Grêmio Libertador

Goleiros pra quê?

E a resposta é fácil: pra qualificar o elenco. Em 2015, ainda sob o “governo Felipão”, Tiago Machovski começou a ganhar chances seguidas como titular com Leo na reserva porque simplesmente o Grêmio tinha apenas o Grohe. Isso bastava – o nosso titular poucas vezes se lesiona – mas começava  a ser incômodo à partir do momento em que a Seleção começou  a usar também seu futebol. Assim, o homem do bigode pediu, urgentemente, que o Grêmio trouxesse outro goleiro. No fim do Ruralito, o time contratou o melhor goleiro da competição, Bruno Grassi.

Não deu um mês e quem saía do time era o próprio comandante. Aí o Grêmio trouxe o Roger e, não sei porque cargas d’água, o novo comandante não entendeu que o Bruno Grassi devia ser a primeira opção. O Tiago foi titular em vários jogos e tomamos uma sacola de gols, perdendo pontos importantíssimos. O que mais pesava contra ele era o péssimo tempo de bola pra sair de gol. Além disso, era um goleiro pesado – o que significa que não tinha muita elasticidade para ir na direção do chute. O que sustentava ele até aquele momento no time era o reflexo. E isso não é suficiente para um goleiro ser profissional em uma série A.

Mas o problema não foi só esse. Bruno Grassi também não foi nenhum espetáculo quando foi titular. Parece ser um goleiro que precisa de entrosamento pra render mais. E um goleiro reserva não tem esse tempo. Precisa dar resposta em um, dois jogos, sair e voltar depois. Ainda mais sendo mais velho que o goleiro titular. É pra emprestar a sua experiência para apagar incêndios. Enquanto o Tiago jogou 12 partidas e levou 13 gols (1,1 gols por jogo), Bruno levou 6 em 5 (1,2 gols por jogo). O titular, Marcelo Grohe, tomou 12 em 23 partidas. Há um abismo entre o titular e os reservas.

Douglas, novo goleiro do Grêmio até o fim da temporada. Foto: Lucas Uebel/Grêmio Oficial

Portanto, 2016 começou sem o Tiago. Velho demais pros times de base e instável demais para tomar parte no elenco, viu seu espaço ser preenchido pelo Léo, mais novo e mais atlético. Com a contusão dele por 30 dias, era preciso outro jogador. E aí veio a oportunidade: Douglas. Destaque do Capivariano no paulista de 2015, o gaúcho fez chover na campanha que não rendeu mais do que livrar o time do rebaixamento no campeonato. Porém, foi para o Bragatino jogar a série B. Foram 34 jogos e 49 gols tomados na série B (média de 1,4 gols/jogo) de um total de 56 do time nos 38 jogos.

Em setembro foi contratado pelo Corinthians para brigar por posição no elenco que ia se desfazer do Cássio. Como o titular deles não saiu, acabou sobrando: o reserva imediato, Walter, tem praticamente a mesma idade (e coleciona grandes partidas no time) e o Matheus Vidotto é tratado como joia da base. Assim, até um segundo momento, estava sobrando de um elenco que não tem o seu camisa 1 constantemente convocado pela CBF. Obviamente teria mais espaço aqui.

É uma contratação por conveniência. Como está emprestado, provavelmente não deve ficar depois do final do contrato. A não ser que o Corinthians mude de ideia e não queira a sua permanência lá – o contrato do Bruno Grassi termina em abril de 2017 e precisaria ser renovado ano que vem. O máximo que pode acontecer é dar certo e o Grêmio precisar desembolsar alguma grana na próxima temporada pra ficar com ele. Ou o Léo se afirmar de vez e a gente não precisar ficar falando disso.

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