Grêmio Libertador

O Brasil não tem leis.

créditos: Agência O Lance

Ontem à noite no Trensurb, a caminho da Arena, entre tantos assuntos, o Paolo comenta sobre um alemão que fazia um mestrado no Brasil. Após conviver com a nossa cultura ele concluiu que no Brasil não existem leis, o governo apenas recomenda determinados comportamentos e atitudes à população, acata quem quer. Não me recordo de ter ouvido uma explicação tão clara de como funciona esse país. E, pra ilustrar isso, na partida de ontem contra o Nacional do Uruguai tivemos mais uma prova dessa triste realidade. Após mais uma briga na Arena, constata-se que três dos envolvidos haviam recebido uma encarecida solicitação da justiça para que em horários de jogos do Grêmio na Arena, caso eles não tivessem coisa melhor para fazer que comparecessem a uma delegacia, mas assim ó, só mesmo se eles não tivessem nada melhor pra fazer. Tenho que acreditar que foi dessa forma que a justiça tratou o assunto, porque se eles tivessem sido realmente proibidos pela justiça de ir até a Arena eles não estariam lá. Temos que entender que o problema não é simplesmente a torcida do Grêmio que ocupa aquele espaço. Ali tem gente muito boa e cabe lembrar, são a grande maioria. O problema é que tem um punhado de bandidos e marginais que frequentam livremente aquele espaço, como frequentam tantos outros pela cidade, e a justiça não faz nada de efetivo para proteger a população desses criminosos. Como estão dentro da Arena do Grêmio, usando a camiseta do Grêmio, são rotulados como torcedores. Só que antes de torcedores, são marginais. É gente que infringe as leis dentro e fora da Arena, que não tem capacidade de conviver em numa sociedade seja dentro ou fora da Arena. E daí, por causa de vinte e poucos vagabundos brigando pra pendurar um pedaço de pano num muro, de um policiamento que é muito efetivo pra derrubar um cara de muleta, mas ontem deixou a briga rolar solta por uns 10 minutos até intervir, e de uma justiça que indiretamente incita o crime a violência o Grêmio corre o risco de ter que jogar de portões fechados a partida de volta nas oitavas contra o San Lorenzo. Só tenho que elogiar os envolvidos, porque criticar e apontar os erros não muda nada.

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