Grêmio Libertador

A melhor parte da Escolinha do Grêmio

Vi a reportagem que o globoesporte.com fez sobre a Escolinha do Grêmio no sábado, falando sobre o trabalho incrível feito com as crianças nas fases iniciais e nas categorias de base do Clube. Lendo tudo isso, lembrei de um post que tinha feito no ano passado sobre a Escolinha, mas que não tinha postado porque ainda faltavam algumas informações que não tinha confirmadas. Então, resolvi voltar a falar do assunto.

Tudo começou no ano passado. Conheci um menino, através de um amigo, que tinha sido selecionado para jogar na Escolinha do Grêmio, mas não tinha dinheiro para comprar o uniforme. Esse meu amigo fez um post no facebook fazendo a famosa vaquinha pra ajudar o guri. Chamei ele no chat e disse que o blog poderia ajudar com o que faltasse do dinheiro e que eu poderia comprar o fardamento, utilizando meus pontos da Goleada Tricolor pra baratear o custo total. Perguntei se o menino conhecia a Arena e meu amigo respondeu que não, então combinei de irmos no final de semana fazer o tour e comprar o que era preciso pra que o moleque começasse a treinar logo.

Assim, eu conheci o Marquinhos e ele começou a ir ao estádio comigo. Sempre que posso, levo ele. Comecei a ir ver os jogos do Marcos no sábado, na Escolinha, e a me interessar pelo projeto que eles fazem lá.

Imaginava que ele tinha gastos com a inscrição e com as passagens para ir até o local e o pessoal blog poderia ajudá-lo de alguma maneira. Ele me disse que não tinha custos. Achei tudo lindo demais pra ser verdade e fui falar com um amigo que já trabalhou lá. Através do Paulo Timm, cheguei ao nome da Bruna Almada que é Supervisora Técnica da Área de Iniciação na Escolinha (quem deu a entrevista para o globoesporte.com). Marquei de conversar com ela em um sábado de manhã e ela foi extremamente solícita.

A Bruna me contou que existem quase 200 vagas para crianças carentes lá. Há 20 vagas para crianças encaminhadas pela Secretaria do Esporte e do Lazer, cerca de 20 vagas da própria Escolinha para casos extremos e 120 vagas destinadas a crianças indicadas pelo Banrisul.

Quando conversei com a Bruna, em abril, havia mais de 600 crianças inscritas. Ou seja, quase 1/4 dos atletas eram crianças carentes.

O Marcos estava entre as crianças do grupo do Banrisul e ele recebia as passagens para ir e voltar todas as terças e quintas do Cristal.

A Bruna enfatizou diversas vezes na nossa conversa que a Escolinha se preocupa muito com o trabalho social que é feito lá. Sim, eles têm a missão de revelar jogadores para o Grêmio, mas tão importante quanto isso é formar pessoas lá dentro. Pra dar um exemplo, ao final de todo o treino é escolhido o atleta do dia. O vencedor desse prêmio não é o guri que faz 4 gols no treino, não é o guri que faz as defesas mais difíceis, não é o zagueiro que impõem mais respeito, mas sim, aquele que não chega atrasado, que ajuda os colegas e o professor durante o treino, que respeita todo mundo, que não esquece o crachá. Esse, sim, é o atleta do dia. E no final do mês, o menino que mais vezes ganhou o atleta do dia naquele período, recebe como recompensa a oportunidade de entrar em campo com os jogadores na Arena em uma partida. Em uma das vezes que fui assistir o treino do Marcos, um dos funcionários do clube me disse que tem menino que chora de emoção quando é atleta do dia. Isso significa muito pra eles.

Lá, meninos carentes são tratados exatamente iguais aos meninos que têm condições de pagar pelo treinamento. A Escolinha não dá só uma distração pra crainças que não têm muita coisa pra chamar de sua. Dá a liberdade de sonhar alto, dá auto-estima, valoriza quem muitas vezes parece invisível na rua, mas que se sente parte do mundo quando está em campo.

Temos que nos orgulhar do trabalho maravilhoso que é feito. Talvez não esteja tão evidente na mídia quanto o resultado quantitativo do futebol, mas com certeza, importa bem mais.

Que a Escolinha cresça cada vez mais e permita mais muitas crianças a sonhar alto!

Foto: escoladogremio.com.br

 

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