

E o Grêmio fez o mínimo que se esperava depois de 3 eliminações seguidas nas oitavas de final de uma Libertadores: demitiu o responsável pela formação de TODOS esses elencos. Seja complementando, como foi o caso de 2013, seja montando tudo, como foi o caso em 2014 e 2016. Como ele saiu ainda se achando injustiçado e falando que deixou um “legado”, resolvi mostrar todas as contratações dele no comando do Grêmio. Foram 47 jogadores em quatro anos de Grêmio (alguns falam em 48, devo ter deixado passar alguém). Abaixo a lista, ano a ano.

Em verde as que deram certo, em amarelo as com algum porém e em roxo as ridículas.

Fui bastante condescendente com as que deram certo. Ou seja, algumas contratações que deram certo tem gente que contesta – e está no seu direito. Por exemplo, o Barcos, que chegou por um caminhão de dinheiro e não rendeu o suficiente em 2013, mas foi muito bem em 2014. Pra mim, 7 de 47 foram boas contratações, jogadores que aprovaram. Isso dá um aproveitamento de, veja bem, 14,7% nas contratações.

Agora as contratações que alguém pode considerar boas, mas eu vejo um porém. Explico uma a uma, pra deixar bem claro.

Dida: Foi bem em 2013, porém, o Grohe estava voando em 2o12 e teria feito uma temporada tão boa quanto (2014 mostrou isso). Mais inchou a folha e atrasou o reconhecimento do Marcelo que qualquer outra coisa.
Rhodolfo: Ótimo zagueiro. Contratado a pedido do Renato, estava encostado no São Paulo e estancou o nosso problema crônico em bolas aéreas (lembra alguma coisa a alguém aí?). Porém, para ser comprado, envolveu a troca pelo ótimo Souza, mais novo e jogando mais a frente. O volante foi vendido ao futebol turco por 8 milhões de Euros e, de quebra, contratamos a naba do Edinho pro lugar.
Vargas: embora eu não não tenha gostado desse jogador, pode-se dizer que fez uma boa temporada. Porém, com o valor astronômico acertado para a transferência em definitivo, era pra ser um extraclasse em um momento importante. E, definitivamente, não foi.
Alan Ruiz: um jogador muito bom, com potencial, mas inexplicavelmente mal aproveitado pelo Felipão. Entra nessa lista porque o diretor de futebol não viu isso e deixou sair do time. Esse ano arrebentou pelo Cólon e estava arranhando a grade pra voltar. Nem assim veio.
Dudu: mesmo caso do Vargas. Acabou em um time com mais bala na agulha.
Maicon: foi razoável em 2015. Era um jogador melhor que o que tínhamos e que veio de graça. Não ficaria em amarelo se não fosse a inexplicável renovação por um caminhão de dinheiro, acima dos 30 anos e podendo desembarcar de graça em seis meses.

Se a gente considerar como positivas as contratações em amarelo, o número sobe de 7 para 13. E aí o aproveitamento sobe para incríveis 27%. Os que eu deixei em branco não fedem nem cheiram. São jogadores comuns que poderiam ser substituídos por jogadores da base sem prejuízo algum. Então, são desperdício de dinheiro – ou aposta mal avaliada que deu errado, como queiram.

Agora, temos as contratações vergonhosas. Os itens em roxo dão bem a dimensão do motivo de eu considerar o Rui Costa um amador bem remunerado há muito tempo.

André Santos: Muito ruim. E o pior, freou o Alex Telles.
Cris: A coisa mais abominável que já tivemos na defesa desde a segundona.
Adriano: alguém lembra que o Adriano veio do Santos para o Grêmio?
Welliton: nunca fez gol a vida toda. Seguiu nessa regularidade aqui.
Matías Rodriguez: lateral caro que ficou uma temporada inteira no banco. Quando parecia que ia engrenar, no ano seguinte, fez aquele Grenal horroroso.
Marquinhos Pedroso: alguém lembra que esse lateral jogou pelo Grêmio?
Edinho: nunca serviu pra nada. O que mais deixa ele como roxo foi a justificativa da contratação – seria uma substituição ao Souza (como substituir um carro por um quadro do Romero Brito).
Fernandinho: um caminhão de dinheiro por DOIS gols. Nunca foi de fazer na carreira, aqui só manteve a sina.
Paulinho: nem físico de jogador profissional tem.
Lucas Ramon: outro lateral da categoria QUEM?
Willian Schuster: por onde anda, hein?
Cristian Rodriguez: talvez o maior mico da história das contratações. Veio com a dobradinha DM/DF: lesionou-se duas vezes e desistiu de jogar no Grêmio.
Braian Rodriguez: outro cara que não se sabe qual foi o motivo de ter vindo para o clube. Historicamente era uma negação com histórico de fazer dois gols no Grêmio. Com dois gols pelo Grêmio deve estar com a conta quitada.
Vitinho: por onde anda, hein?
Kadu: veio de graça? Sim. E deve sair de graça também: é outro cara que desistiu de jogar no Grêmio com cerca de dois meses de contrato. Alguém explica?
Wallace Oliveira: por mais que seja prematuro falar de jogadores contratados esse ano, o cara perdeu a vaga para um volante improvisado.

São 16 contratações ridículas. 15 jogadores que todo o mundo sabia que não iam dar em nada (Cristian Rodriguez não conta), embora um ou outro torcedor mais positivo tivesse pensado no “talvez de certo”. Isso praticamente zera o balanço do nosso ex-contratador. Um cara que, de bônus, nos deixou o Marcelo Oliveira renovado até 2017, que  contratou o Pará em definitivo. Todos os anos na mesma situação: um primeiro semestre ruim, com troca de treinador no meio, reforços pra se dar bem no segundo semestre com um novo treinador tirando leite de pedra.

Pacheco nem devia ter vindo. Rui já foi tarde. Foto do Lucas Uebel/Grêmio Oficial (via Flickr)

Quinze jogadores contratados em média em cada temporada pra tirar um time titular que já vinha com uma base do ano anterior. Um aproveitamento de 30% (sendo BEM bondoso). Isso é, no máximo, repetir o Pelaipe. Ainda mais com a quantidade cada vez menor de acertos, conforme os anos avançam. Já foi tarde.

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