Grêmio Libertador

Pelo fim da macacada

O debate sobre o racismo no futebol voltou com força depois dos casos do Márcio Chagas e Arouca. Logo, voltou-se a debater o uso do termo MACACO pela torcida do Grêmio pra se referir aos colorados. Eu nunca chamei um colorado de macaco pela cor da pele, tanto que já defendi que o uso do termo não era racista, mas de uns anos pra cá percebi que ele continua com a mesma conotação de quando foi criado. Não importa se agora eles tem um mascote ou torcedores que se vestem de símios. A origem do “apelido” é racista e isso é definitivo.

Minha percepção de que o termo nunca deixou de ser racista se confirmou no último Grenal. Quando o Inter entrou em campo, ouvi, nas cadeiras do 4º anel, alguns UH-UH-UH. Ninguém me contou. Lógico que o time deles não era composto só por negros, mas não tem como aquilo não ser RACISMO. Aquela atitude de alguns poucos torcedores me fez tão mal que quase fui embora antes mesmo do jogo começar. Racismo é crime. E eu não posso defender um CRIMINOSO só porque ele também torce pro Grêmio. Da mesma forma que eu não vou defender um assaltante ou assassino só porque torcemos pro mesmo time. Infelizmente (ou felizmente) os que fizeram UH-UH-UH estavam longe e logo pararam.

RACISMO É CRIME. E como todo crime deve ser denunciado.

Tanto que eu não canto mais qualquer trecho de música da torcida que fale em MACACOS. O pior é que não é uma ou outra música que usa o termo. Tem várias. Lógico que a grande parte nem cita nosso tradicional rival, mas essas poucas músicas são mais que o suficiente pra se criar a pecha de racista. Não venha dizer que se canta porque não há opção, que assim deixa de apoiar o time. Quem vai ao estádio sabe que toda vez que uma música perde a força, se puxa outra. Se ninguém cantar mais músicas RACISTAS, elas vão ser trocadas. Simples.

Ou, pelo menos, que se troquem os termos. O Wander Wildner gravou pra rádio Ipanema, a pedido do Edu Santos, uma versão da música “Vou Torcer pro Grêmio Bebendo Vinho”, que foi inspirada justamente numa música dele. Porém, ele corrigiu o único erro da letra, aquele trecho que fala “MACACO CHORA”. Basta ver aí abaixo como ficou muito melhor.

Eu não pretendia me alongar, mas enquanto redigia esse texto, o pessoal do lado azul do Grenalizando TV fez um video também sobre esse assunto. Se não tiver saco pra ler todo esse post, pelo menos veja o vídeo deles.

Não tem por que nos agarrarmos ao uso do termo MACACO e seus derivados. No twitter, o @PLDToniolo abordou muito bem a questão. Vou reproduzir o melhor tweet dele.

 

E então, vamos ABOLIR o RACISMO da Arena, da torcida do Grêmio e, quiçá, da sociedade?

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