Grêmio Libertador

O próximo passo

Estamos vivendo uma fase bastante complicada no futebol. Isso porque os dirigentes resolveram ser RESPONSÁVEIS e não deixar o Grêmio gastar mais do que arrecada. Pra não acabar feito o Parma (os mais velhos lembrarão dele, da Parmalat, do Palmeiras…). Ou o Valência, o Rangers, o Racing, o Napoli… (a lista é grande). Isso não é uma “brincadeirinha”, uma birra de presidente. É uma situação real que vai estourar no Brasil em pouco tempo. E é tão pesada e importante que times se organizaram (no mau sentido) a ponto de ter uma “bancada da bola” no congresso, que tenta a todo o pano seguir SONEGANDO essa grana importante dos cofres públicos. É dinheiro nosso que eles devem. Que paguem centavo por centavo.

Foto que ilustra a crise do futebol grego (clique para ver – em inglês)

Para uma instituição privada, nada mais sensato do que fechar o ano com lucro. Há quantos anos isso nunca aconteceu no Grêmio? Se o nosso time não conseguir se manter profissional não faz sentido seguir existindo para participar dos certames profissionais. Deixa só a paixão do torcedor viva através de um time amador, onde a maioria dos jogadores seria um torcedor e não precisaríamos ficar chorando por falta de amor à camiseta, falta de entrega, de raça. Futebol bem jogado, no caso, não tem nada com isso. Teoricamente a gente tem o nível de futebol pelo qual paga. Se a bola não condiz com os gastos, não precisa gastar tanto. Ou tu pagaria alguém pra trabalhar mal pra ti?

Infelizmente, porém, ao que parece, administrar um clube de futebol tem sido considerado apenas no fator motivacional: ganhar título faz com que torcedor encha estádio e compre produtos. A gestão que se prega pelos ditos “profissionais” se baseia muito em salários e marketing. As receitas são medidas em contratos de patrocínios e preço de ingresso. Mas não vi ninguém falar no que considero o mais complicado: o time PRECISA jogar todos os campeonatos disponíveis? Isso é INTERESSANTE para o clube/empresa? Quanto custa participar do Ruralito? Que benefício temos na participação (já que nunca se pode garantir, apenas por meio de gestão, qualquer título) nesse torneio?

Já se noticia que o Vasco está tendo prejuízos com o Sambão 2015. Não sei qual é o resultado financeiro até o momento do Grêmio, mas acredito que, se existe lucro, ele é insuficiente para o salário mensal do time titular. Apenas os direitos de TV e o valor de participação formam um conjunto de receitas que faz compensar a manutenção do time e toda a sua logística nesse período? Jogar esse ou aquele campeonato traz qual tipo de retorno para o Clube? O que realmente importa para a torcida e faz aumentar a relação de injeção de dinheiro no sentido aficcionado-agremiação? Apenas jogar amistosos com equipes grandes não daria o mesmo retorno financeiro do campeonato?

Creio que esse é o próximo passo para todos os clubes preocupados em se gerir de maneira profissional. E isso vai influenciar diretamente na organização dos campeonatos. Se alguém quer o campeonato cheio de grandes craques, tem que pagar por isso (né Premier League?). Hoje em dia o que garante a existência de um campeonato é a tradição. A CBF protege as federações locais disponibilizando datas para a existência dos regionais. Não adianta nada times profissionais no meio do amadorismo bem remunerado. O Atlético Paranaense que o diga.

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