Grêmio protagonista é com base protagonista

0 Postado por - 13 de agosto de 2013 - Artigos

Trazer este assunto no momento em que ainda estou tomado de orgulho alheio pelo pai dos meninos Biteco em pleno dia dos pais, pode parecer um vislumbre ocasional, mas é a oportunidade emprestar suas atenções a um dilema que me intriga há muito tempo, mas sempre ficando em segundo plano por mim aqui no blog: O aproveitamento dos guris na base no time do Grêmio.

Nos últimos anos o Grêmio tem feito um bom trabalho de base. Aquém do que já foi, mas tem forjado sempre um ou dois destaques por ano para serem apressadamente vendidos afim de fechar o balanço financeiro do ano no positivo. E este é o atual objetivo final das categorias de base.

Por isso, nossos guris não ultrapassam a COADJUVÂNCIA nos times do Grêmio, quando conseguem uma sequencia de jogos na titularidade, já sabemos que é uma ordem de outro setor do clube: “Bota alguém na vitrine, precisamos vender alguém na próxima janela”.

Este é UM DOS caminhos contrários que o Grêmio tomou nos últimos anos para estarmos a 11 anos sem um SUPERÁVIT na SALA DE TROFÉUS. No futebol cada vez mais BUSSINESS que os clubes ficaram reféns, não se encontrou ainda um meio de equilibrar as finanças sem esta solução mais óbvia.

“Então vocês já querem jogar uma Libertadores? Não estão prontos!”

 

Não foi assim que o Grêmio conquistou seus principais títulos. Na hora de levantar as taças estavam lá guris da base como PROTAGONISTAS da conquista. Em 1983 era Renato o personagem principal, em 1995 era MEIO TIME oriundo do próprio estádio Olímpico na titularidade absoluta. Quatro continuaram no clube levantando taças até a conquista do Brasileiro de 1996. No nosso último título importante, Danrlei e Roger já estavam longe de serem guris, mas junto a eles já estavam Anderson Polga e Tinga. Procure nas escalações dos times campeões das quatro Copas do Brasil e verá no mínimo três da base nos titulares.

Dos anos de glória, a maioria tem saudades da raça do time, outros dos técnicos, outros da torcida, etc. Saúdo tudo isso, mas sinto falta da coragem de lançar os guris da base quando eles estão de ERETOS pra entrar em campo e destruir, com toda sua inconsequência, ingenuidade e desobediência civil.

Mas a resposta padrão do futebol moderno quando a questão é a de algum garoto que já está mais do que pedindo passagem aos olhos da torcida é sempre “Não está pronto…”. E está frase seria completada com “… para o padrão que a Europa exige”.

Por isso, não se empolgue com os Bitecos, com o Mamute, com Lucas Coelho. São produções FOR EXPORT. Serão, no máximo, COADJUVANTES com a camisa do Grêmio. E é assim que o Grêmio também continuará COADJUVANTE.

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9 + comentários

  • Snel 13 de agosto de 2013 - 17:53 Responder

    Uma questão IMPORTANTE, no que TANGE às categorias de base, é: há um certo relativismo nisso.

    Explico: não deixa de ser categoria de base um guri de 18 anos que foi contratado pra jogar na base?

    É o caso do Renato, que veio quase que “formado” pro clube. Bem como, se não me engano, do Arílson, do Fernando e de vários outros jogadores.

    Acho uma questão MUITO importante pra adquirir a CULTURA do clube, que se aproveite (até onde possam ser aproveitados) os jogadores com formação completa no clube, desde piazito, e que, além de respeito pelo Grêmio (adquirido ao longo dos anos na instituição), sejam moldados à exaustão nessa cultura (tática, de esforço e de não se entregar jamais).

    Acho que precisamos reforçar esses pontos.

    (Bem como pedir pro seu Bittencourt providenciar mais uns 4 ou 5 Bitequinhos).

  • Hermes 13 de agosto de 2013 - 19:31 Responder

    E na hora que jogam, a torcida critica. Quantos xingamentos eu vi pro Lucas Coelho quando ele perdeu o gol (feito, mas acontece) contra o Coritiba? Mas da lentidão do Barcos não reclamam. É brabo.

  • Marcel Karling da Rosa 13 de agosto de 2013 - 19:53 Responder

    Como sempre Bonnato ME REPRESENTA em seus textos!

    Parabéns!

  • Ronaldo 13 de agosto de 2013 - 21:42 Responder

    Na Copa do Brasil de 2001 tinha o Eduardo Costa também, que não jogou a final por estar suspenso.

  • Felix Nuñez 13 de agosto de 2013 - 21:54 Responder

    Perfeito. Só faltou somar ao texto que os times campeões do gremio era feitos da base e de refugos que queriam mostrar que tinham algo mais.

  • Pedro.bsb 13 de agosto de 2013 - 22:36 Responder

    Grande texto. Esse e um ponto muito importante que a direcao deve levar mais em conta. Alem de tudo vale a pena no longo prazo economiçamente pq atlestas do proprio gremio acabam tendo salarios mais baixos. Vale a pena cortar custos durante um ou dois anos pra nao precisar vender os guris e entao proporcionar que eles crescam no proprio gremio. Um ponto interessante que ja parei pra pensar varias vezes e o seguinte: na ultima decada que coincide com a seca de titulos o tricolor revelou quase um time completo de bons (ou pelo menos razoaveis) guris. Alguns vendidos por boas cifras, mas certeza que muitos teria vaga nesse time de hoje e em gremios dos ultimos anos. Isso q so falei do economico ainda tem a propria identificacao que e imensuravel e muito positiva. Sera que nao vale segurar os meninos da base pra que desenvolvam uma maior parte da sua carreira aqui? Eu nao tenho duvidas que sim, ate porque a visibilidade de muitos para a selecao acabou indo p lugares inospitos da europa. Acho que o koff da mostra de acreditar na base trazendo essa galera do juventuda, mas tem que garantir que eles fiquem um tempo maior aqui. Pra recordar alguns nomes da base reveladosna ultia decada: Marcelo, Mario, Leo, Bruno telles, fernando, adilson, lucas, anderson, carlos eduardo, douglas costa. Ainda tem: magrao, malison, rafael carioca e os de agpra lucas coleho, irmaos biteco e mamute. Cm certeza esqueci de alguns nomes, fico agradecido se alguem lembrar mas esses ja vale p i.ustrar

  • heraldo 14 de agosto de 2013 - 07:44 Responder

    time pequeno, forma, compra recicla e vende, time grande, cria,adquire e funera o jogador.

  • Adriano 1903 14 de agosto de 2013 - 11:18 Responder

    Perfeito amigo Bonatto. Nestes tempos de muito interesse financeiro e pouco comprometimento com o clube, é obrigação apostar na base. O problema é que o clube está sempre com a corda no pescoço, tendo que se socorrer das vendas de jovens promessas prá sanar as dívidas. Outra questão é que de uns tempos prá cá, os atletas mais jovens são “fatiados”, com porcentagens do passe divididas entre o clube, empresário/ou investidores e sabe-se lá quem mais. Deve-se também ter um certo cuidado quanto ao lançamento dos jovens no time, preferencialmente en equipes que já estejam afirmadas, não correndo assim o risco de queimá-los, como ocorreu no jogo contra o Coritiba, no qual o Lucas Coelho entrou “na fogueira” com o time correndo atrás do resultado, perdeu um gol e foi muito criticado e vaiado. Não podemos aceitar também que se busque alternativas externas quando existem jovens promissores em casa. Devem ser contratados reforços pontuais, afirmados e de qualidade superior. Se for prá trazer jogadores medianos, que se aposte na base. Infelizmente o Grêmio está prestes a recorrer neste erro, buscando o volante do Coritiba, tendo Matheus Biteco e Ramiro pedindo passagem…

  • FÁBIO GREMISTA 14 de agosto de 2013 - 15:20 Responder

    Baita comentário, tchê!

    Concordo e assino embaixo.

    Abraço.

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