Grêmio Libertador

Reciclando textos em função da mesma realidade

Eu cansei de vir aqui, após cada fracasso, cada derrota, cada insucesso, ficar tentando justificar as coisas, apontar culpados, e principalmente, apontar soluções. Quem me conhece, sabe que tenho uma visão clara e ortodoxa do futebol. Entretanto, não sou um cavalo de carroça, daqueles com tapadeira, que não enxerga pros lados, tendo uma única visão das coisas.

Sinceramente, o 4-3-3 que o Grêmio foi a campo não me incomoda. O que me incomoda são as peças que compunham o esquema. E sinceramente, como algumas peças dele se comportaram, ou melhor, como NÃO se comportaram. Eu particularmente sou adepto de esquemas mais sólidos defensivamente, entretanto, que tenham uma saída rápida pra ataque (uma junção de ortodoxismo posicional com tática, com o jeito de fazer o jogo). Voltando ao esquema, na teoria, ele funcionaria muito bem. Porém, na prática, o que se viu foi a total RUÍNA desses esquema em função do não funcionamento da transição meio/ataque e da total falta de retenção da bola na frente. Porque? Ora, primeiro, disposição: o Grêmio não teve a intensidade que teve no primeiro GREnal em La Bananeira deste ano, onde aplicamos um 2×1 com ares de GOLEADA, tamanha a superioridade. Bem como não teve vontade. Jogador que tira pé de dividida, que não se mata por uma bola, pra mim pode passar no RH e assinar a recisão. Fora a seriedade que a partida exigia, e que alguns jogadores não tiveram (e convenhamos, não vem tendo a tempos) e que visivelmente preocupa.

Essa gente que te segue aonde vai.

O PITÍ que o Luxemburgo teve, ao meu ver, influenciou de certa maneira o time. Porque? Porque é um grupo que sente qualquer mudança, qualquer fator externo. Infelizmente. Foi-se o tempo, e vai demorar a voltar, onde o time do Grêmio não sentia o fator externo, o fator campo adversário. Qualquer merda que dê ao redor, afeta. Infelizmente. Vínhamos melhor. Mas também não acho que isso foi um fator preponderante na derrota.

Não temos grupo. E isso eu venho falando a mais de 3, 4 anos. Novidade nenhuma. Esse ano, LOUVO as contratações do Moreno e do Kleber. Porém, só isso. Não temos uma meia confiável, muito menos uma zaga, formada por um volante aposentado e um refugo do ATLÉTICO MINEIRO. Sem mais.

E na frente, onde ontem precisávamos mais do que nunca fazer gols, o que se viu foi um primeiro tempo sem NENHUM arremate a gol. Miralles (que até hoje eu não entendo o que a torcida do Grêmio vê nele) Bertoglio e André “Guerreiro Marqueteiro” Lima nada, nada, NADA fizeram. Nem um mísero chute a gol no mão de manteiga, e ainda em cima daquela zaga MEDONHA dos colorados. Tá errado. A fatalidade que se abateu sobre o Kleber castrou todas as possibilidades do Grêmio no Gaúchão.

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Agora, vamos apontar alguns culpados e algumas coisas a serem feitas pra OXIGENAR e MELHORAR o clube pro restante do ano:

Precisamos rever algumas peças do elenco. Isso é fato. Pra mim, Gabriel já mostra que não merece vestir a tricolor. E faz tempo. Desde 2010 vem jogando no nome. É visível sua falta de vontade. Não tá feliz, Paisano? Passa no RH. Gilberto Silva e Werley, sinceramente, são uma das piores duplas de zaga que já vi no Grêmio. Ah, o Snel está fazendo terra arrasada. Não, eu sou um mal-acostumado, mesmo. Apesar de que o tempo TEIMA em me fazer gostar de zagueiros medianos, já que tem sido uma década de mediocridade. Victor é outro. Esse cara não tem estrela. É um azarado, e isso não é culpa dele. Entretanto, é culpa dele fazer milagres contra um Canoas, um Ypiranga de Erechim, e sucumbir na HORA DA POMADA. Lembro muito bem do Danrlei, que na hora do VAMOS VER, crescia e impunha respeito. Hoje até a LÊNDEA do Washington, aquela naba que era do Santa Cruz-PE e que passou pelo Grêmio faz gol nele (e na zaga perneta do Grêmio).

Sofremos por ti. Só queremos gratidão.

 

E tudo que falei acima pode por na conta do Pelaipe e do Odone. Sempre tive em alta conta esses dois, mesmo tendo sérias divergências em matéria de relacionamentos humanos dos dois, em função deles terem uma visão pragmática do futebol e ideais ortodoxos taticamente. Neste ano, nada disso foi visto. Primeiro, a desastrada contratação do Caio Júnior, pra mim, um Paulo Autuori sem grife. Depois, a solução divina por um zagueiro fadado à pedir auxílio por INVALIDEZ no INPS, Gonzálo “Azarado” Sorondo, frustrando tudo e a todos com impossibilidade de ter finalmente uma zaga confiável. Junte-se a isso as apostas em Doulgas Grolli e Pablo, que deveriam ter vindo pra BASE (mesmo que já não tenham idade pra isso) e daí, o SUPRASSUMO da inteligência: Naldo (o genérico) e Werley. Juntando estes últimos quatro, não dá um zagueiro decente.

Aí, chega-se ao ataque. A manutenção de André Lima, Leandro (o comprador de carteira) e Miralles, por si só é contraditória. Primeiro, que o André Lima, o Marqueteiro Imortal, treinava em separado, visto que não seria aproveitado. Falta de convicção da direção em chamá-lo de volta. Leandro já mostrou que de onde tu menos espera, é daí mesmo que nada virá. E o Miralles, bom, o Miralles é esquisito, pra dizer o mínimo. Um cara que tem lampejos de bom, somente BOM, jogador, e que invariavelmente SOME na hora do PEGA PRA CAPAR, e que é IDOLATRADO pela torcida. Sinceramente, não entendo isso.

Soma tudo isso e tu tens o panorama atual. A merda que segue fétida e incomodando.

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Esse ano tem eleições pra presidente do Grêmio. Quem se canditará? Em época de bonança, sobram candidatos. Em épocas de VACAS MAGRAS, eles somem. Admiro muito a coragem do Odone em ter concorrido em 2005, entretanto, é uma falácia ele afirmar que só ele quis ENCARAR a bronca de dirigir o clube na série B. O Dr. Adalberto Preis concorreu com ele. Porém, essa época passou. Hoje, se não olharmos pro futuro, tendo planejamento estratégico seguido a risca e realista, uma gestão moderna e profissional, bem como tendo cargos exercidos por pessoas que entendem do riscado, seguiremos assim. O problema é que teremos um estádio de primeiro mundo, com um time de quinta categoria pra jogar nele.

Vou reiterar o que já escrevi outras centenas de vezes: precisamos de dois zagueiros confiáveis. Vá lá, um então, mas tem que ser EXTRA-CLASSE. Mais um volante pra assumir a titularidade. Um articulador, um pensador pro meio de campo e um atacante coringa, este até pode ser o Bertoglio, se este ficar. Mas vai ter de começar a colocar o PÉ NAS DIVIDIDAS, e encarar os adversários. E mais uma coisa: precisamos promover nossos goleiros. Já deu pro Victor. Ah, mas o Snel é um cornteiro, o Victor ontem salvou um monte de bolas. É, mas tomou dois gols. E pra mim, goleiro que não cresce em decisão não me serve.

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Então tu chegou até aqui, leu todo o texto, mesmo de cabeça ainda quente pela perda do GREnal. Te felicito. Eu não sei como escrevi tanto da mesma coisa que venho falando a anos. E pelo visto, se nada mudar, seguiremos nesta onda. E tu vai seguir lendo esse mesmo texto que escrevo a anos, só mudando os personagens.

Grande abraço.

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