Grêmio Libertador

Derrota acachapante, erro do Roger

Foi ridículo. Tá certo que temos vários problemas para escalar. Mas a derrota de hoje não passou necessariamente pela falta de qualidade da reposição. Foi erro do Roger, basicamente. PRIMEIRO: Não sei qual é a real condição do Douglas, mas não dá pra poupar jogador em campeonato brasileiro. Ainda mais um RESERVA (o titular é o Miller). Mas, se quer mesmo dar essa folga pro nosso 10, pelo menos muda SÓ ESSA POSIÇÃO – não vai lá cagar o que funciona. E o que é que funciona nesse time? O LUAN CENTROAVANTE. É a única certeza que se tem sobre o Grêmio.

O SEGUNDO erro do Roger foi insistir com Ramiro e Walace de volantes. O 17 é RESERVA DO 5. E só. Não consegue jogar em outra posição. Isso porque ele insiste em jogar igual (mas pior) que o nosso titular. Maicon é um cara que chega pra jogar, que tenta armar quando o time está marcado. Posso não gostar do futebol dele, mas não posso negar isso. Temos duas opções para fazer isso: Giuliano recuado ou Jaílson. Como o nosso 8 não é tão bom na marcação, era óbvio (e o jogo contra o Vitória e Chapecoense mostraram isso) que o guri tinha que ser titular ao lado do Walace.

Mas isso foi resultado do TERCEIRO erro do Roger: Bobô. Não acho ele um horror, mas ele simplesmente não serve no esquema do Grêmio que funciona desde o ano passado. Insistimos nesse erro no primeiro semestre, até uma lesão tirar ele de campo e, finalmente, voltarmos pro sistema com o Luan na frente. Precisamos de movimentação ali na frente. Precisamos de participação. Precisamos de bons passes. Com menos de cinco minutos, Bobô perdeu de fazer o gol porque esperou a bola chegar e deu espaço pro lateral entrar rasgando e cabecear pra fora. E perdeu a bola em um passe de DOIS metros que deu contra-ataque pro Atlético no primeiro gol.

O time do Grêmio geralmente consegue evitar infiltrações dentro da área, e assim controla diversas partidas. Porém, enfrentou um time ruim com excelentes batedores de média distância. O time deles praticamente não entrou na área e finalizou perto de 20 vezes. Isso porque, quando defendendo, Walace e Ramiro voltam muito pra perto da linha dos zagueiros. Maicon puxa essa linha, Jaílson faz o mesmo. Sem algum deles ali, era um latifúndio pra chutar. E o Grohe empilhou defesas, tanto no primeiro quanto no segundo tempo.

A vibe do jogo: desorganização. Foto: Lucas Uebel/Grêmio Oficial (via Facebook)

Havia exatamente o mesmo espaço no time do Atlético. E o único que tenta chutar de fora, o Jaílson, tava no banco. Junto com isso, a marcação deles foi apenas sobre os laterais, colocando um 4-4-2 onde os pontas acompanhavam o tempo todo tanto o Marcelo Oliveira quanto o Edílson. Aliás, se queria inventar, o Roger podia ter colocado o Marcelo Oliveira na zaga e o Hermes na esquerda. Mas, né.

O segundo gol foi um acidente? Sim. Porém, as outras bolas não entrarem – tomamos trezentas bolas de fora da área – foram mérito do Grohe. Se não fosse ele, era uma surra histórica. Assim, deixa o André Lima comemorar o golaço que fez. Aliás, o cara vem em ótima fase desde o ano passado, no péssimo Avaí.

Prefiro pensar que essa atuação muito abaixo, completamente ocasionada pelo Roger, seja apenas um ponto fora da curva. Para um técnico com 60% de aproveitamento, esse foi o primeiro jogo que perdemos inapelavelmente em 11 partidas. Ou seja, errar hoje não torna o Roger um demissionário. Ele tem muitos méritos e tinha mais de meio time fora por algum tipo de lesão. Perdemos pela “hierarquia” que ele falou no meio da semana: ele prefere colocar ruim tarimbado no lugar de bom da base como primeira opção. É um bruxismo, como todo treinador tem. Se vai insistir? Prefiro acreditar que ele tem a HUMILDADE de aprender com os erros. Né Roger?

Pra nossa alegria, o esquentadinho Ramiro se expulsou no final do jogo, obrigando o Grêmio a começar o próximo jogo com a melhor dupla disponível de volantes. Com a volta do Douglas, o único problema volta a ser a defesa. E com a atuação do Thyere, Marcelo Hermes deve voltar pra lateral, para o Oliveira completar a vaga. É isso. Simplificar pra conseguir o melhor resultado.

Entramos no jogo mirando a liderança. Saímos do jogo fora do G4. Ainda temos que fazer 10 pontos em 12 para manter a projeção. Ou 12 em 12 pra recuperar os 8 da outra passagem.

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