Grêmio Libertador

Essa é a hora, Romildo

Quando começou seu mandato, o presidente Romildo anunciou uma mudança drástica na forma de gerir o Grêmio: de gastador de valores nababescos, o Clube assumiria uma política de austeridade. O impacto inicial dessa postura afetou diretamente o departamento de futebol. Nada de contratações caras e uma folha salarial bem menor. Um início duro, porém necessário. Mais que cortar os gastos, se tornou necessário gastar com inteligência e a implementação do SAP vai ajudar muito nisso, dando informações mais completas para quem precisa tomar decisões. Porém o ponto crucial é justamente esse: quem toma as decisões no futebol.

Hoje, essa pessoa é o César Pacheco, que assumiu o posto com a saída do VP de futebol, o ex-presidente Fábio Koff. A escolha dele para ser diretor de futebol não foi questionada porque ele estaria sob o comando do ex-presidente, sendo um mero assistente. O problema é que desde o afastamento do Koff, ele tem a chave do futebol. Um diretor que se sustenta pelo “passado com grandes serviços prestados ao Clube”, mas que hoje serve só para dar declarações folclóricas, como pedir indicação de atacante bom e barato pra jornalista ou esperar por poções mágicas, é tudo o que não precisamos no momento.

Não vi cena mais emblemática que a da torcida gremista no Couto Pereira protestando: enquanto os torcedores gritavam e gesticulavam virados para o camarote, o Pacheco estava ali, bem tranquilo, mexendo no celular, como se não fosse com ele. O futebol vive numa redoma de vidro. E não é de hoje. Há tempos se trata jogadores, treinadores e todo o staff do futebol como semideuses, quase inalcançáveis sob todo o tipo de argumento.

Mais do que trocar o comando do futebol, Romildo tem em mãos a grande chance de fazer a reforma por completo. A escolha dos dirigentes do futebol gremista sempre foi política, pois a direção do futebol sempre foi um cargo político. Já passou da hora de escolha ser TÉCNICA. Precisamos de uma cabeça pensante e atualizada. De nada adianta sanar o clube financeiramente e adquirir todo o tipo de informação e tecnologia para largar nas mãos de quem vive fechado em seu mundinho.

Não adianta fazer as coisas pela metade. A chance está nas tuas mãos, Romildo.

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