Contos da Carochinha III – A era Mano Menezes

0 Postado por - 11 de julho de 2012 - Artigos

Depois do péssimo começo de ano, a ideia da direção foi mudar de rumo. Além de trocar o comando, o começo do trabalho do Mano Menezes  já teve uma lista de onze dispensas, três voltando para a base e oito treinando em separado. Destes, seis jogadores haviam sido contratados no início do ano, quase todos com contrato até o fim de 2005. Mas não parou por aí. Ao longo da competição, o goleiro Eduardo foi embora; Somália, artilheiro do time, também foi mandado, em uma atitude surpreendente, em função de problemas disciplinares.

Como reforços vieram para a defesa Domingos, que estava no Santos; Raone, do Juventude, para a lateral esquerda; Patrício de uma fábrica de calçados, ou churrascaria, segundo alguns; e Pereira , da Portuguesa. Para o meio, Júlio Rodriguez, do 15 de Campo Bom e Marco Aurélio, o famoso Jacozinho; e, no ataque, Tiago Duarte. Todos indicações do treinador e muitos oriundos do já terminado Campeonato Gaúcho.

Foi no início desse “segundo estágio” que o Conselho Deliberativo resolveu intervir. Mauro Knijnik criou internamente um conselho de seis ex-vice presidentes de futebol para auxiliar a direção, contando, inclusive, com o capitão que fugiu da barca furada em 2004, Saul Berdichevski. Além dele, Antônio Vicente Martins, André Krieger, César Pacheco, Rudi Armin Petry, falecido recentemente, e Raul Régis de Freitas. Óbvio que isso levou à forte rejeição, principalmente para quem ficou de fora. Isso é uma clara demonstração que o CD do Grêmio não sabia bem o que fazer e , mais uma vez, se encontrava em frangalhos. Tanto que, tempos depois, os próprios membros da comissão davam garantias que não teriam influência nenhuma no futebol. Mas o mais importante era aparecer no jornal. Ainda bem que isso é diferente hoje, não é?

A confiança de Odone em Mário Sérgio começou a ruir depois das péssimas atuações contra o Náutico, no Olímpico (2×2) e Caxias, no Centenário (1×1), além das lacunas que se formaram com as lesões de Samuel, Paulo Ramos e Pedrinho. Sentindo o possível retorno da pressão das raposas do conselho deliberativo, além de “meter a mão”, Odone, o centralizador, colocou Renato Moreira em um posto “alternativo”, trazendo novamente a figura de um vice de futebol, embora com outro nome  (o que aconteceu novamente em 20008, com a entrade de Meira, Kuelle e Krieger no futebol depois da saída do Pelaipe). E é a partir dessa terceira fase que os DVD’s geralmente começam, deixando de lado as peripécias do início do ano.

No time, seguiram contratações. Ainda com Mário Sérgio no comando, embora reclamando de interferências, vieram Marcel e Osmar, ambos do Palmeiras. Ao mesmo tempo, o pouco aproveitado Júlio Rodriguez foi mandado para a China.

Porém, o fato novo dessa fase é outro: a venda de Anderson para o grupo Gestifute, de Carlos Leite em junho de 2005. O garoto era considerado o melhor jogador do Grêmio no momento. Como assim vender? A situação ficou desesperadora. Tanto que, alguns dias depois do episódio, tomamos uma sonora goleada de 4×0 para o Anapolina. O momento mais crítico do ano foi respondido com a apresentação de Sandro Goiano como reforço. Porém, era demais para o presidente e alguém devia pagar. Assim, Mário Sérgio foi demitido. A partir daquele momento não existiria mais o cargo de Diretor Executivo, cargo revolucionário no Grêmio, até a chegada de Mauro Galvão. As funções, porém, acabaram ficando com Pelaipe. Na “era Mário Sérgio” foram 38 jogadores contratados e onze dispensados ou negociados. Na conta incluo Luiz Fernando, que se recuperava no Olímpico  e acabou ficando, e Marcelo Costa, que chegou um dia depois da sua saída.

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8 + comentários

  • Daniel - jlle 11 de julho de 2012 - 15:24 Responder

    “Não sou muito trombador…” (GOIANO, Sandro)

    Um verdadeiro Pirlo.

  • juca 12 de julho de 2012 - 08:26 Responder

    Técnico velho e ultrapassado, jogando futebol velho e ultrapassado da escola gaúcha, com direção e elenco piores que os nossos vencendo Copa. Que coisa, né miguxada Luxemburguista?

  • Marcelo tricolor 12 de julho de 2012 - 08:44 Responder

    Odone apenas se repete…enquanto isso aquela raposa felpuda (Felipão) levanta mais um caneco com aquele papinho de time pequeno contra tudo e contra todos…

  • Guilherme Pereira 12 de julho de 2012 - 09:35 Responder

    Cara eu sei que o momento e o assunto não são esses, mas estava pensando já que não deu o AC/DC por que não trazemos os Stones para o show de abertura da arena, eles nunca estiveram aqui em Porto Alegre e essa seria uma oportunidade única. Agradaria os mais jovens e os mais velhos. Se gostaram da idéia poderiam levar adiante ok?

  • Daniel Souza 12 de julho de 2012 - 12:22 Responder

    Palmeiras campeão da Copa do Brasil e nenhum convocado pra selecinha.
    Corinthians último campeão do Brasileirão e LA… ninguém convocado também.
    Treinadores gaúchos que não tem vergonha de jogar feio e são vencedores.

    Talvez aí se explique a Seleção do Mano pra agradar a Globo e comentaristas do centro do país. Perde da Argentina e é exaltada!

  • Ronaldo 12 de julho de 2012 - 21:02 Responder

    Juca, o Palmeiras ganhou no apito. E o Felipão só foi ganhar essa Copa do Brasil após dois anos de fiascos: eliminação na semifinal da Sula em 2010, em casa e de virada, depois de ter vencido o primeiro jogo fora, para o rebaixado Goiás; eliminação da Copa do Brasil no ano passado para o Coritiba tomando 6 a 0 no jogo de ida; dois anos sem chegar sequer a uma final de paulistão; melhor colocação em brasileiros foi um modesto 10º lugar.
    Qualquer treinador no Grêmio que tivesse acumulado metade desses insucessos teria sido mandado embora há muito tempo sob os aplausos de torcedores como você. Futebol se ganha com continuidade e não fazendo terra arrasada a cada fracasso. Aí mandam embora um treinador por que é faceirinho, demitem outro por que é retranqueiro e aí vai. Quando se teve um mínimo de continuidade, o Grêmio esteve bem perto de ganhar algo com times até limitados, em 2006 e 2007 com o Mano (sempre xingado de retranqueiro), depois em 2008 com o Roth (idem). Para ambos faltou aquele acréscimo de qualidade no time que a direção não soube dar.

  • heraldo 13 de julho de 2012 - 11:18 Responder

    não existe tecnico que de jeito na baitolagem no vestiario do GREMIO.

  • André Baptista 13 de julho de 2012 - 16:27 Responder

    Isso ai ronaldo, precisamos de continuidade e união política no Grêmio, por que a cada troca de comando, é uma falação, uma diz que as cagadas foram da anterior e assim sucessivamente…

    É brabo.

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