Grêmio Libertador

Segunda bola fora

Era a segunda vez que o Grêmio podia ingressar no G-4 dependendo somente de si. Contra um adversário que vinha em uma descendente, buscando reabilitação. E um time formado em Muricyball. Era um pouco óbvio que o jogo ia ser de muita marcação, com mais posse de bola pra gente. O desequilíbrio ficava justamente nos jogadores que fazem a diferença: eles tinham, a gente, não. Mas não foi isso o que definiu o jogo. Foi uma falha.

Logo antes dos cinco minutos tivemos a chance de matar o jogo. Passe errado da defesa apertada pela marcação na pressão, Dudu partiu pra frente e viu o Luan entrar na área com a marcação em flagrante desvantagem. O guri chutou muito mal, pegou o rebote e tentou nova finalização, que o zagueiro tirou. Um gol certo, desperdiçado por um time que não é um grande criador de chances. Depois desse momento, o São Paulo respirou com a bola e chegou em algumas chances, mas sem muito perigo (a maior delas com um chute do Pato, num lance já com pouco ângulo). Mas nós também não chegávamos.

Não é assim que se arremata, Luan. Foto do Lucas Uebel/Grêmio Oficial (via Flickr)

Só aos 30 conseguimos um lance claro de gol. Bola trabalhada, passe pra trás, e um foguete do Fillipe Bastos, pra defesa da naba do Rogério. Mesmo assim, a bola quase entrou. O São Paulo sempre chegando com mais gente na área que nós, defendendo com mais gente na área que nós, mas o jogo seguia parelho, com mais posses de bolas nossas  e mais uma boa deles, defendida pelo Grohe. No fim do primeiro tempo ainda tivemos a chance de ver o zagueiro deles tirar mais uma bola, chutada pelo Zé, que desviou na defesa. Como o zagueiro era uma porta, não houve chance do Ramiro atrapalhar a sua jogada.

No segundo tempo o São Paulo resolveu se fechar pra segurar. O próprio Souza falou que isso ocorreria. E no meio desse momento, num contra-ataque, um erro do Rhodolfo que acabou acertando o atacante deles num carrinho dentro da área. Um lance fortuito. Rogério Ceni aguentou a pressão e fez o seu sétimo gol de pênalti nesse campeonato (e, antes de reclamar que só temos um, olha quantas vezes entramos na área e com quantos jogadores e descobre como é possível sofrer pênalti assim), batendo onde o Marcelo disse que ia, matando o nosso goleiro na malandragem.

Depois disso, não tivemos uma chance de gol decente. Nenhuma possibilidade de mudar o jogo contra um time fechado. Exatamente como tem sido contra equipes assim. Agora, resta paciência, ganhar outras partidas seguidas e aguardar uma nova oportunidade de  G-4. Teve nervosismo, teve juiz ruim, mas, caras, isso é secundário. Vamos nos ater aos fatos: ia ganhar quem aproveitasse melhor os erros do adversário. E não fomos nós que fizemos isso.

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