Grêmio Libertador

Sem condições: Botafogo 2×1 Amontoado de Regor

Senta que lá vem textão: sem condições, treinador Regor! Não há mais nada para justificar o que foi o Amontoado que entrou em campo hoje pra jogar contra o Botafogo. O gramado era ruim? Sim. Mas pior ainda foi a atuação. O Amontoado entrou em campo tentando copiar o Grêmio dos últimos jogos, que conseguiu ser amplamente superior aos Atléticos da Série A. Porém, sem três titulares e um reserva importante: Grohe, Geromel, Miller e Everton. O treinador Regor levou pro campo Grassi, Kanneman e Henrique Almeida. Óbvio que não ia dar certo.

O sistema do Grêmio altamente elogiado nos dois últimos jogos deu resultado principalmente por causa do tripé Miller-Douglas-Luan. Havia um revezamento na criação da jogada; quando um vinha buscar o jogo na ponta do losango, os outros dois viravam opção. Não sei o que deu na cabeça do Regor. Sei lá o que o Henrique Almeida fez nos treinamentos, mas ele NUNCA – veja bem, NUNCA – foi um cara participativo. Ele não tem a menor condição de armar. Mas vinha lá embolar com quem estava criando a jogada ou se esconder quando precisava ser opção. O recado já havia sido dado: toda a vez que algum dos três titulares foi substituído o rendimento caiu drasticamente. Como a vantagem em gols foi sempre pequena, embora o volume, na última vez pagamos o preço disso. Regor não deu bola.

Veja bem, o Botafogo dói de ruim. Nem o mínimo de organização tem, como América MG ou Santa Cruz, por exemplo. Joga no OBA-OBA, que não tinha conseguido sucesso algum e levou uma virada vergonhosa do Mano Retranca Menezes durante a semana. Jogo que Regor não viu, parece. Sassá é o melhor jogador do time. Eles vivem empilhando cruzamentos. Era óbvio que os laterais precisavam de proteção. E o Roger já disse em coletiva que com uma linha de 3 é difícil cobrir toda a lateralidade do campo. Regor parece que não prestou atenção nisso para escalar o Amontoado.

O Botafogo era exatamente o mesmo time de quinta. E abriu o placar no primeiro chute a gol de verdade, um golaço de bicicleta do Camilo. Camilo, o eterno pereba que sempre joga bem só contra o Grêmio, resolveu fazer o mesmo contra o Amontoado de Regor. Jogada resultado direto da escalação do Henrique Almeida. Isso porque os “volantes” do Grêmio costumam entregar a bola na intermediária pra quem volta pra armar e, num toque rápido, ser opção em velocidade. Isso dá um 3×4 na defesa. Só que no Amontoado, ao chegar na linha, o volante precisava esperar ou Douglas ou Luan (marcados em zona) pra tabela. Essa demora, junto com duas linhas bem juntas, fez com que o Amontoado perdesse a bola várias vezes ali. E sofresse o contra-ataque. O segundo gol, do Sassá, foi IGUALZINHO ao primeiro: perda de bola do volante, dois contra o marcador e a falência técnica do Wallace Reis que não foi com o Kanneman pra linha de impedimento. O modus-operandi estava estabelecido.

Acabou o primeiro tempo sem o Amontoado forçar nenhuma defesa do goleiro. Era óbvio: o time precisava de proteção aos laterais, defender em um 4-4-2 eficiente (Luan, Douglas e Henrique Almeida são três pra duas vagas) e atacar PELAS LATERAIS, pra dar tempo de que um ataque mais móvel entrar na área. Alterações? Maicon (que já tinha um amarelo e tradicionalmente não sabe perder) e Henrique Almeida deviam sair pra entrada de Pedro Rocha e Guilherme. O esquema antigo, com mais velocidade e mobilidade. Talvez o Roger pudesse fazer essas alterações. Era óbvio pra 100% dos que viam o jogo. Menos para o Regor, nosso anti-treinador.

Entrou o segundo tempo e NENHUMA alteração. Regordiola, o Gênio, resolveu procurar aquilo que ninguém via na partida. Não se deu conta que ninguém via porque nada havia. Esperou 12 minutos de lenga-lenga do Amontoado para colocar em campo RAMIRO e Batista para os lugares de Walace e Henrique Almeida.

Pausa para apreciar: Ramiro. Batista.

Era transparente como o nanquim. Ninguém esperava 6 por meia dúzia. Era fazer diferente do que qualquer um faria. Tirar um volante de seleção para colocar um meia boca famoso por levar amarelos? Claro. Tirar ocupar o lugar vago desde o início do jogo na centroavância por alguém que não entrava em campo praticamente desde o Gauchão? Eureka! Regor deve ter se sentido orgulhoso. Ninguém faria isso, era inovador. O Amontoado seguiria até o final do jogo criando jogadas à esmo. Primeiro com uma porraloquice do Kanneman, que se antecipou, tirou um meia e puxou o contragolpe pro Luan. Tabelou com o Batista (5000% melhor que o nada que estava por ali) e não chutou, deixando o zagueiro tomar a bola. Depois, mesma coisa: roubada de bola, Luan armando fez um passe ótimo para Batista driblar o goleiro e fazer o gol de honra do Amontoado.

Batista (???????) fez um belo gol. Foto: Grêmio Oficial (via Facebook)

Regor ainda teve tempo para tirar o Maicon, que estava completamente alterado, para colocar outro volante, o Kaio, precisando do resultado. Pra que colocar Guilherme ou Pedro Rocha, não é mesmo? Roger, talvez, fizesse essas alterações. Regor, não. Ele não é desses amadores que fazem o óbvio. A prova era o Batista, definitivamente. Apenas mentes acima da média ousariam assim. Resultado injustíssimo.

Detesto fazer pós-jogo do nosso Anti-time, o Amontoado, treinado pelo nosso anti-treinador, o Regor. No meio da semana tem jogo pelo campeonato Brasileiro. Gostaria muito de ver o Grêmio de Roger em campo.

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