Grêmio Libertador

Me perdoem por ser gremista

Sim, eu precisava começar esse texto com um pedido de desculpas.

Por tudo que tenho lido, talvez esse seja o único jeito de não hostilizado quando eu usar uma camisa do Grêmio longe do Rio Grande. Desde a semana passada, temos recebido diversos relatos de gremistas que não podem mais circular usando a camisa tricolor sem ouvir uma letrinha ou ser questionado por que torce pra um time de racistas. Não interessa o quão longe se estava do ocorrido na última quinta-feira, que a polícia está fazendo sua investigação, nem que a maioria presente na Arena no domingo tenha vaiado o grupo que puxou uma sequência de cantos com o termo macaco. Muito menos importa que a instituição esteja realmente envidando esforços para que as cenas lamentáveis da semana passada não se repitam. Fomos marcados na paleta: todo gremista, até que prove o contrário, é racista.

Para os justiceiros de plantão, pouco importa que o racismo é um problema nacional que sempre esteve presente, tal qual homofobia, xenofobia e misoginia, e que o futebol já tenha nos presenteado com intolerância em todas as partes: da torcida, das redes sociais e até dos gabinetes e cabines de imprensa. Pra eles, a guria que gritou “macaco” é “puta” e merece ter o perfil em redes sociais invadido e cheio de impropérios. Estes justiceiros, que gostam de se dizer PESSOAS DE BEM, são tão intolerantes quanto qualquer racista.

Deixem que a justiça faça seu trabalho. Não condenem 8 milhões pelo comportamento de poucas pessoas. Senão, daqui a pouco alguém vai sugerir que amarrem os gremistas em postes e façam justiça com as próprias mãos. A gente sabe bem o que acontece.

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