Grêmio Libertador

Qual é o problema do Grêmio?

Enquanto não chega a novidade prometida pelo Pelaipe (será que fomos acometidos pela “síndrome da semana que vem”?) todos os gremistas do mundo estão completamente de acordo com a necessidade de reforços. Pelaipe que, através de Jorge Machado, trouxe nove jogadores (mais um que veio e já foi) para reforçar o elenco, já tinha feito três contratações no ano passado. Assim temos na gestão Pelaipe: Edcarlos, Brandão, Júlio César, Douglas Grolli, Felipe Nunes, Marco Antônio, Léo Gago, Naldo, Pablo, Kléber e Marcelo Moreno. E uma necessidade: melhorar o futebol do clube. Usando esse critério, posso dizer com toda a certeza que apenas três jogadores fizeram isso – ou seja, entrando melhoraram o time. Isso dá 25% de aproveitamento – o que é sofrível para um profissional de qualquer área.

Muita coisa é provisória no futebol, incluindo a fase do jogador. Pode ser que esses ainda deem certo – pode ser que não. Mas o time está se apoiando no que o Pelaipe teria chamado de “Herança Maldita” (o teria aqui é porque a informação é do Vidarte, então, duvidosa): o Marquinhos. Também parece que o Lúcio pode ser aproveitado. Assim, as soluções estão passando pelo trabalho que não é dele. Mas a ânsia que ele tem é de desqualificar o trabalho dos antecessores, justamente para se mostrar como a bolachinha mais recheada do pacote – um discurso que cola, diga-se de passagem, na maioria da torcida. E a sua última prova foi a defenestração de Douglas. E nem estou entrando no mérito se ele merecia ou não. Se ele era fundamental para o elenco, o Pelaipe foi incompetente em não pagar uma fortuna para ele ficar. Porém, o Douglas não queria ficar. Segundo o Pelaipe, não tem problema, por que ele era dispensável. E eu me pergunto: por que ele não quis ficar aqui?

Mudou o ano e, voltando ao passado, estamos em Dezembro de 2006. Depois de vir da segunda divisão e vencer o Ruralito, o tricolor surpreende a todos e chega para disputar a Libertadores de 2007. É a primeira vez que Paulo Pelaipe precisa montar um time sozinho, já que o vencedor do Ruralito 2006 havia sido Renato Moreira. Um dos melhores jogadores contratados pelo seu antecessor, Hugo, estava em uma fácil situação de transferência. Era apenas fechar salários e ficava no Olímpico. Porém, depois de uma grande enrolação, da parte do Grêmio, misteriosamente o meia deixou o seu contrato expirar e foi para o São Paulo. Ao se manifestar sobre o jogador, Pelaipe preferiu acusar o São Paulo de aliciar o jogador.

Final de 2007. Depois de um vice campeonato de Libertadores que deixou metade do estado de cabelo em pé, chegou a vez de renovar com os jogadores que haviam dado certo naquele ano: Lúcio e Diego Souza. O segundo caso era simples: pagar a multa rescisória e acertar salários. Aí, Pelaipe resolveu “barganhar” – porém, fazendo tudo o possível pelo jogador. Resultado? Depois da irritação dos portugueses, o jogador foi para o Palmeiras, por menos. Qual foi a posição do Pelaipe? Disse que o jogador era “dispensável“.

Bem, se tu clicaste nos links anteriores, pode ver uma coisa em comum: para o Pelaipe o jogador é mercenário e ele sempre teve razão, sempre esteve certo. Quase todo o mundo já conheceu alguém assim. Agora, imagina que ele seja teu chefe, que se dê o direito de chutar a porta e te fazer cobranças. Agora pensa em um cara que está sempre certo e lembra como é que ele faz cobranças. Tu ia querer ficar? Bem, acho que esses três casos são similares por isso: cabeça dura de um dirigente que sempre quer fazer economia nas renovações e abre o caixa descaradamente nas compras. Como é que fica quem está no grupo com tamanha generosidade com quem chega? Como se sentem jogadores indispensáveis que, de uma hora para outra, viram dispensáveis? Acho que isso justifica a declaração do nosso último ex-jogador.

Assim, o time está mudando. Porém, ainda fica o problema: quem aguenta Pelaipe, o cara que trouxe o Roth duas vezes?

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