Grêmio Libertador

Grêmio protagonista é com base protagonista

Trazer este assunto no momento em que ainda estou tomado de orgulho alheio pelo pai dos meninos Biteco em pleno dia dos pais, pode parecer um vislumbre ocasional, mas é a oportunidade emprestar suas atenções a um dilema que me intriga há muito tempo, mas sempre ficando em segundo plano por mim aqui no blog: O aproveitamento dos guris na base no time do Grêmio.

Nos últimos anos o Grêmio tem feito um bom trabalho de base. Aquém do que já foi, mas tem forjado sempre um ou dois destaques por ano para serem apressadamente vendidos afim de fechar o balanço financeiro do ano no positivo. E este é o atual objetivo final das categorias de base.

Por isso, nossos guris não ultrapassam a COADJUVÂNCIA nos times do Grêmio, quando conseguem uma sequencia de jogos na titularidade, já sabemos que é uma ordem de outro setor do clube: “Bota alguém na vitrine, precisamos vender alguém na próxima janela”.

Este é UM DOS caminhos contrários que o Grêmio tomou nos últimos anos para estarmos a 11 anos sem um SUPERÁVIT na SALA DE TROFÉUS. No futebol cada vez mais BUSSINESS que os clubes ficaram reféns, não se encontrou ainda um meio de equilibrar as finanças sem esta solução mais óbvia.

“Então vocês já querem jogar uma Libertadores? Não estão prontos!”

 

Não foi assim que o Grêmio conquistou seus principais títulos. Na hora de levantar as taças estavam lá guris da base como PROTAGONISTAS da conquista. Em 1983 era Renato o personagem principal, em 1995 era MEIO TIME oriundo do próprio estádio Olímpico na titularidade absoluta. Quatro continuaram no clube levantando taças até a conquista do Brasileiro de 1996. No nosso último título importante, Danrlei e Roger já estavam longe de serem guris, mas junto a eles já estavam Anderson Polga e Tinga. Procure nas escalações dos times campeões das quatro Copas do Brasil e verá no mínimo três da base nos titulares.

Dos anos de glória, a maioria tem saudades da raça do time, outros dos técnicos, outros da torcida, etc. Saúdo tudo isso, mas sinto falta da coragem de lançar os guris da base quando eles estão de ERETOS pra entrar em campo e destruir, com toda sua inconsequência, ingenuidade e desobediência civil.

Mas a resposta padrão do futebol moderno quando a questão é a de algum garoto que já está mais do que pedindo passagem aos olhos da torcida é sempre “Não está pronto…”. E está frase seria completada com “… para o padrão que a Europa exige”.

Por isso, não se empolgue com os Bitecos, com o Mamute, com Lucas Coelho. São produções FOR EXPORT. Serão, no máximo, COADJUVANTES com a camisa do Grêmio. E é assim que o Grêmio também continuará COADJUVANTE.

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