Grêmio Libertador

Nem tudo foi perdido: Atlético-GO 0 x 1 Grêmio

O país está definitivamente virado do avesso.

Deputados votaram SIM para NÃO investigar o presidente pego com a boca na botija. Não teve novela. Nem jornal. Considerando ainda que Arthur errou passes, Kannemann perdeu viagens, Ramiro se perdeu em campo, podemos dizer que NENHUMA INSTITUIÇÃO funcionou neste país no dia de hoje.

Ainda bem.

Ao menos pudemos comemorar um gol nascido de um escanteio curto.

É bem verdade que, no primeiro tempo, nada do que acontecia em Goiânia ajudava a retomar qualquer porção das esperanças surrupiadas em Brasília. O Grêmio – escalado por desfalques, mas também pela estratégia que parece consolidada por Renato de viajar com formação alternativa para jogos contra times longínquos na geografia e na tabela – era, até ali, a versão em 3D da depressão que assola a nação. Jogando contra o lanterna Atlético Goianiense, não botou pressão alguma, talvez cansado da ideia de jogar e não levar – como aconteceu contra Avaí, São Paulo e Santos. Exatamente como povo brasileiro.

(Ao menos e diferente do povo brasileiro, podemos dizer que as figuras folclóricas que nos assustaram esta noite, no fundo, nos fazem bem. É sempre um alívio saber que é possível comer, ser feliz e jogar bola como Walter.)

Depois de mais jogadas de ataque do Atlético e uma bola no travessão, o intervalo abriu espaço novamente para pensarmos na situação do país. Era tão ruim o jogo em Goiânia que deve ter havido gente pedindo o replay da votação na Câmara.

Nem ele conseguiu garantir a estabilidade. Foto: Adalberto Marques / Agência PressDigital

Veio o segundo tempo e, pelo menos, Fernandinho conseguiu acertar algum drible e passar pela zaga adversária. Aos 10, Renato então trocou Arthur por Lincoln, de forma a corroborar a tese horas antes confirmada no Congresso de que algumas decisões são realmente inexplicáveis no Brasil. No banco, estava Léo Moura, pronto para voltar a jogar…

Ouvir o nome do lateral-meia-peladeiro inoxidável sendo chamado por Renato aos 27 minutos renovou as esperanças de que algo bom poderia acontecer.

E aconteceu.

Escanteio curto cobrado de forma atrapalhada por Lincoln, Fernandinho consegue achar Léo Moura na intermediária. Ele lança Lincoln na grande área, que cruza para Michel – o único que vale à pena – marcar o gol.

As instituições que, no restante do país, deixaram de funcionar com o intuito exclusive de nos ferrar, no Olímpico de Goiânia resolveram funcionar a nosso favor.

Vencemos.

Venceremos.

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