Grêmio Libertador

Teremos departamento feminino agora que a Libertadores depende disso?

Uma das principais mudanças no estatuto e regulamento de licença dos clubes anunciadas pela Conmebol apareceu e já desapareceu do noticiário: a partir de 2019, todo time que vier a participar dos campeonatos continentais masculinos (Libertadores e Sul-americana) terá de manter uma equipe feminina profissional e investir nas categorias de base.

Reprodução do Regulamento de Licença de clubes da Conmebol

Já não era sem tempo. Finalmente, os dirigentes do futebol agem de forma efetiva pra quebrar o dilema tostines do “não existe porque não tem audiência ou não tem audiência porque não existe?” e incentivar a organização e profissionalização do futebol feminino neste continente que já pariu a melhor do mundo sem querer. Imagina o que poderemos fazer sendo por querer?

Eu queria muito saber a posição do Grêmio Football Porto-alegrense a respeito. O clube que se move pela obsessão da Libertadores precisa pensar AGORA sobre como vai ter, em 2019, uma equipe adulta e uma equipe juvenil feminina.

Porque fazer contas pra saber se estaremos ou não no agora G-6 é fácil. Tem de somar e pronto.

Complicado é sair do conforto do lugar comum – “Não tem dinheiro.” “Onde arranjaremos jogadoras?” “Não temos profissionais para trabalhar nas equipes técnicas com mulheres.” – e planejar o futuro Departamento de Futebol Feminino.

Não anima saber que, durante o período de eleições para o Conselho Deliberativo, as chapas não apresentaram nenhuma palavra sobre o tema. Mesmo quando questionadas (o Fagner perguntou pelo Twitter para três das quatro chapas sobre a criação de um Departamento Feminino), o silêncio foi de envergonhar.

Agora que a exigência da Conmebol pode mexer com o privilégio dos homens participarem de enormes campeonatos continentais, conseguiremos ter mulheres vestindo azul, preto e branco em campo?

No aguardo. Ansiosa e já pensando nos trapos que vamos levar pra Arena.

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