Grêmio Libertador

Será mesmo que o Gauchão não vale nada?

Sempre defendi, nesse espaço, que o Estadual não serve pra nada. É só ver os tags que geralmente uso no rodapé dos textos sobre o Gauchão: Novelettão, Caravana da Miséria, Tarsão, Sartorão… E nem pra contar como título dá, afinal todos falamos do período de seca do Grêmio desconsiderando os canecos estaduais.

Eu já tinha percebido um certo “fenômeno” uns tempos atrás e não tinha dado muita bola, mas depois da vitória de ontem sobre o Avenida eu começo a me questionar se esse discurso é comprado mesmo pelo torcedor. Explico: geralmente, espero o final do jogo da tv no domingo pra ir ao mercado e sempre fico de olho na quantidade de pessoas usando camisas da dupla Grenal. Ontem, era praticamente 1/3 das pessoas no mercado usando a tricolor. Se algum desavisado estivesse fazendo compras ali, acharia que o jogo tinha ocorrido ali do lado.

Aí parei pra questionar: tanta gente usando camisa por que ganhamos do Avenida? Por que ganhamos um jogo do Gauchão? Não. Porque ganhamos. Ponto. Pro torcedor-médio (aquele que não respira futebol 24/7 como muitos aqui, e só gosta de torcer pro seu time, independente se A ou B está treinando ou quem é o presidente do Grêmio), pouco importa quem está do outro lado do campo, o que interessa é que o Grêmio vença. Pra ele, vencer um Campeonato Gaúcho é motivo de colocar poster do time na parede, ir pra Goethe ou fazer buzinaço na avenida principal da sua cidade no interior. Olha quanta gente vai nos jogos do interior torcer pela dupla. Não é só pra ver o time in loco.

Arrisco a dizer que não é uma diminuição de expectativas ou que esse é o único título possível de ser conquistado pelo momento institucional. Mesmo nos auge daquele CANO dos anos 90, conquistar o Gauchão era motivo de festa. Se fosse com o Banguzinho, melhor ainda. Além da conquista, havia uma flauta extra nos colorados.

Eu ainda não mudei de opinião, continuo achando o Novelettão um campeonato menor, quase um estorvo no calendário gremista. Mas vejo que muita gente lá fora não pensa assim.

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