Já que não dá pra reclamar da campanha um monte de chatos de galocha têm procurado motivos para falar mal do Grêmio de 2013. Esse Grêmio que, finalmente, fez jus à promessa de campanha do Koff de montar um Grêmio com cara de Grêmio (ele forçou a barra com aquele que não se deve nominar mas a culpa também foi tua). Não tem como não ser mais. Cresci ouvindo que o Grêmio era ruim (mesmo hexa no Ruralito), depois que só tinha uma jogada (Paulo Nunes cruzando pro Jardel) e que ganhávamos na sorte, como com o Tite em 2001. Então, esse Grêmio que está aí é a cara do Grêmio desde os anos 80, o que eu acostumei a ver. O Grêmio das vitórias mais emblemáticas, diga-se.
Renato no treino, mostrando suas habilidades – foto do Flickr do Grêmio
Pois bem, pra além do tradicional chorume nada original de anõezinhos ranzinzas, há uma nova mania na imprensa e em setores da torcida em geral. Pegar no pé do GRANDE RESPONSÁVEL por fazer esse RIQUÍSSIMO PLANTEL (o melhor desde 2001) jogar essa bola redonda: Renato Portaluppi. “Ah, mas o futebol é feio”. Não, feio é roubar e não conseguir carregar. É um futebol pragmático, que busca resultado e que tem boas opções de bola parada, boas variações táticas, não tem pressa de fazer o gol e não se importa de jogar SEM A BOLA, coisa que, faz tempo, não fazíamos. Aí nos organizamos melhor, roubamos a bola e vamos pra cima, sem se punhetar com bolinha pro lado, como fazíamos nos últimos anos (a prova tá aqui).
Então sobra só o extra-campo. É reportagem da filha dele dali, alfinetada daqui. E contagiou a ponto de eu já ter visto muita gente boa dizendo que “pelo menos ele podia parar de ficar se vangloriando”. Não. Se ele parar de fazer isso, vai deixar de ser o Renato. O cara que já desafiou Romário e Edmundo para ver quem era o Rei do Rio (não, essa foto não é montagem, foi tirada depois do título com gol de barriga) e que sairia pelado pelo Rio caso o Fluminense caísse está bem light, até, na versão treinador. A flauta faz parte dele. Não adianta jornaleirozinho ficar procurando frases barcelonásticas para tentar criar inimizade com a torcida. O torcedor tem que saber quem é o seu comandante e rir com ele desse bando de cri-cri que morre de inveja do que ele já conseguiu como jogador e vem conseguindo como treinador. As tiradas dele só podem causar dor de cotovelo.
E mais: se alguém tem que ficar se gabando, é muito melhor que seja o treinador. Ele que gaste o ego da equipe. Deixa a humildade pro time. Tá de bom tamanho.
