Grêmio Libertador

Fagner abre seu voto

A última vez que votei foi em 2008, quando achei que era hora de trocar o Odone por alguém. O Koff indicou o Duda Kroeff e eu ajudei a eleger. Assim, entendo completamente quem quer votar no Homero. Porém, acho que não é o momento. E não tem nada a ver com a falta de títulos ou mesmo a razão que pesou bastante na escolha do Menezes (a compra da gestão da Arena) que me fez tomar o mesmo caminho. É também relativo à administração do clube, que, acho, é mais importante para o clube do que títulos (já cansei de falar aqui que vincular administração com ganhar título é charlatanismo). Meu motivo tem três letras: S A P.

Esse ano compramos o SAP praticamente junto com o Felipão. Se escolher um software e conseguir viabilizar a sua compra é um trabalho monstro, implementar ele é umas cem vezes mais difícil. O processo de compra envolve quem tem o dinheiro, quem negocia e o chefe de todos os usuários, digamos assim. Se os três conseguem executar bem o seu trabalho (o último escolhendo a melhor ferramenta, o penúltimo conseguindo o melhor preço e o primeiro conseguindo levantar esse montante) está tudo certo e a compra se efetua.

Na implementação, além do pessoal de suporte, todo o funcionário que precisar cadastrar ou retirar uma informação dele é atingida. Um software novo sempre obriga as pessoas a mudarem a sua forma de trabalhar. Ao invés de três pessoas envolvidas, temos cem, duzentas, dependendo da profundidade dele na organização. E isso é um processo que desperta rancores e boicotes. “Eu sempre tive a minha planilha do Excel e ela é mais confiável que esse treco”. “O quê? Como assim eu tenho que passar essa informação? Se eu não for o único que sabe isso, vão precisar de mim pra quê?” É uma mudança de cultura organizacional. É um desafio maior ainda do que a compra da gestão da Arena porque vai mexer nas entranhas do clube.

Assim, basicamente: eu confio mais em quem comprou o software e sabia que essa etapa era necessária do que um candidato que não sabe bem pra que isso serve.  E isso é, em 2015, mais importante até que um título. Voto Romildo Bolzan.

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