Grêmio Libertador

Irritante: Banguzinho 3×4 Sport

Foi muito irritante acabar como acabou. Se antes da bola rolar todo mundo apostava em uma derrota de lavada, o jogo mostrou que, com capricho, teríamos vencido. O Banguzinho foi pro jogo em um 3-4-3 que defendia em 5-4-1. A ideia foi boa, a execução, não. Por uma série de erros acabamos tomando a virada do Sport lá e perdemos de 4×3. Depois de sair com 2×0 não virou mais um resultado facilmente digerível.

A escalação do Banguzinho foi reforçada só pelo Fernandinho. Kaio fez a ala direita, Conrrado a ala esquerda e sua estreia pelo profissional. Machado e Jaílson no setor do meio e o trio ofensivo levava Everton e Careca. E o time começou bem armadinho, aproveitando os erros de um visivelmente surpreso Sport. E saímos na frente em uma bola roubada na intermediária. Fernandinho lançou Careca, que jogou pro Everton chutar e o goleiro defender. Ele insistiu na jogada e não deixou a bola sair e chutou ela na trave, sem ângulo. Na sobra, Fernandinho limpou a marcação e abriu o placar.

Fernandinho fez dois, mas não adiantou nada. Foto: Frame da transmissão (Premiere FC)

Seguimos jogando melhor e o nervosismo do adversário era palpável. Fizemos o segundo com Bressan, mas foi bem anulado pois o zagueiro estava impedido. Um pouquinho depois, em um escanteio, fizemos o 2×0. Jaílson escorou para Thyere que meteu pras redes. Mas se, por um lado, o zagueiro fez gol, por outro deixou o André se antecipar para diminuir no primeiro chute a gol deles. A partir daí foram mais oito, dois com perigo. Nós também tivemos chance de ampliar, mas o Magrão salvou um belo chute do Everton. E o primeiro tempo acabou assim.

É óbvio que a falha no primeiro gol não foi apenas do Thyere. Conrrado estava completamente perdido em campo. O adversário viu isso e voltou pro segundo tempo com um jogador mais rápido daquele lado. E o Banguzinho começou a ficar irritante. Porque não havia necessidade alguma de defender com uma linha de 4 na frente de 5 defensores se o espaço na frente da linha da zaga fosse sempre do adversário. Todos os ataques foram iguais: bola na esquerda, vitória individual sobre o lateral, cruzamento, zaga afasta e eles retomavam a bola na intermediária e atacavam outra vez.

Mesmo quando o Banguzinho começou a meter o chutão a bola batia no Careca e voltava pra pressão. Com a distância sem ninguém era óbvio que a chance de estourar era grande. E estourou. Pra ficar mais irritante foi exatamente como todas as outras bolas: escanteio afastado pra intermediária, nosso volante perde a bola. Ela é cruzada novamente na área e o Thyere perdeu outra. Jogo empatado.

Mas nada é tão ruim que não possa piorar. A primeira alteração do Renato foi tirar o Careca pra colocar mais um no meio, o Lima. Depois colocou o Pepê para tentar estancar o problema que era a atuação do Conrado, no lugar do cansado Éverton. Mas não adiantou. Outra vez bola pela esquerda, cruzamento pra traz e o André chutou no meio de dois zagueiros. A bola desviou no Thyere e entrou. Uma virada muito irritante.

Aí entrou o Beto da Silva para tentar buscar o resultado, desfazendo o esquema de três zagueiros com a saída do Bruno Rodrigo. O Banguzinho começou a aparecer novamente no ataque. E aí deixou espaço para o contra-ataque. Num escanteio saíram rápido. Pepê perdeu pro André na dividida e ele fez o seu terceiro gol na noite. Nós ainda conseguimos descontar de pênalti logo em seguida, com Fernandinho. E o adversário ainda ficou com um a menos. Mas faltou qualidade pra conseguir voltar a igualar. O resultado que manteria o Grêmio em primeiro não foi buscado pelo Banguzinho.

Tá certo que esse é um jogo atípico. Colocar um time um pouco melhor tendo que viajar até Recife era bem complicado. Jogando na quinta e tendo outra decisão já quarta. Porém, isso pode acontecer outras vezes. O adversário estava num momento péssimo e o resultado podia ter vindo. E pode ser que isso precise se repetir. Então precisamos de reforços. Um volante e um lateral esquerdo, pelo menos, mais cancheiros. E pro próximo jogo ser menos irritante.

Dos 10 pontos desejáveis em cada conjunto de 5 jogos, ainda temos os mesmos 6. Agora somos obrigados a conseguir não só três pontos em casa, mas conseguir um ponto de um adversário mais difícil que o Sport fora de casa, a Chapecoense. Pelo menos Copa do Brasil e Libertadores darão folga nesse mês e jogaremos em Santa Catarina com foco total na competição. Não dá pra ficar patinando.

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