Se tem uma coisa que eu não gosto é de teorias da conspiração. O problema é que a BM, por exemplo, não me ajuda. Beira Rio foi liberado pra funcionar sem cadeiras? Pois bem: segundo animada reportagem do UOL o Inter, recentemente, DECIDIU que iria retirar as cadeiras da área da Popular (atrás de uma das goleiras). Uma reportagem que deveria ser feita em tom de denúncia, já que, segundo a matéria, isso “virou regra recentemente“:
Os assentos da arquibancada inferior atrás de um dos gols já foram retirados e não serão reinstalados em partidas do clube até segunda ordem. A mudança é resultado de uma conta que junta o medo do vandalismo da própria torcida com a ideia de aumentar a capacidade.
Deixa eu ver se entendi: O Inter está, por conta própria, aumentando a capacidade do seu estádio? É ele mesmo que aprova o a liberação? Eu posso ter inspeção liberando o meu estádio na configuração X e usar na configuração Y? Não existe impacto algum no PPCI Colorado a presença de pessoas em pé em uma área do estádio? Em caso de pânico generalizado não há alteração nenhuma no fluxo de pessoas num estádio com ou sem cadeiras? Não há alteração no mapa de riscos do estádio a presença/ausência de cadeiras? A Popular é “menos marginal” que a Geral e não há necessidade de “estádio dentro de estádio”? É o Inter, sozinho, que decide tudo isso?
Faço essas perguntas por que, dentre outras coisas, não foi isso que disseram na época da interdição da Arena no jogo contra a LDU, lá em 2013. Os bombeiros foram bastante enfáticos:
– O que posso falar neste instante é a postura do Corpo de Bombeiros não muda em nada em relação à anterior. Vamos cobrar que o acordo feito seja cumprido e as cadeiras sejam colocadas no local. O projeto da Arena do Grêmio não prevê nenhum local sem cadeiras, então vamos exigir isso.
Isso me leva a crer que o projeto da reforma do Beira Rio – mandado pra aprovação, como o da Arena – já contava com a área sem cadeiras. Certo?
Então, por favor, BM: me ajude a coibir as teorias da conspiração entre os gremistas. Já cansei de rir de torcedores gremistas que dizem que tem um grandalhão na corporação que é colorado e, por isso, tudo é mais fácil pra eles. Não compactuem com isso e esclareçam, sem usar a velha “não é estádio novo, é reforma”: como é que um estádio liberado para operar com cadeiras passa a operar sem elas e tá tudo certo? Pelo menos regularizem isso pra ficar menos feio. Ou será que só um estádio em Porto Alegre precisa de habite-se e liberação?
