Grêmio Libertador

É no campo

O jogo de ontem entre Brasil e Chile colocou no centro do debate a questão emocional dos atletas brasileiros. Para alguns, ela está sendo fundamental para o mau desempenho da seleção. Já para outros, é apenas uma cortina de fumaça que esconde problemas técnicos e táticos do escrete canarinho.

Se fosse para escolher um ponto de vista, ficaria com o segundo. Entretanto, penso que o problema emocional está atrapalhando a seleção, e muito porque Felipão não consegue dar um padrão ao time. O esquema tático está superado e o bigodudo parece estar sem criatividade para mudar o esquema e as partidas, ou seja, as más atuações e o medo da eliminação eminente estão afetando o lado emocional de um time sem alternativas, ou melhor, com uma alternativa: Neymar. Além disso, jogar em casa pressiona ainda mais a família Scolari.

Desde 2001 sem uma conquista expressiva, a pressão por títulos é uma rotina gremista. Conforme o jejum aumenta, jogadores, comissão técnica e dirigentes têm que conviver não só com adversários, mas também com essa ansiedade que a torcida carrega há anos.

Que o nosso treinador faça o time jogar (Foto: Lucas Uebel, Flickr oficial do Grêmio)

Por mais que essa nossa ansiedade possa atrapalhar em determinados momentos, penso que ela nunca será um fator determinante. O que precisamos para voltar a vencer é jogar um bom futebol com alternativas táticas e criativo.

Acredito que com o elenco atual, Enderson Moreira pode fazer um excelente trabalho. A pressão da torcida deve ser respondida dentro de campo, com uma equipe competitiva e pronta para vencer, inclusive considerando aspectos emocionais.

Seja o Brasil ou o Grêmio, as questões extra-campo serão deixadas de lado se dentro das quatro linhas o futebol apresentado for promissor. Se Felipão está tendo dificuldades em fazer a seleção jogar bem, que Enderson aproveite essa pausa e dê ao Tricolor a cara de uma equipe vencedora, afinal de contas, é na cancha que se vence.

Comparilhe isso: