Grêmio Libertador

Contos da Carochinha III – A era Mano Menezes

Depois do péssimo começo de ano, a ideia da direção foi mudar de rumo. Além de trocar o comando, o começo do trabalho do Mano Menezes  já teve uma lista de onze dispensas, três voltando para a base e oito treinando em separado. Destes, seis jogadores haviam sido contratados no início do ano, quase todos com contrato até o fim de 2005. Mas não parou por aí. Ao longo da competição, o goleiro Eduardo foi embora; Somália, artilheiro do time, também foi mandado, em uma atitude surpreendente, em função de problemas disciplinares.

Como reforços vieram para a defesa Domingos, que estava no Santos; Raone, do Juventude, para a lateral esquerda; Patrício de uma fábrica de calçados, ou churrascaria, segundo alguns; e Pereira , da Portuguesa. Para o meio, Júlio Rodriguez, do 15 de Campo Bom e Marco Aurélio, o famoso Jacozinho; e, no ataque, Tiago Duarte. Todos indicações do treinador e muitos oriundos do já terminado Campeonato Gaúcho.

Foi no início desse “segundo estágio” que o Conselho Deliberativo resolveu intervir. Mauro Knijnik criou internamente um conselho de seis ex-vice presidentes de futebol para auxiliar a direção, contando, inclusive, com o capitão que fugiu da barca furada em 2004, Saul Berdichevski. Além dele, Antônio Vicente Martins, André Krieger, César Pacheco, Rudi Armin Petry, falecido recentemente, e Raul Régis de Freitas. Óbvio que isso levou à forte rejeição, principalmente para quem ficou de fora. Isso é uma clara demonstração que o CD do Grêmio não sabia bem o que fazer e , mais uma vez, se encontrava em frangalhos. Tanto que, tempos depois, os próprios membros da comissão davam garantias que não teriam influência nenhuma no futebol. Mas o mais importante era aparecer no jornal. Ainda bem que isso é diferente hoje, não é?

A confiança de Odone em Mário Sérgio começou a ruir depois das péssimas atuações contra o Náutico, no Olímpico (2×2) e Caxias, no Centenário (1×1), além das lacunas que se formaram com as lesões de Samuel, Paulo Ramos e Pedrinho. Sentindo o possível retorno da pressão das raposas do conselho deliberativo, além de “meter a mão”, Odone, o centralizador, colocou Renato Moreira em um posto “alternativo”, trazendo novamente a figura de um vice de futebol, embora com outro nome  (o que aconteceu novamente em 20008, com a entrade de Meira, Kuelle e Krieger no futebol depois da saída do Pelaipe). E é a partir dessa terceira fase que os DVD’s geralmente começam, deixando de lado as peripécias do início do ano.

No time, seguiram contratações. Ainda com Mário Sérgio no comando, embora reclamando de interferências, vieram Marcel e Osmar, ambos do Palmeiras. Ao mesmo tempo, o pouco aproveitado Júlio Rodriguez foi mandado para a China.

Porém, o fato novo dessa fase é outro: a venda de Anderson para o grupo Gestifute, de Carlos Leite em junho de 2005. O garoto era considerado o melhor jogador do Grêmio no momento. Como assim vender? A situação ficou desesperadora. Tanto que, alguns dias depois do episódio, tomamos uma sonora goleada de 4×0 para o Anapolina. O momento mais crítico do ano foi respondido com a apresentação de Sandro Goiano como reforço. Porém, era demais para o presidente e alguém devia pagar. Assim, Mário Sérgio foi demitido. A partir daquele momento não existiria mais o cargo de Diretor Executivo, cargo revolucionário no Grêmio, até a chegada de Mauro Galvão. As funções, porém, acabaram ficando com Pelaipe. Na “era Mário Sérgio” foram 38 jogadores contratados e onze dispensados ou negociados. Na conta incluo Luiz Fernando, que se recuperava no Olímpico  e acabou ficando, e Marcelo Costa, que chegou um dia depois da sua saída.

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