Teremos departamento feminino agora que a Libertadores depende disso?

0 Postado por - 9 de outubro de 2016 - Artigos

Uma das principais mudanças no estatuto e regulamento de licença dos clubes anunciadas pela Conmebol apareceu e já desapareceu do noticiário: a partir de 2019, todo time que vier a participar dos campeonatos continentais masculinos (Libertadores e Sul-americana) terá de manter uma equipe feminina profissional e investir nas categorias de base.

Reprodução do Regulamento de Licença de clubes da Conmebol

Reprodução do Regulamento de Licença de clubes da Conmebol

Já não era sem tempo. Finalmente, os dirigentes do futebol agem de forma efetiva pra quebrar o dilema tostines do “não existe porque não tem audiência ou não tem audiência porque não existe?” e incentivar a organização e profissionalização do futebol feminino neste continente que já pariu a melhor do mundo sem querer. Imagina o que poderemos fazer sendo por querer?

Eu queria muito saber a posição do Grêmio Football Porto-alegrense a respeito. O clube que se move pela obsessão da Libertadores precisa pensar AGORA sobre como vai ter, em 2019, uma equipe adulta e uma equipe juvenil feminina.

Porque fazer contas pra saber se estaremos ou não no agora G-6 é fácil. Tem de somar e pronto.

Complicado é sair do conforto do lugar comum – “Não tem dinheiro.” “Onde arranjaremos jogadoras?” “Não temos profissionais para trabalhar nas equipes técnicas com mulheres.” – e planejar o futuro Departamento de Futebol Feminino.

Não anima saber que, durante o período de eleições para o Conselho Deliberativo, as chapas não apresentaram nenhuma palavra sobre o tema. Mesmo quando questionadas (o Fagner perguntou pelo Twitter para três das quatro chapas sobre a criação de um Departamento Feminino), o silêncio foi de envergonhar.

Agora que a exigência da Conmebol pode mexer com o privilégio dos homens participarem de enormes campeonatos continentais, conseguiremos ter mulheres vestindo azul, preto e branco em campo?

No aguardo. Ansiosa e já pensando nos trapos que vamos levar pra Arena.

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21 + comentários

  • Tio Mauricio 10 de outubro de 2016 - 10:29 Responder

    Eu não sei qual o motivo dos caras demoram tanto pra se mexerem.
    Já deveríamos ter um time de futebol feminino há milênios. Não deveríamos fazer isso por obrigação!
    Pois eu penso, já que no futebol o pioneirismo é mais do que necessário pra ser destaque e, portanto, atrair olhares e, com isso, carinho/admiração e, com isso, notoriedade/marketing e, com isso, dinheiro, não sei o motivo de jã não termos um time feminino jogando com o distintivo do Grêmio no peito. Não entendo o motivo de não termos um time de FA com o mosqueteiro no capacete…
    Sei que isso tudo envolve dinheiro e tempo. Mas eu garanto que abrindo as portas para a possibilidade de negociação para estes projetos vai chover gente interessada em tocar isso adiante (patrocínios, investidores, voluntários…).
    Eu sei que não tem nada que ver com oq eu disse acima… mas olha a delicia que é a ideia da Hamburgueria 1903 que além do sabor e atendimento inquestionável, tem todo o lado Tricolor do meu coração que me faz sentir bem consumindo/estando lá.
    Acho que o Grêmio pode ser muito mais que futebol. O Grêmio é muito mais que isso! É um sentimento que me faz amar.

  • Marcelinho Gaúcho 10 de outubro de 2016 - 13:21 Responder

    Já tava na hora!!!

    Se o futebol feminino não começa por uma incompreensível falta de visão – esportiva e empresarial – e empatia, que comece por imposição da Conmebol.

    A questão da audiência, retorno financeiro e etc, não pode ser argumento por que o futebol masculino está a anos luz á frente e seria falta de caráter esperar que o feminino desse uma resposta á curto prazo e talvez nós nunca veremos chegar no mesmo patamar.

    Só o incentivo á inclusão no esporte e da representação e igualdade da mulher já seria um grande avanço e uma atitude louvável.

    Desde já, fica a torcida pra que a iniciativa saia do papel e tenha sucesso!

  • Artur Wolff 10 de outubro de 2016 - 15:28 Responder

    “….se exige que….equipos participen en competiciones nacionales y/o regionales autorizadas por la respectiva associacion mienbro…”
    Por favor, desculpem, mas isto não passa de mais uma daquelas loucuradas da base “do politicamente correto”.
    Como exigir que um clube monte uma equipe feminina para participar do que não existe. Não existem no Brasil “competiciones nacionales y/o regionales femeninas” organizadas pela CBF ou federações.
    É literalmente querer colocar a carreta na frente dos bois.
    O futebol feminino é na prática outro esporte (se comparado com o masculino) como o é futebol de salão. Para funcionar teria que inclusive ser criada uma nova Confederação a exemplo de volei, basquete, etc…..

    • Fagner 10 de outubro de 2016 - 19:52 Responder

      Sério? Mas nem pra ir no Google antes pra deixar de passar vergonha?

      http://www.setel.rs.gov.br/conteudo/3316/Campeonato-Gaucho-de-Futebol-Feminino
      http://www.cbf.com.br/competicoes/brasileiro-feminino#.V_wbEiQjWJ8

      Futebol de salão tem suas regras. Futebol é futebol. As regras são as mesmas se jogado por homens ou mulheres. Agora a babaquice de desconsiderar o outro como esporte parece que é exclusiva do lado masculino.

      Saludos,
      Fagner

      • Artur Wolff 11 de outubro de 2016 - 10:43 Responder

        Futebol feminino não existe no sentido da representatividade e público.
        Entra nos atalhos que tu colocastes e olha quem está assistindo os jogos.
        Como outros esportes pode e deve ser promovido mas não necessariamente por clubes de futebol profissionais que devem focar seus (parcos no Brasil) recursos para formar sua equipe principal.
        Esta tua agressividade quanto à opiniões alheias é o típico pensamento de uma esquerdalha inconsequente e sem noção que acha que o recursos financeiros caem do céu e que podem ou devem ser aplicados para benemerência sem retorno para o clube.
        Mas independentemente disto ainda bem que o momento do Grêmio é muito bom, cheio de títulos, craques, estádio próprio, cofres abarrotados e pode imediatamente investir em futebol feminino, salão, remo, bilboquê……..
        Dá-lhe Grêmio!

      • Artur Wolff 11 de outubro de 2016 - 13:27 Responder

        Complementando; hoje temos uma Base que é uma verdadeira MERDA. O último bom jogador que o tempo mostrou vingou foi Douglas Costa que por sinal se consagrou fora do Grêmio. Anderson. Fernando, Adilson…..dá para contar nos dedos de uma mão os jogadores formados pela base nos últimos 15 anos. Aí aparecendo uma verba vamos investir em que ? Futebol feminino? Por favor……

      • Ezio 11 de outubro de 2016 - 16:34 Responder

        Fagner não sou opositor ao incentivo da prática do futebol entre mulheres mto pelo contrário só que o que o Artur fala tem pleno fundamento. Como o GREMIO vai investir em time de mulheres se sequer há ligas de futebol para mulheres ? A Conmebol poderia perfeitamente por exemplo pressionar a CBF a criar ligas para mulheres. Não adianta impor no canetaço quando o incentivo não parte das ligas locais que é de onde deveria partir.

        • Fagner 11 de outubro de 2016 - 17:30 Responder

          Tu não leu os links que eu botei na resposta dele ou tu simplesmente prefere ficar na bolha do machismo “científico”? Existe tanto campeonato estadual como dois nacionais (Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro) da modalidade. Se informa.

          Saludos,
          Fagner

          • Eduardo 11 de outubro de 2016 - 18:02

            Uma coisa é certa, o futebol feminino é insustentável.

            Os clubes terão que tirar dos elencos profissionais para abrir a base feminina.

            Vale lembrar que o torcedor nao paga nem 2 pila para ver jogo feminino. Isso ja aconteceu no Gremio e forçou clube a fechar o deparatmento anos atras.

          • Fagner 11 de outubro de 2016 - 18:07

            http://trivela.uol.com.br/antes-tarde-do-que-nunca-fifa-cria-departamento-de-futebol-feminino-comandado-por-uma-mulher/

            O Grêmio não vai ter que tirar do departamento profissional porque as mulheres também farão parte do departamento profissional. Não dá para comparar os anos 90 com 2016.

            Saludos,
            Fagner

          • Ezio 12 de outubro de 2016 - 12:26

            Fagner se realmente existem, essas ligas então algo está errado. Não vejo ninguém divulgar e sequer falar nada sobre esses torneios. Nem mesmo sites ou canais de TV especializados em esportes e futebol falam nada sobre essas ligas (e eu praticamente vivo tanto lendo noticias como também procurando assistir na web quanto a partidas e por exemplo não faço a menor idéia sobre quem é o “campeão brasileiro de futebol feminino”). O último clube a tentar montar um time feminino foi o Santos e deu em água justamente pela falta de ligas pro time jogar e desmanchou o time pra pagar o salário do Neymar. Se eu vivesse na bolha do “machismo cientifico” eu seria opositor a prática do futebol entre mulheres coisa que não sou. Pelo contrário acho que a Marta tiraria o lugar do Pedro Rocha fácil fácil kkkkkkkkk

          • Fagner 12 de outubro de 2016 - 19:01

            Como assim “realmente existem”? Tu acha que se algo não aparece na TV não existe? Ou que se tu nunca ouviu falar não existe?

            Seja como for, o atual terceiro colocado da Libertadores Feminina, o São José, acabou de se classificar para a final da Copa do Brasil 2016.

            https://www.facebook.com/PlanetaFFOficial/posts/1230947030279912

            Sim, Ézio. Tem muita coisa errada. Principalmente a falta de apoio. É por isso que “ninguém sabe”. (E aí eu te pergunto: não tem público porque ninguém quer ir ver ou ninguém vai ver porque ninguém divulga?)

            Saludos,
            Fagner

          • Ezio 12 de outubro de 2016 - 22:25

            Fagner aposto o quanto tu quiser que irás achar UM em cada TRINTA pessoas (sendo generoso) que saiba quem ganhou esse campeonato e até mesmo se ele existe. Não vejo nenhuma divulgação dessas ligas portanto não tem como condenar clubes por não mante-las. A discussão entre tu e o Artur foi até pro lado da Esquerda x Direita, só que a coisa é mto mais complexa do que meramente uma posição politica. A questão da grana é pra manter o próprio time. O Santos mesmo percebeu que o time de futebol feminino que tinha não estava se mantendo (novamente pela falta de divulgação das ligas) optou por desmanchar o time e fazer um esforço pra manter o Neymar um pouco mais tempo no time. Só isso mostra que sem grana não tem como manter um time, os times no Brasil mal tem grana pra manter seus elencos principais que dirá um time de mulheres. De novo te deixo claro, vejo como uma ótima pedida as ligas de futebol femininos e que os clubes tenham um departamento pra futebol feminino só que a coisa não pode partir de um canetaço. Tem que haver uma mobilização preferencialmente das próprias mulheres em organizar e planejar essas ligas.

          • Fagner 13 de outubro de 2016 - 14:49

            Ézio, em primeiro lugar, desculpa por ter trocado o teu nome e ter respondido como se fosse para o Eduardo. Troquei as bolas.

            Em segundo lugar, o Santos encerrou o time em 2012. Desde o ano passado eles tem time no Brasileiro. http://www.gazetaesportiva.com/fotos/fotos-destaque/conheca-a-geracao-2016-das-sereias-da-vila-time-feminino-do-santos/. O custo do time INTEIRO em 2012, que tinha Marta no Elenco era de R$ 1 milhão. POR ANO. Não seguiram por que não quiseram, não porque faltou dinheiro.

            Em terceiro: não é uma discussão direita x esquerda. Aliás fico triste quando alguém leva uma coisa pra esse lado, como se o pessoal da “direita” não fosse gente. É uma questão de humanidade: direitos iguais pra todos. O futebol não tem o mesmo desenvolvimento no masculino e no feminino porque até 1980 era proibido por LEI. Nos anos 90 o Luciano do Valle começou a colocar jogos femininos na grade da Band e só não se desenvolveu mais por machismo. O vôlei masculino, outro filhote dele, rendeu tantos frutos que hoje o Brasil é uma potência mundial. E duvido que o Luciano do Valle fosse alguém “de esquerda”.

            Quarto: a coisa precisa partir de canetaço sim. É exatamente porque a Globo, por exemplo, NÃO QUER divulgar que 1 em cada 30 não sabem que existe campeonato feminino. Pra tentar diminuir um pouco isso a ESPN criou o WESPN, um programa feito por mulheres para esportes praticados por mulheres. Se ninguém investir nisso nunca teremos torneios femininos grandes. Tem Champios League feminina, Copa do Mundo feminina, Olimpíada, Libertadores. Mas as tv’s fechadas preferem passar bate papo sobre futebol masculino ao vivo 3x por dia, requentando informação o dia inteiro. O interesse só vai ocorrer com divulgação. Basta ver a quantidade de fãs de NFL que apareceram nos últimos anos (outro trabalho que o Luciano do Valle já fez nos anos 90 e foi abandonado até a ESPN resolver assumir).

            Se a TV mostrar, vai ter interesse. E o Grêmio podia aproveitar o modelo do EC Pelotas, por exemplo, que está ininterrupto desde os anos 90. Mesmo com o time masculino na série B do ruralito o projeto nunca foi interrompido.

            Saludos,
            Fagner

          • Marcelinho Gaúcho 13 de outubro de 2016 - 00:01

            Ezio, não se pode comparar nenhum esporte com o futebol masculino!

            O erro que muitos pensam é achar que o feminino dará retorno imediato e, pior, que um dia vai ter o mesmo tamanho do masculino.

            Claro que o canetaço não era a melhor iniciativa, mas esperar que saia algo de bom dos dirigentes do Brasil é broxante.

            Como dito antes, tem vários exemplos que deram certo com muita dedicação e inteligência. Cito também o Rugbi, que tá começando a bombar.

            Acho que o importante é botar uma barca, seja próprio ou em parceria. Taí uma oportunidade de, em meio á crise, incentivar o esporte e abrir um mercado novo.

            Como alguém comentou antes, os anos anteriores foram de pindaíba, mas tudo é fruto da má gestão e corrupção!

            Se a Dupla encabeçar o movimento, a grana aparece e a visibilidade aumenta. Aqui é o país do futebol, oras! O que não pode é continuar com pensamento negativo desperdiçando mais décadas sem a presença delas.

  • Eduardo 11 de outubro de 2016 - 09:43 Responder

    Não sou contra o futebol feminino. O Gremio inclusive ja teve isso e acabou fechando porque só dava despesa.

    As mesmas pessoas que falam em ter o time feminino não estão dispostas a pagar e nem se deslocar até o estadio para ver um jogo. Isso é fato, basta voltarmos no tempo. Mesmo ingresso a 2 reais ninguém ia olhar o jogo.

    Mas acho válido tentar novamente.

  • Marcelinho Gaúcho 12 de outubro de 2016 - 00:36 Responder

    Apesar da desinformação de alguns, tá acontecendo!

    http://www.agff.club/
    http://www.setel.rs.gov.br/conteudo/3316/Campeonato-Gaucho-de-Futebol-Feminino

    Outro ponto da ata é que o clube pode se associar ou conveniar com clubes e escolinhas. A escolinha da Duda faz isso.

    O que falta , pros clubes e confederações, é gestão, vontade e principalmente: o fim das dirigentes corruptos que parasitam nosso futebol!

    Cito dois exemplos de gestão:

    – A liga dos Estados Unidos feminina. Um país que engatinha em cultura futebolística;
    – ACBF, maior clube de futsal, que começou humildemente.

    • Fagner 12 de outubro de 2016 - 19:05 Responder

      A escolinha da Duda tem um time em Canoas. Eles foram eliminados na estreia da Copa do Brasil de 2016. Se não me engano foram elas e um time de Estância Velha que jogaram a competição pelo Rio Grande do Sul. Mas como ela jogou no Inter, acredito que haverá essa integração com eles. Mesmo não jogando a Libertadores de 2017, acredito que eles não serão burros e já terão isso arrumado pra não ficar de fora de uma eventual classificação futura. O trabalho do EC Pelotas, das Lobas, também é muito bom (o antigo responsável está trabalhando na CBF hoje).

      Saludos,
      Fagner

      • Marcelinho Gaúcho 12 de outubro de 2016 - 23:23 Responder

        Sim, essa parceria já é meio caminho pra eles, mas nada que uma boa conversa, proposta e planejamento pra mudar a história. A Dupla não pode descartar e subestimar o maravilhoso trabalho da Duda pro futuro.

        É uma pessoa que merecia honrarias por tudo que faz.

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