Grêmio Libertador

Um perfil de treinador

Esses dias o Roger foi o entrevistado do programa Bola da Vez, da ESPN Brasil. Pra quem não viu, vale a pena buscar aqui, pela internet, ou a reprise na programação do canal (ou os melhores momentos na página do programa). Mas, pra quem não tem acesso, vou resumir aqui as impressões que tive dessa entrevista tão interessante. E, mais uma vez, reiterar que a maior bola dentro do futebol do Grêmio (até que se prove o contrário, do Rui Costa) foi a contratação do  nosso ex-lateral.

Roger mitando. Imagem do frame da transmissão (Divulgação ESPN)

Humildade: Roger é um cara que dá os méritos pra quem merece. Ao falar sobre a sua postura como treinador, não assumiu pra si méritos que não considera seus. Ao falar do hábito que tem de usar cinco minutos do intervalo dos jogos para mostrar vídeos editados do primeiro tempo aos jogadores, citou PC Gusmão, que já fazia isso desde os tempos de auxiliar do Pojéto (o que deixou meio descadeirado o Mauro Cézar, famoso viralatas de plantão).

Liderança: Falando ainda sobre os intervalos, disse não ser adepto do “chutar a porta”. Disse algo mais ou menos assim: ‘eu preciso ser didático no intervalo para mostrar pro meu time onde errou e onde pode melhor explorar o adversário’. E mais: disse precisar do respeito do jogador, não falar alto, nem dar grito. Essa didática pode ser facilmente vista nas entrevistas dos jogadores na saída do intervalo. É espantoso o “tecniquês” que nossos atletas usam pra falar do primeiro tempo.

Coordenação: Outra coisa importante relacionada com o respeito ao jogador foi considerar todos eles seres pensantes – ou seja, deixar aquela ideia clássica do paizão que indica como aqueles burros devem proceder. E isso também vai pesar nos reforços: jogador inteligente, farda. Ao olhar os vídeos, Roger costuma pedir participação dos atletas identificando os erros coletivos.

Inteligência: O resumo da ideia de futebol dele é facilmente vista no nosso time. Definiu o conceito dele de futebol mais ou menos assim: ‘Sabe aquela roda de bobo que se faz em aquecimentos? É assim que deve ser. Precisamos ficar próximos para o passe chegar e adversário é o bobinho. A amplitude é a distância que o time precisa ter para os nossos jogadores terem espaço para jogar e nossos adversários não terem pra encurtar o passe’. É simples, coletivo, e, por que não, brilhante.

Temos treinador não apenas para os próximos anos, mas para FORMAR uma identidade para o Grêmio da próxima década (como já sugeri). É o cara ideal para criar uma identidade gremista – por ser membro daquela geração de ouro dos anos 90, o cara que ganhou todos os títulos daquela geração (inclusive o nosso último, de 2001) e por ser um cara muito atualizado, inovador, e estar criando o melhor futebol brasileiro de 2015. Essa postura, pode ter certeza, será valorizada pelos atletas e será diferencial até para trazer reforços nos próximos anos. “Jogar com o Roger” será, cada vez mais, uma das razões citadas pelos jogadores nas coletivas de apresentação.

E aproveita esse ano e 2016 pra ir na Arena. É muito provável que esse enorme cara salte para vôos maiores logo, logo.

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