Grêmio Libertador

Perguntas

A busca por um novo treinador, parece, não é a única coisa que está ocorrendo nesse momento nos postos mais importantes do Grêmio. Primeiro Felipão, depois Romildo, falaram em racha interno, facções. Um falando que isso existe e prejudica o clube, o outro falando que precisa de mais um cacique (ou vice-presidente) para acalmar os ânimos. Fico aqui pensando que parece o presidente do Grêmio é um sacerdote asteca que procura uma virgem para sacrificar e assim resolver os problemas do Grêmio – único caminho para a salvação.

Bem, sacrificar pessoas não resolveu o problema dos Astecas, que foram dizimados pelos colonizadores espanhóis. Esses, ao invés apenas de fazerem os seus rituais cristãos (que, no máximo, se resumiam a um jejunzinho ou rezar uma missa por batalha), foram bem mais pragmáticos: procuraram os inimigos dos seus inimigos e fizeram alianças até destronarem os mais fortes. Depois derrotaram todos eles, já que enfraquecidos, seja pela diminuição do seu número ou pela europeização dos egos inflados dos que se achavam já seguros pela aliança, os adversários se tornam apenas inconvenientes.

Vamos perguntar, então (não de maneira retórica, mas sincera): qual é o problema do Grêmio estar desunido? É proibido ser campeão se o clube está dividido em facções? Há algum pré-requisito de união para sucesso esportivo em algum livro de regras da International Board? As crises atiradas na imprensa realmente terminam com as nossas chances de títulos? Não existe maneira de blindar os jogadores de crises internas? Os títulos de 81-83, 94-97 ou do solitário 2001 eram de épocas de união? O Obino, por acaso, não foi eleito por aclamação em 2002 (depois do título de 2001)? E o Odone, em 2006 (depois do título de 2005)? E, mais longe, o Koff em 94 (depois do título da CB)? Qual foi o grau de sucesso de cada um desses momentos de ‘união’ que resultou na aclamação? A desunião inviabiliza alguma ação da presidência e, por isso, a vitória em algum campeonato?

Em resumo, a questão principal é o que precisa vir primeiro: títulos ou união? Eu acho que a história responde. E, concordando com o Pizoni, acho que falar em união é apenas um clichê. Apaziguar ânimos dos pavões, creio, devia ser a última das preocupações da presidência nesse momento.

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