Grêmio Libertador

Outro jogo sem fazer (nem tomar) um gol. Grêmio 0x0 Santa Cruz

É o segundo jogo seguido que não conseguimos fazer um gol. E já dá pra saber claramente o que é que está faltando no time do Grêmio. Falta o Everton. Embora tenha jogado apenas um tempo contra o São Paulo e o jogo fosse decidido depois da sua lesão, o modo de jogar do guri fez estrago. Ele é o cara que pega a bola quando o jogo está modorrento, encardido, leva pra lateral, corta dois pro meio e chuta. O Everton de 2016 é infinitamente superior ao de 2015 porque acerta a goleira. E, mesmo quando o goleiro espalma, dá tempo para alguém chegar em posição de concluir.

Não tivemos isso nos dois últimos jogos. Embora com um resultado ruim igual, o time do Grêmio jogou bem mais que em Minas Gerais. Claro, era impossível ser pior, mas controlamos o jogo por mais tempo e tivemos muito mais chances de gol que na outra partida. Miller meteu uma bola na trave no segundo tempo, que não entrou no rebote por puro azar; Guilherme colocou uma bola na cabeça do Douglas que meteu pra fora. Mas, vejam bem, nenhuma vez fuzilando o goleiro adversário e exigindo que ele salvasse o time – coisa que o adversário fez com o Gohe. E coisa que acostumamos o torcedor a ver durante esse campeonato.

Mais uma vez o melhor jogador do time foi sacado. Foto: Lucas Uebel/Grêmio Oficial (via Flickr).

Giuliano fez falta mais uma vez. Negueba insiste em ficar no meio do caminho entre a lateral e o meio de campo, abrindo muito espaço. Ele parece querer fazer a função que dizem que o Douglas fazia – porque o nosso 10, hoje, é o melhor jogador do time. Douglas está sendo mais centroavante que o Miller – tanto que quase fez de cabeça – e precisa se desdobrar para tentar armar as jogadas. Quando o Luan faz isso, o Douglas ajuda. O Douglas fazendo isso, não tem ajudante. E isso tá complicando muito: Negueba não arma e nem mesmo tem a velocidade e controle de bola do Giuliano, que muitas vezes fazia a jogada dar certo na força. É preciso uma alternativa.

Da mesma forma, Pedro Rocha insiste em não ser incisivo, não acertar a goleira e parece que desistiu de tentar até mesmo chutar no gol. Ele precisa finalizar mais vezes, ter mais vitória pessoal ou deixar o time de vez para a entrada do Guilherme. E esse jogador precisa também finalizar. Ele entrou bem em três jogos, mas se destacou mais por cruzamentos do que por finalizações. O rebote na área não é sorte, é qualidade de finalização e ocupação de espaço na área. Se o atacante vai pra linha de fundo e cruza, o atacante precisa já estar dentro da área. E o Grêmio não faz isso.

Isso tudo se resolveria se tivéssemos um Luan. Miller é um bom jogador e eu tentaria ele no lugar do Negueba como titular o quanto antes. Mas não adianta nada recuar ele se não temos alguém que possa jogar alguma coisa no meio dos zagueiros. Não precisamos de centroavante aipim, jogamos melhor com de movimentação, correto. Mas errar todos os passes ou não ter habilidade para carregar os zagueiros (sim, estou falando com você, Henrique Almeida) não ajuda em nada. Se é pra ter mobilidade de perder a bola na intermediária, melhor deixar aipinzando na área.

Tudo isso pra dizer que o resultado foi péssimo por que não estamos conseguindo fazer um gol sequer. E falta muito para conseguirmos ficar novamente perto disso. Para um time que é (ou era?) o melhor em finalizações sem ser o melhor ataque isso é crucial. Se precisamos de tantos chutes para marcar, precisamos criar. E, quando precisamos criar, nada mais errado do que tirar o Douglas do time.

Comparilhe isso: