Grêmio Libertador

EQUILIBRISMO: Botafogo 0 x 0 Grêmio

O Grêmio passou pela corda bamba do jogo fora de casa nas quartas da Libertadores pulando em um pé só, de tapa-olho e carregando um saco de batatas nos ombros. Um número de equilibrismo que só não foi mais chamativo porque a corda não estava em chamas, dado que o Botafogo pouco fez para contribuir com a piada infame.

Enfim: chegamos ao outro lado da corda ilesos, equilibrando os limites do elenco e os defeitos da escalação com Arthur e Edílson.

O Lateral que Esquece de Marcar desta vez não deixou passar. Anulou Rodrigo Pimpão, o jogador que dizem que faria a diferença pro alvinegro carioca, e não fez mais no ataque porque o time estava torto demais com Fernandinho escalado para fazer as vezes de Pedro Rocha pela esquerda, mas obviamente falhando na missão, e Ramiro numa noite nada inspirada e batendo cabeça com Léo Moura pra encontrar um lugar pra jogar.

Já o Pequeno Gigante, depois de cinco minutos de nervosismo, botou a bola no chão e organizou o time inteiro. E não só de passes certos viveu Arthur neste jogo. Além de compensar Jaílson na saída de bola, também fez o trabalho de Barrios – anulado que foi nosso centroavante não pela defesa botafoguense, mas pela ausência de armação num esquema de ataque tornado inexistente pelos já citados Fernandinho, Ramiro e Léo Moura.

Sua majestade, o Pequeno Gigante (foto: Lucas Uebel / Grêmio FBPA)

As jogadas individuais de Arthur renderam nossa primeira grande reclamação da arbitragem na partida – uma falta não marcada em cima da linha da grande área – e a melhor chance de gol do Grêmio: depois de driblar todos os jogadores do Botafogo dentro da grande área, chutou forte e cruzado para a defesa de Gatito Fernández.

Aliás, a única defesa feita por um goleiro na partida inteira, de qualquer lado do campo. A segunda defesa foi aquela de Joel Carli cortando o chute acrobático de Fernandinho no segundo tempo.

Marcelo Grohe, durante os 90 minutos, apenas olhou a bola ser chutada pra fora umas três ou quatro vezes. Duas delas serviram para dar alguma emoção ao jogo e lembrar que o Botafogo sabe chegar no ataque. No primeiro tempo, Bruno Silva adiantou-se a Cortez e desviou na direção do gol. No segundo tempo, o mesmo Cortez cortou um cruzamento de forma um tanto ridícula e Roger aproveitou pra chutar pro gol. Bressan (sim, ele mesmo, que fez o seu trabalho discretamente e dignamente o jogo inteiro) desviou e Grohe, de novo, não encostou na bola.

(Registre-se que outro que encostou a mão na bola foi o zagueiro do Botafogo naquele escanteio.)

Na próxima quarta-feira, poderemos fazer o caminho de volta sobre a corda bamba da Libertadores com os dois pés (volta, Geromel!), de olhos bem abertos (volta, Michel!) e mais leves (volta, Luan!). Que seja um espetáculo.

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