Grêmio Libertador

Grêmio 1 x 0 São Paulo: Ainda tem alguma corneta aí?

Douglas, de novo, de rebote. Foto de Lucas Uebel/Grêmio FBPA

Quando o apito soou o início de Grêmio x São Paulo na Arena, a distância para o Palmeiras e o Corinthians havia diminuído. A desculpa perfeita para os pessimistas serem pessimistas: não aproveitamos oportunidades anteriores, não seria agora, sem Luan, sem Wallace, sem Marcelo Oliveira e ainda tendo que achar um novo esquema sem Giuliano, contra o único ~time grande~ da tabela deste fim de primeiro turno.

Depois que soou o apito final, restou ao pessimista mais ferrenho, ao mau humorado mais militante dizer apenas: podia ser mais. E tudo bem, podia ser mesmo. Foram 26 finalizações, 15 na direção do gol, só 1 entrou.

Mas veja bem, caros e caras da turma da corneta grudada na mão: 26 finalizações, um time que acelerou a armação das jogadas, alongou os passes para além dos dois metros, não tomou sustos em bola aérea, desarmou as poucas jogadas ofensivas realmente ofensivas. Tudo isso com uma formação que, até hoje de manhã, a gente não sabia nem que existia. Então, hoje, creio que será preciso realmente esforçar-se para cornetar.

Nesse esforço, eu diria que seria preciso dizer ao menino Iago que use chuteiras que não escorreguem tanto. Talvez, chamar o Edílson de lado e dizer que olha só, veja bem, a gente curte essa coisa toda de ser raçudo, dar peitaços e estas coisas, porém não tome cartões desnecessários. E Maicon, hoje a gente te poupa de berros, te vimos chegar bem próximo da pequena área e armar jogadas com alguma eficiência, mas por favor não durma. E, sim, não assumimos de fato a vice-liderança porque tomamos todos aqueles gols, todos aqueles desnecessários gols.

De resto, anote-se que Pedro Geromel mostrou que merece, sim, todos os adjetivos mitológicos. O homem sai da área e não sentimos nenhum frio na espinha. Domina a bola entre dois, três atacantes, sai jogando e não sentimos nenhum frio na espinha. Mas especialmente anote-se que Wallace Reis parece funcionar muito melhor como sua dupla.

Bem verdade que este São Paulo que jogou hoje só ressaltou a impressão de que foi longe demais na Libertadores. A semifinal está bem além das suas capacidades reais, ainda mais sem Paulo Henrique Ganso. Porém, fato que Wallace Reis e Pedro Geromel pareceram estar no lugar certo na hora certa o tempo todo.

No ataque, Everton sentiu lesão muscular e saiu para a entrada de Pedro Rocha. Para quem achava que Pedro Rocha deveria ter começado o jogo como titular, pode continuar achando. Embora menos vistoso, Rocha foi mais eficiente e parece ter mais facilidade de ler o jogo e se posicionar e reposicionar em campo enquanto a bola rola. Entrou aos 30 do primeiro tempo e parecia que já estava ali, funcionando bem com a dupla que surpreendentemente funcionava bem desde o início, Miller e Negueba.

E o gol. O gol do maestro reboteiro. Vamos dizer apenas isso e deixar aqui um espaço para quem ainda tiver coragem de reclamar de Douglas:

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Enfim, era pra ser o jogo mais difícil do final de turno. Foi fácil. O anterior, era pra ser fácil, foi difícil. Então, assumamos que não dá pra prever tudo. Larguemos um pouco a corneta compulsiva pra só sentar na arquibancada sem querer prever o apocalipse. Pode dar certo.

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