Grêmio Libertador

Errado mas deu certo: Banguzinho 1×1 Guaraní

Começou tudo errado mas deu certo. O Banguzinho (??????) foi pro Paraguai jogar pela Libertadores. E podia ter vencido. Tivemos muito mais chances de gol que o adversário. E, com certeza, as melhores. Mas, mais uma vez, faltou qualidade para fazer os gols. O que nos trouxe de volta à velha rotina, diga-se. Pedro Rocha salvou os reservas com um golaço.

O dar certo – ou seja, não perder – não apaga a parte mais lamentável da noite: essa escalação esdrúxula. A Dona Libertadores é uma senhora de mais de cinquenta anos. Somos um dos times que mais visita a casa dela no Brasil. E fazemos um papelão desses? Poupar um time quase inteiro pra semi-final de Ruralito? Sério? Pra impedir um time que, várias vezes, a própria direção do Grêmio sugere FAVORECIMENTO da organizadora? É muito ridículo. É um disparate. Se não torcesse pelo Grêmio, certamente eu torceria contra a partir desse minuto. Agora eu só torço pra essa direção se… olha, nem sei o que dizer.

Tudo errado mas deu certo. Por que, principalmente, Arthur fez um jogo impressionante. Disparado foi o melhor jogador do jogo inteiro. Mas não jogou sozinho. No primeiro tempo o Lincoln jogou tanto ou mais que ele. Buscando o jogo, organizando o ataque e conseguindo grandes jogadas. Perdemos gols imperdíveis com o Barrios, que teve quase todas as chances (uma de cabeça, uma sozinho contra o goleiro e outra, no final da primeira etapa). Fernandinho também perdeu de passar para dois jogadores livres depois de grande jogada. E o Lincoln também finalizou pra fora um bom cruzamento.

O adversário não viu a cor da bola entre até os 26 minutos. Aí conseguiram sair do esquema bem armado pelo Renato: cruzando bolas antecipadamente. Assim foram as melhores chances do adversário que obrigaram o Grohe a fazer uma excelente partida. Quase todas elas na bola aérea no Bressan. O Banguzinho também parou de marcar lá na frente, provavelmente tentando preservar o fôlego. Era um jogo aberto e completamente favorável ao nosso time quando o juiz apitou o final da etapa.

No retorno nenhuma mudança, embora o jogo perdesse a movimentação. Demoramos para ter alguma chance. Mas o jogo ainda estava no nosso feitio. Até o Michel ser expulso em um lance de simulação do adversário. Aliás, o juiz já tinha se embananado em um chute do Fernandinho que deu na mão do adversário e um tropeção do Thyere no atacante do Guaraní. Os dois lances, pra mim, pênaltis claros, que não foram dados porque o juiz interpretou que não houve intenção (a bola bate primeiro na perna antes do braço do zagueiro deles e o nosso estava olhando para a bola, não para o jogador adversário). De qualquer modo, um a menos antes do meio do segundo tempo em um campo de chuva era pra matar.

Tivemos uma chance ótima com o Fernandinho, que resolveu cortar para chutar e encontrou o pé do adversário na sua frente. Lance que muito juiz dá pênalti, inclusive. Ficou caído, saiu mancando e  brigando com o adversário na volta. Aí veio o gol deles. O Renato falou o tempo todo para o Fernandinho ajudar o lado direito. No lance, ele está andando. Edílson e Thyere tem três jogadores. O das costas do lateral – que estava brigando com o 21 antes – consegue cruzar de primeira. E aí o Bressan teve outra oportunidade de mostrar como não marcar um atacante em bola aérea, não estando no corpo do adversário. Gol do Guaraní. O errado tava, agora, dando errado.

O Renato tirou o Barrios (que havia perdido outro gol de cabeça) e colocou o Pedro Rocha. Se era para perder gol, bem, o jovem merece mais chances, né? Em seguida promoveu a entrada do Éverton no lugar do Lincoln. E aí o time ficou em um 4-2-3. E a única parte boa da expulsão do Michel ficou escancarada: o Arthur. O guri comeu a bola. Tanto distribuindo desarmes quanto organizando o time agora vindo de trás, ao invés de ficar na linha de 2 daquele nosso tradicional 4-4-2 defensivo (Fernandinho e Lincoln fechavam as laterais). Foi uma atuação absurda. E o Banguzinho estava mandando no jogo mais que no primeiro tempo, mesmo com um a mais.

Felizmente a atuação do guri foi recompensada com uma ótima finalização do Pedro Rocha. A marcação não viu o 9 entrando por trás do lateral, mas Arthur viu. Um passe primoroso achou uma finalização de primeira do nosso atacante para fazer o gol no primeiro chute na meta. E não parou por aí. O Grêmio seguiu em cima e o Pedro Rocha acabou quase virando o placar em uma jogada genial, driblando seu marcador e finalizando de biquinho por sobre o goleiro. A bola não fez um efeito pra dentro e acertou a trave.

Pedro Rocha está fazendo um golaço. Foto do Lucas Uebel/Grêmio Oficial (via Flickr)

Aí os dois times abdicaram de atacar. Provavelmente estafados. Kaio ainda entrou no lugar do Fernandinho para recompor o time e praticamente esperamos o jogo acabar. O que era extremamente errado deu certo: Grêmio segue líder da Libertadores. Um resultado que me deixaria feliz se não fosse a questão moral. Nunca admitirei que um jogo de Libertadores seja desprezado por causa de um de Ruralito.

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