Grêmio Libertador

E a sorte chegou.

Se em alguns momentos praguejamos que não tivemos sorte, seja porque o juiz deu um impedimento inexistente, seja porque a bola bateu no cara e sobrou pra um chute, seja porque o adversário só deu um chute e foi gol, agora, nesse exato momento, ela compensou. O Dida foi monstruoso (mais uma vez, diga-se, o cara acerta milhares de vezes mais do que falha), defendeu algumas bolas à queima roupa. Até sou capaz de afirmar que foi o jogo onde ele mais trabalhou com a nossa camiseta. Saiu sem tomar gol por dois lances de sorte: o zagueiro deles, no final do jogo, chutando pra fora de dentro da pequena área e o Luís Fabiano, alguns minutos antes, quando pegou uma bola sobrada e mandou pelo lado. Até bola na mão com o Héber no apito não foi pênalti.

Dessa vez, Vargas socou o São Paulo

E foi tanta sorte que, pela primeira vez, não há quem possa afirmar que não jogamos mal. Na verdade, eu até questionaria isso dizendo que nem sequer jogamos. A escalação do 4-3-2-1 foi um verdadeiro e retumbante fiasco. A função dos atacantes de marcar os avanços do lateral funcionaram em um jogo de futebol, já em Muricyball, não funciona. Onde é que alguém viu um lateral dele subir? Pra fechar, ele foi lá e colocou o Paulo Miranda na lateral. Um zagueiro. Ou seja, o Vargas, Caxias que é, fez função tática marcando os avanços de um ZAGUEIRO. O Kléber só não fez o mesmo de relapso que é. Eles ainda tinham um meia e meio (o Jadson é mais volante) e dois atacantes – um que segurou o Pará o jogo inteiro e o outro que segurou os outros 3 defensores. Aí não tínhamos o que fazer: a bola no meio não ficava pros volantes morderem, na defesa deles era chutão e o ataque segurava. Nossos 3 volantes foram completamente inúteis. Tão inúteis que o Renato, vendo isso, mandou o Ramiro subir mais e abrir pela direita, deixando uma avenida pro Wellington subir.

O segundo tempo foi tão feio quanto. Não havia possibilidade de conseguirmos atacar. A bola, quando era roubada, era chutada pra frente. Os volantes começaram a marcar nossos zagueiros e a coisa ficou bem feia. Até que, numa das únicas saídas de trás com velocidade (a terceira e última), Alex Telles foi mandado ao fundo, cruzou pro Kléber errado e o Vargas fez o gol se antecipando lindamente aos zagueiros atordoados. Se ganhamos, foi por causa do chileno, que acreditou numa bola que não era pra ele. E depois foram mais 20 minutos de um filme de terror.

Ganhamos e é o que importa. Mas isso daí já é sacanagem com o torcedor.

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