Era a segunda vez que o Grêmio podia ingressar no G-4 dependendo somente de si. Contra um adversário que vinha em uma descendente, buscando reabilitação. E um time formado em Muricyball. Era um pouco óbvio que o jogo ia ser de muita marcação, com mais posse de bola pra gente. O desequilíbrio ficava justamente nos jogadores que fazem a diferença: eles tinham, a gente, não. Mas não foi isso o que definiu o jogo. Foi uma falha.
Logo antes dos cinco minutos tivemos a chance de matar o jogo. Passe errado da defesa apertada pela marcação na pressão, Dudu partiu pra frente e viu o Luan entrar na área com a marcação em flagrante desvantagem. O guri chutou muito mal, pegou o rebote e tentou nova finalização, que o zagueiro tirou. Um gol certo, desperdiçado por um time que não é um grande criador de chances. Depois desse momento, o São Paulo respirou com a bola e chegou em algumas chances, mas sem muito perigo (a maior delas com um chute do Pato, num lance já com pouco ângulo). Mas nós também não chegávamos.
Só aos 30 conseguimos um lance claro de gol. Bola trabalhada, passe pra trás, e um foguete do Fillipe Bastos, pra defesa da naba do Rogério. Mesmo assim, a bola quase entrou. O São Paulo sempre chegando com mais gente na área que nós, defendendo com mais gente na área que nós, mas o jogo seguia parelho, com mais posses de bolas nossas e mais uma boa deles, defendida pelo Grohe. No fim do primeiro tempo ainda tivemos a chance de ver o zagueiro deles tirar mais uma bola, chutada pelo Zé, que desviou na defesa. Como o zagueiro era uma porta, não houve chance do Ramiro atrapalhar a sua jogada.
No segundo tempo o São Paulo resolveu se fechar pra segurar. O próprio Souza falou que isso ocorreria. E no meio desse momento, num contra-ataque, um erro do Rhodolfo que acabou acertando o atacante deles num carrinho dentro da área. Um lance fortuito. Rogério Ceni aguentou a pressão e fez o seu sétimo gol de pênalti nesse campeonato (e, antes de reclamar que só temos um, olha quantas vezes entramos na área e com quantos jogadores e descobre como é possível sofrer pênalti assim), batendo onde o Marcelo disse que ia, matando o nosso goleiro na malandragem.
Depois disso, não tivemos uma chance de gol decente. Nenhuma possibilidade de mudar o jogo contra um time fechado. Exatamente como tem sido contra equipes assim. Agora, resta paciência, ganhar outras partidas seguidas e aguardar uma nova oportunidade de G-4. Teve nervosismo, teve juiz ruim, mas, caras, isso é secundário. Vamos nos ater aos fatos: ia ganhar quem aproveitasse melhor os erros do adversário. E não fomos nós que fizemos isso.