Grêmio Libertador

Sem escolha

Volta e meia me perguntam: e o Grêmio, hein? Confesso não saber por onde começar a responder tal indagação.

Essa época do ano já é complicada pelas inúmeras especulações da imprensa. Para piorar, desde a entrevista coletiva de Felipão onde ele alertou qual será a nossa realidade para 2015, nós torcedores estamos anestesiados.

O ano acabou de uma forma melancólica. A goleada no clássico nos deu certa esperança de alcançar a vaga na Libertadores, mas o tombo que tivemos nas rodadas finais trouxe a realidade à tona. Mas e com todo esse discurso de contensão de gastos, como vamos ter um time competitivo para ano que vem? Eis a questão.

Atualmente qualquer jogador comum ganha bem, muito mais pelo mercado inflacionado e por clubes irresponsáveis do que pelo futebol apresentado. Enquanto isso, as categorias de base dos clubes vão empilhando e emprestando jogadores já que o profissional não os utiliza. E aí quero chegar na questão que vai nortear o Grêmio em 2015: a base.

Vou usar um jogador como exemplo, no caso o Marco Antônio, para tentar deixar mais claro o meu raciocínio. Com todo o respeito ao atleta, mas o Grêmio precisava ter o contratado? Será que nenhum jogador da base jogava, na pior das hipóteses, o mesmo que ele? Para que gastar com um jogador que tecnicamente não faz diferença?

Agora estamos obrigados a apostar na base, mas foi justamente por ter investido em atletas como estes que chegamos a esse ponto. Claro que jogadores caros e que não deram respostas também foram complicadores, mas contratar inúmeros atletas medianos a um alto valor e não olhar para a base foi um erro grave, o qual espero que seja corrigido para sempre.

No atual momento do futebol brasileiro, onde os clubes estão sem poder de investimento, eles deveriam ir ao mercado somente para comprar o jogador diferenciado e que não possuem em sua base. O Grêmio aprendeu a lição e agora terá que fazer esses investimentos pontuais com uma precisão microscópica. Com pouco dinheiro em caixa, investir esse pouco de forma errada pode ser catastrófico.

Num futuro próximo os clubes precisão estar equilibrados financeiramente para evitar punições e até mesmo o rebaixamento. O Grêmio chegou num ponto crucial e terá que fazer isso na marra, mas olhando para a frente podemos sair na frente na busca pelo equilíbrio financeiro.

Em contrapartida, montar um time competitivo é o que interessa ao torcedor, e essa equação certamente não é nada fácil de se fazer. O departamento de futebol precisará de criatividade para buscar esses reforços pontuais que precisamos, e o torcedor precisa ter calma com a gurizada que vai entrar aos poucos no time.

Enquanto isso, não adianta a gente sofrer por antecipação e ir atrás de tudo que lemos. Precisamos ser racionais e ter calma. O momento pede isso.

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