Grêmio Libertador

Empate sofrido: Grêmio 1×1 São José

Não foi sofrido pela atuação, mas pelas circunstâncias do jogo. Começando com o quão sofrido foi chegar na Arena, já que choveu o mundo instantes antes de iniciar o jogo. O público de 6 mil é algo impensável para quem viu o que se formou no céu de Porto Alegre. Se ao menos 4 mil que normalmente vão faltaram, foi mais sofrido para o Grêmio as ausências na escalação. Sem Douglas (com Miller), sem Pedro Rocha (com Fernandinho), sem Luan (com Éverton), sem Edílson (com Léo Moura) e ainda sem uma solução para a saída do Walace, atacar um time retrancado seria muito sofrido. E foi.

Mais um grande jogo do Miller. Partiram dele todas as boas jogadas do Grêmio. Principalmente no primeiro tempo com o Ramiro e um pouco de apoio do Léo Moura. Embora o primeiro chute a gol tenha sido do Cruzeiro houve supremacia grande das chances vindas do Grêmio. Mas o arremate sempre sofrido, mascado, pra fora. Foram poucas as grandes defesas no jogo todo. Finalizamos primeiro com Miller pra defesa do goleiro, depois Ramiro pra fora, Miller outras vezes de fora da área pra fora. O primeiro tempo dava a ideia de que um gol era questão de tempo (e ser mais preciso lá na frente). Everton fazendo a função do Luan mostrou velocidade e fechou uma linha de 4 na frente. Fernandinho foi ele mesmo (bem abaixo do necessário) e El Loco Ramiro era o único em verdadeira sintonia com o nosso 23.

Segundo tempo, os dois times sem mudanças. Depois de neutralizar o Léo Moura botando um ponta nas suas costas o São José resolveu abandonar a postura mais equilibrada e passou a enrolar pro jogo terminar empatado. O que era óbvio, ainda mais na Arena. O Renato querendo jogar o time pra frente tirou o Jaílson (mais uma vez sem render o que é preciso pra posição) e botou o Lincoln, trazendo o Ramiro pra trás. Miller fez o meio e lado direito, algumas vezes embolando com o Fernandinho, e o mesmo ocorria no outro lado, com Lincoln. Mas foi do 27 a jogada do gol. Miller pegou pela esquerda, passou pro Lincoln que levantou a bola com grande visão. O equatoriano arrumou com a mão (deu pra ver no replay) e chutou na saída do goleiro, botando o Grêmio na frente. Sofrido, por óbvio.

Miller sobrando. Foto: Lucas Uebel/Grêmio Oficial (via Flickr)

Aí o Grêmio resolveu esperar um pouco mais de saída do adversário. Mas aí o juiz resolveu terminar de cagar a partida. Se o lance de mão do Miller foi difícil de ver (assim como o pênalti no Marcelo Oliveira), o monte de faltas não foi. Nem o escanteio em lance com o Everton. Muito menos a falta de critério de deixar o São José segurar o jogo e ser extremamente – mesmo, eu nunca vi isso no futebol – com a cera do Grêmio. Amarelo no Grohe, depois no Maicon. E aí o Grêmio todo (torcida, treinador e jogadores) começou a ficar pilhado. Renato tentou defender o resultado trazendo o Arthur pro lugar do Miller. Ao invés de devolver o Ramiro pra ponta direita, não sei se o cansaço ou a vontade do treinador colocou o time pra defender com três volantes, Maicon mais na frente.

E aquele jogo sofrido não poderia terminar de outra maneira. Aos 42 do segundo tempo Maicon correu para dar um bote no goleiro, chegando atrasado. O goleiro passou pro zagueiro e o capitão, cansado, amarelado e ainda muito abaixo do final do ano passado, entrou frouxo no zagueiro ainda no campo adversário. Aquela bola foi passada para o meia, que abriu na Avenida Marcelo Oliveira o que, óbvio, termina em cruzamento. O adversário que entrava no primeiro pau tentou dominar e a bola nas suas costas mordeu. Esse movimento tirou o Arthur da jogada e a bola sobrou livre pro outro volante pegar de primeira e jogar no canto do Marcelo Grohe.

Os últimos minutos foram um resumo daquele jogo sofrido. Renato colocou o Ty no lugar do Fernandinho e foi dele a única chance de gol naqueles quase 10 minutos de partida. O garoto pegou um cruzamento da direita com o peito e girou pra uma boa defesa do goleiro adversário. E foi isso. Martelando sem acertar o prego, fazendo abafa sem deixar a temperatura chegar aos 20 graus. Sofrido.

Tem muito o que resolver e março já tá aí. Renato: tic, tac.

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