Grêmio Libertador

Eu já estou em 2016

Como falei no pós-jogo de domingo, não acho que nós corremos risco de não participar da Libertadores de 2016. E isso porque os concorrentes não terão tarefas fáceis. São Paulo pega Sport, Cruzeiro, Galo, Corinthians, Figueirense e Goiás. Devem ser quatro finais (no mínimo 3, já que o Goiás e Figueirense podem já estar rebaixados). Santos tem Palmeiras, JEC, Flamengo, Coxa, Vasco e CAP – o caminho mais fácil se tudo der errado para JEC, Coxa e Vasco e todos já estiverem rebaixados. Porém, se tiverem disputando a permanência, as coisas complicam. O Inter tem Goiás, Ponte, Chape, Grêmio, Fluminense e Cruzeiro. Tudo pode acontecer.

Ou seja, mesmo com a nossa tabela não sendo simples, a de nenhum é. No máximo, apenas a do Santos é mais confortável (e é por isso que as nossas chances de LA são de 91% e a do Santos 23%, superior a dos outros de 50 pontos). Creio que em duas rodadas nossas chances já estejam batendo nos 99%, aquela condição que só um milagre nos tira. Então, não tenho pudor nenhum em deixar o Roger trabalhar e pensar em como montar um bom elenco para o ano que vem.

O que faltou? Bem, pra mim é simples: gols. E não porque não criamos. Bem pelo contrário. O time finaliza tanto errado quanto corretamente dentro da média do campeonato (dados do nosso parceiro Footstats) – 4,4 corretas por jogo (média do campeonato 4,5) e 7 erradas (média do campeonato). O praticamente campeão Corinthians tem 5,5 certas e 6,4 erradas. Então o que precisamos é de mais qualidade no arremate. Significa melhores atacantes? A resposta é: não. O melhor jogador do campeonato, aconteça o que acontecer nas 6 partidas que restam, é um meia: Jadson. Juntando com o Renato Augusto e Elias, o meio de campo corinthiano tem 22 gols. Giuliano, Douglas, Wallace e Maicon tem 12. O nosso ataque tem 25 gols espalhados por 7 jogadores. O deles tem 22 para 5. Somos equivalentes lá na frente.

Não vou falar novamente dos desarmes. Entendo e aceito ser o segundo time que menos desarma desde que se tenha muita posse de bola (somos o quinto time no quesito). Não precisamos roubar a bola quando ela está conosco. Porém, precisamos de desarmadores de verdade para compor elenco, pra dar opção ao treinador de esperar para o contrataque. Se não, só retomamos a bola depois do tiro de meta. Edinho não é esse cara, nem Wallace, nem Maicon, nem Ramiro.

Então como é que eu montaria o time titular? Em primeiro lugar, as dispensas. Mandaria pra casa o Erazo, o Edinho (não dá mais, né Rui), o Maicon, o Fernandinho, o Braian e até o Bobô. O motivo? Não tem grana. Prefiro investir o dinheiro das renovações só no Galhardo (por pior que seja, é o melhor lateral direito que temos desde o Anderson Lima – e desafio a dizer um melhor que ele desde 2002). Mas liberaria até ele se isso significasse a contratação do Yago Pikachu (o que vai ser deveras difícil com o assédio).

Escolheria um volante desarmador da Série B para compor elenco (como o João Ananias, do Náutico). O resto, pra suprir as carências, gente que costuma fazer gols. Pra volante, no lugar do Maicon, tentaria o Cleber Santana. É mais velho que o Maicon, mas só quatro anos. E vem fazendo exatamente a mesma função com muitíssimo mais qualidade (perde muito menos a bola em média, finaliza melhor e tem três vezes mais assistências em menos jogos, por exemplo). Seria primordial principalmente se pudéssemos trocar o Galhardo pelo Pikachu, porque assumiria as cobranças de falta com o Douglas. E também espero muito do Ramiro, que é bem mais explosivo e sabe fazer gol. Se não der certo, procuraria com mais tempo no mercado sulamericano depois de encerrada a LA.

Pra zaga, o Lugano. SIM. O homem do Koffre. Velho porém guerreiro e goleador (para um zagueiro). “Ah, mas ele vinha errando muito”. Não mais que Erazo e Bressan. Então, mantendo Geromel, ter um cara que costuma anotar tentos de cabeça é MUITO importante. E ele não será caro como o Castan, ou o Henrique. Está no futebol paraguaio, nosso teto salarial não deve ser muito diferente do que ele já recebe. Nossa bola aérea ofensiva é muito fraca. Por isso, no lugar do Braian, eu até traria o André Lima pra compor elenco. E quem disser que ele é ruim, lembra que já tá com mais gols que o nosso artilheiro do Brasileiro (9 contra os 8 do Luan). Não seria caro e aceitaria a reserva do Luan tranquilamente.

O grande problema é: um ponta. Precisamos de um cara que atue pelo lado esquerdo, saiba abrir o jogo na ponta e FAÇA MUITOS GOLS. É o mais difícil, porém, não economizei dinheiro até aqui pra nada. Meu nome ideal seria o Jonas, mas não sai nem amarrado de Portugal. Aí dá pra pensar em Tiago Ribeiro, do Galo, que anda meio ofuscado pelo Pratto e encaixaria como uma luva no revezamento com o Luan perto do gol. Ou também o Everton Ribeiro, que está no Al Whada – ou seja, não é impossível vir por uma boa proposta, ainda mais sem ser chamado pelo Dunga, com idade pra ir para as eliminatórias e bolso forrado por um ano de petrodólares.

Assim, meu time titular seria: Grohe; Pikachu (Galhardo), Lugano, Geromel, Marcelo Oliveira; Wallace, Cleber Santana (Ramiro), Douglas, Giuliano e Tiago Ribeiro; Luan.

Façam suas apostas e podem palpitar à vontade. 2015 já terminou bem mais cedo do que gostaríamos, mas com um resultado muito melhor do que muitos esperavam no início. Matematicamente já estamos em 14º.

Editado: depois de algumas conversas da repercussão desse post, mudei quem seria o meu ficha 1 para a ponta esquerda. Trata-se do Marcelo Cirino, que está no Flamengo, mas brilhou pelo Atlético Paranaense. É jogador de fundo de investimento (da Doyen), ou  seja, jogar Libertadores é diferencial. E funcionaria perfeitamente na função. Da mesma forma, conseguiram achar um melhor LD do que o Galhardo: Mário Fernandes. Só não editarei o texto porque o Mário ser lateral foi acaso. Foi contratado como zagueiro e improvisado ali. Sigo sustentando: o Grêmio não acerta na ida ao mercado por Laterais Direitos desde o Anderson Lima. 

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